Por: Marcio Alves
É inegável o peso que Sartre tem para todo o pensamento psicológico, e, diante disto é que trago, apenas dando ênfase na área da psicologia, o porque que Sartre é tão foda.
É inegável o peso que Sartre tem para todo o pensamento psicológico, e, diante disto é que trago, apenas dando ênfase na área da psicologia, o porque que Sartre é tão foda.
Segundo o estudioso Schneider, as contribuições sartrianas foram,
sem duvida, de suma e real relevância, pois até aquele dado momento, a
psicologia estava muito presa ao mecanicismo e cientificismo, e o filosofo
Frances Jean-Paul Sartre (1905-1980) surge com sua feroz e contundente critica
e proposta de novos fundamentos aos modelos psicológicos já existentes daquela
época, e, isto, através da fundamentação na fenomenologia de Jaspers, Husserl e
Heidegger, mais a construção interdisciplinar entre marxismo, psicanálise e o
próprio existencialismo sartriano, o que será uma constante em toda sua obra,
apoiada em dois métodos principais para uma “psicologia existencial”; o
biográfico e o método progressivo-regressivo. (2008 p.289-291)
Sartre entendia e até defendia a psicanálise como um método essencial
que contribuía e possibilitava com seu estudo sobre o desenvolvimento infantil,
numa compreensão mais abrangente dos fatores de “influenciação” do sujeito, que
não era limitado como o marxismo propunha em ser apenas histórico e cultural
rejeitando e negligenciando assim a historia individual, mas também através dos
micro-grupos, como a família, no qual o sujeito estava inserido.
O
método biográfico que Sartre propusera de investigação do sujeito é uma forma
de compreensão totalizante e globalizante do individuo, visto como
ser-no-mundo, partindo sempre do singular para o universal, e do universal para
o singular, procurando sempre fazer uma ligação dos fatos concretos da vida
individual deste sujeito, com o momento histórico e circunstancial vivido pelo
mesmo
Sartre critica a maneira mecanicista pela qual as biográficas são
elaboradas, em considerar apenas o lado externo do sujeito, como historicidade,
culturas, época, meio educacional, hereditariedade, fatos vividos,
circunstancia inserida e tudo o mais que esta relacionada com o mundo externo
que o sujeito vive e se desenvolve.
Mas
Sartre não apenas critica este modelo cientificista, como propõem uma nova
abordagem biográfica, com a qual a psicologia será grandemente afetada e
enriquecida, pois sua proposta é que o sujeito da historia, e não apenas a
historia do sujeito, seja levado em conta, pois não se deve analisar apenas o
contexto externo do individuo, mas antes, e, principalmente, seu mundo interno,
particular e concreto, em outras palavras, o sujeito em “carne e osso”. (2008
p. 297)
Ou seja,
não é somente a biografia em quanto histórica, social e biológica que faz o
individuo “ser quem ele é”, mas também, do individuo, como ser ativo, e não
somente passivo, que apropria do que “fizeram ele ser quem ele é”, para “se
tornar quem ele fez com o que fizeram dele ser”, atingindo sua dimensão
psicológica e singular de sujeito em construção.
Portanto, o homem é construído na medida em que vai construindo, e,
constrói, na medida em que vai sendo construído também, numa relação dialética
com seu meio, num “eterno” vai e vem, e, por isso, Sartre estabelece o método
progressivo-regressivo, que consiste compreender a realidade humana como um
movimento dialético entre objetivo (historia, época, cultura, educação,
trabalho e etc) e o subjetivo (assimilação do sujeito que ativo apreende
internamente o que esta fora dele)
.
Concluo então, que as principais contribuições de Sartre para
a psicologia foram:
(1) Sua critica construtiva e
demolidora contra o subjetivismo, mecanicismo e mentalismo reinante na
psicologia, principalmente behaviorismo e psicanálise clássica, onde o
subjetivismo dava ênfase apenas ao mundo interno do sujeito, ficando assim por
demais reducionista, não considerando o mundo externo e a relação deste com o
sujeito, e do sujeito com este, pois o sujeito não é apenas produto do meio,
mas produtor também. Já a ênfase mentalista considerava este mundo interno como
uma estrutura já pronta, pré-dada e pré-determinada, negando as possibilidades
abertas frente ao sujeito, e, por ultimo, a visão mecanicista do meio como
único determinante do ser, que segundo Sartre, “se faz na medida em que é
feito”.
(2) E,
finalmente sua proposta de uma nova psicologia e psicanálise existencial onde
considera como método principal de investigação do individuo, a dialética do
contexto amplo, como sua vida privada (singular/universal), não descartando o
mundo fora como de dentro, onde o sujeito no final é o responsável absoluto por
fazer a síntese entre objetivo e subjetivo, entre a passividade de “ser o que o
seu meio totalizante fez dele ser”, e o que ele “fez com o que fizeram dele
ser”.
Esta
postagem é um pequeno resumo do trabalho acadêmico que fiz para a
disciplina teorias humanistas
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