Grande
parte da humanidade acredita em algo maior que ela. Um ser criador.
Originador mas que não tem origem, criador mas incriado, Pai, mas
que nunca teve mãe Este é Deus. Não vou jamais desistir da
hipótese de que Deus é uma criação nossa e que sua palavra
sagrada não é, como dizem, algo que parta dele para nós, e sim,
algo que parte de nós para ele. Uma carta de amor daquelas que os
namorados escrevem, cheias de melosidade, afeto, desejo, isto é a
Bíblia, um livro que vem respaldando a crença de muitos ao longo
dos milênios. Mas, quando e por que ela surgiu?
A
religião surgiu no mundo em razão das necessidades do homem. As
primeiras crenças da humanidade estavam relacionadas,
principalmente, à agricultura. O homem sentia a necessidade de
prever quando choveria
para que a produção dos alimentos fosse eficiente. Como resultado
disso, o homem criou métodos para tentar prever o futuro, como a
astrologia, a quiromancia e a necromancia, e também métodos para
tentar modificar o futuro, como a magia, a bruxaria e os
encantamentos.
A
ideia de Deus esteve, inicialmente, associada aos fenômenos
meteorológicos. Assim, surgiram também os conceitos de deuses
específicos para determinadas situações vivenciadas pelo homem,
como o deus da guerra, da caça e do amor. Assim, podemos entender
que a criação da religião aconteceu pela necessidade do homem de
compreender ou,
pelo menos, tentar explicar alguns
fenômenos misteriosos.
A
partir do Cristianismo, o homem passou a acreditar na existência de
um Deus semelhante à humanidade. Pela Bíblia, o homem foi feito a
imagem e semelhança de Deus. Em seguida, na evolução do conceito
de religião, o homem criou métodos para interagir com Deus, rezar e
pedir bençãos e favores. Isso acontece tanto nas aldeias indígenas,
quanto nas civilizações urbanas e contemporâneas.
Com o passar dos anos, a religião começou a se basear em orações e promessas, e a determinar intermediários entre Deus e as pessoas comuns, como os padres, pastores e pais de santo, por exemplo. Hoje, as religiões têm na figura do sacerdote o desafio de converter mais adeptos. Nesse contexto, a utilização de um antagonista de Deus, o chamado demônio, e de um lugar prometido em detrimento de um “inferno” de sofrimento eterno também serve para encaminhar os fiéis para o caminho da religião, pelo medo. Esta é a realidade para muitos.
Com o passar dos anos, a religião começou a se basear em orações e promessas, e a determinar intermediários entre Deus e as pessoas comuns, como os padres, pastores e pais de santo, por exemplo. Hoje, as religiões têm na figura do sacerdote o desafio de converter mais adeptos. Nesse contexto, a utilização de um antagonista de Deus, o chamado demônio, e de um lugar prometido em detrimento de um “inferno” de sofrimento eterno também serve para encaminhar os fiéis para o caminho da religião, pelo medo. Esta é a realidade para muitos.
Mas,
para poucos, isso tudo não passa de uma grande mentira. Uma história
inventada para explicar a origem das coisas, as causas que deram
origem aos fenômenos que não entendemos ainda, apenas uma etiologia
infantil.
Ateus normalmente escolhem não acreditar em Deus, é o que dizem os religiosos, pois pessoas que sofreram algum tipo de trauma e por terem fé suficiente ficaram com “raiva” de Deus e que muitos ateus foram molestados quando crianças, ou sofreram maus tratos, muito se sentem a margem da sociedade, sem estudo, sem amor, sem carinho, entregue ao alcoolismo e ao homossexualismo, ou seja, nas garras de satanás. Muitos deles vem de famílias desestruturadas, pobres e sem conhecimento de Jesus. Se um Ateu parar para pensar e colocar a cabeça no lugar um segundo, ele verá que não tem como ele sequer respirar sem Deus existir. Contudo, são pessoas que não tem censo de certo e errado e desafiam a Deus a todo momento.
Não
poderiam estar mais errados!
Antes
de tudo, ser Ateu não é uma opção e sim uma conclusão, uma
constatação. Ao contrário do que muitos cristãos costumam
afirmar, a gigantesca maioria dos Ateus chegou à conclusão de que
“não existem deuses” sozinho, pensando com seus botões, sem que
para isso fosse necessário um trauma nas suas vidas ou dificuldades
de qualquer tipo.
No
geral, os Ateus são, em sua maioria, mais “estudados”
que os teístas, porém como a quantidade de teístas no
mundo
é muito maior, as afirmações são contrárias.
Dificilmente
você vê uma pessoa morrendo de fome e que diz “Deus
não existe”,
normalmente o que é observado é que quanto mais “ignorante”
(ou sem instrução) a pessoa é, mais ela tem a tendência em
acreditar em mitos e divindades sem provas.
Antes de serem Ateus, no geral, eles tiveram uma religião e aqui no Brasil a maioria esmagadora deles era cristão. Logo, a maioria conhece a bíblia, alguns conhecem muito bem, outros conhecem tão pouco quanto a maioria dos cristãos, muitos frequentaram igrejas durante anos a fio e chegaram a inevitável conclusão. Obviamente o ateu não entende de tudo, mas o que um Ateu normalmente entende é que nenhuma prova, amostra ou evidência da existência de algo sobrenatural foi mostrado a ninguém até o momento. Esta é a falsidade para poucos.
“Enquanto
houverem pessoas dispostas a serem dominadas, haverá aqueles que as
dominem”,
e
se partirmos de Maquiavel, perceberemos que nada mudou em seis
séculos. O
temor a Deus faz-se indispensável pois só assim submete-se quem
deve ser dominado e como o mandamento divino é mais eficaz do que a
lei humana, a prudência do governante faz-se necessária para que
ele possa usar da religião para dar ânimo e dominar o exército,
para ser atendido pela plebe.
Aqui
reside uma exigência: para as repúblicas ou príncipes que desejam
manter-se sem corrupção, devem zelar para que os cultos religiosos
não sejam corrompidos. Caso os cultos se tornem corruptos, aí
reside o indício da ruína do Estado. Como toda religião tem como
fundamento alguma ordenação principal, o príncipe deve conhecê-la
e conservá-la. Se assim o fizer, há de manter a religião e a sua
república unida. Caso o príncipe acredite que a religião está
inteiramente a seu serviço, há de destruir tanto a religião,
quanto a crença que o povo tem nela e verá a ruína de seu próprio
Estado pois “não pode haver maior indício da ruína de um estado
do que o desprezo pelo culto divino” (MAQUIAVEL, 2007, p.52).
Nota-se,
pois, que se a religião for corrompida, ela perde toda a sua força
mobilizadora e, assim, tem-se como consequência a decadência
do vivere
civile (AMES,
2006.).
Maquiavel
usa seu ato de conduzir o povo romano à obediência civil como
exemplo da eficácia do bom uso da religião. Encontrou em Roma um
povo indomado e desejou conduzi-los às “artes da paz”. Como
alternativa à violência, usou a religião para domar e manter a
cidade já que o poder de Deus é mais temido que o do homem. “Estas
[“artes da paz”], na passagem da obra maquiaveliana citada acima,
não consistem em outra coisa senão na religião, apresentada como
instrumento capaz de subtrair sentimento da obrigação política do
exclusivo domínio da força, e, por isso mesmo, definida ‘como
elemento imprescindível para manter a vida civil’”
Cabe,
então, explicitar os expedientes que fazem a religião se tornar um
instrumento cuja produção é a de comportamentos individuais e
coletivos úteis POLITICAMENTE. A simulação é um expediente ao
qual se recorre quando a autoridade do príncipe não é suficiente
para submeter os súditos. Tomemos o exemplo usado por Maquiavel da
simulação feita por Numa que, ao perceber que sua autoridade não
seria suficiente para fazer suas leis cumpridas, simulou
familiaridade com uma Ninfa e agiu como se esta lhe desse conselhos
para que ele transmitisse-os ao povo. A verdade da religião não é
o mais importante, o que importa é que interpretação da vontade
divina seja feita de forma a acarretar o êxito para os propósitos
do príncipe, haja vista que estes sempre devem ter como fim o bem
comum.
Traçando
um paralelo entre o que Maquiavel escreveu e a realidade brasileira,
constatamos que a dominação não cessou ao longo da história. Por
exemplo, a controversa escolha do deputado federal
Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos
da Câmara não é um fato isolado. Ela expõe a consolidação do
poder político das religiões no Brasil, sobretudo da evangélica,
que cada vez mais junta forças para impor sua agenda.
Os
parlamentares ligados a instituições religiosas já representam um
quinto do Congresso. Em 20 anos, o número de deputados federais e
senadores evangélicos mais que triplicou (saltou de 23 em 1990 para
73 em 2010), perdendo hoje só para a bancada ruralista. Com isso, os
embates com grupos de direitos civis, pró-liberalização do aborto
e das drogas, de direitos humanos e de defesa da laicização do
Estado se intensificaram.
Sob
o pretexto de “proteger a família e a vida”, os parlamentares
das bancadas católicas (22 congressistas) e evangélicas deixam as
diferenças de lado e trabalham juntos para tentar conter o avanço
de pautas como aborto, casamento homossexual e liberalização das
drogas.
As
alianças formadas pelas bancadas religiosas têm grande poder de
ramificação. Como exemplo, a Frente Parlamentar em Defesa da Vida e
Preservação da Família, que une católicos, evangélicos e outros
políticos de alguma forma ligados a esses preceitos, conta com 192
parlamentares (40% do Congresso). “Não são somente eles que são
conservadores. Eles vocalizam boa parte do que a população
brasileira pensa sobre aborto, direitos das mulheres e de
homossexuais”, diz Christina Vital, professora de ciências sociais
da Universidade Federal Fluminense (UFF)..
Frank
Usarski, professor de ciências da religião da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), diz que, em comparação
com a Alemanha, por exemplo, o pluralismo das forças religiosas é
menor no Brasil, porém a influência da religião é maior. “O
enraizamento das igrejas na consciência e na realidade social dos
brasileiros é maior”, afirma.
Dessa
forma, as religiões ameaçam o Estado laico brasileiro, como alerta
o livro Religião e política: uma análise da atuação de
parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e de LGBTs no
Brasil.
O estudo é de autoria dos pesquisadores Christina Vital e
Paulo Victor Leite Lopes. Nele, os autores descrevem o avanço dos
evangélicos na política na década de 1980. As igrejas passaram a
reivindicar um lugar para si a fim de ampliarem a influência de suas
tradições e valores.
O
Brasil se tornou formalmente laico a partir da primeira Constituição
Republicana, em 1891, mas a igreja Católica sempre fez esforço ao
longo desse período para garantir presença no Estado público. Como
exemplo, está a introdução na Constituição de 1934 da
obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas públicas
brasileiras. “No Brasil, há uma enorme presença do elemento
religioso no espaço público”.
Lamentavelmente,
enquanto a maioria não se interessa pela sua história religiosa,
política, científica, geográfica etc, há uma minoria muitíssimo
interessada em dominar por meio daquilo que a maioria acredita. Deus.
Edson
Moura