Por:
Marcio Alves
Hoje
mais maduro e experiente do que ontem, não nego a importância do significado e
simbolismo da religião apesar de ser ateu, não considero a religião como
absolutamente indispensável e negativa para humanidade, porem, considero o ateísmo
muito mais belo do que qualquer crença existente em Deus ou Deuses.
A
beleza do ateísmo reside justamente no fato de não haver Deus, de não haver um
criador, que, por qualquer motivo ou propósito, tenha criado um boneco para um
fim determinado ou para sua gloria narcísica, mas que o homem existe e está
absurdamente lançado na existência sem qualquer destino traçado, que ele è
senhor de sua própria historia, ainda que limitado pelas condições e restrições
sociais e culturais.
Fico
maravilhado com a ideia do ateísmo não porque seja mais verdadeira ou real do
que os pressupostos religiosos ou filosóficos, sejam eles quais forem, mas
porque a imagem do homem totalmente perdido, abandonado, desamparado, numa
absurda solidão cósmica è sensacional, absurdamente linda, embora seja muito
desesperadora.
Claro
que seria muito mais fácil, como se tem sido, acreditar na existência de algum
ser superior que por alguma razão tenha criado a gente, mas, o ateísmo com sua visão
assustadora e vazia de que estamos sòs no universo, dignifica o homem, pois o
homem não é um boneco fabricado pelas indústrias celestiais cujo dono é o todo
poderoso, mas um ser incriado que sempre existiu e foi evoluído através dos
tempos, ou que surgiu através de uma milagrosa existência cega e aleatória,
como um acidente da matéria.
Seja
qual for a visão ateia, ela confere um sentido ultimo e supremo para o homem, o
sentido, de que tudo que somos é o que temos sido, e a vida começa e acaba
quando a vida começa e acaba, despertando um valor absurdo para a vida, pois
tudo se resume aqui e agora, tendo se um breve momento, uma breve respiração,
que se esvai como areia pelos dedos.
Se
existe Deus e se a vida fosse para sempre eterna, do que valeria viver esta
vida? Porque se importa com cada segundo do nosso tempo que se esvai, se ao
morrermos vamos viver para sempre, e, num lugar infinitamente melhor? Porque lutar
e insistir tanto em viver, se a morte seria a solução para todo sofrimento
humano, nos recompensando com uma vida gloriosa e majestosa do outro lado da
vida?
Sinto
que toda humanidade, seja ateu ou religioso, esta no mesmo barco á afundar no
oceano do vazio, do medo, da solidão, do desamparo cósmico, e, mais, sinto como
uma sensação visceral e forte, de que no fundo, no fundo, todos nós sabemos
desta solidão, de que o universo é indiferente á nós, de que com a morte vem
também nosso fim, só não queremos aceitar, lutando em sempre acreditar muito
mais desejando do que realmente sabendo, de que tudo se resume a esta nossa efêmera
e insignificante vida, talvez por isso, tudo em nós clama respirando o
contrário; de que somos filhos amados de Deus, e, de que ao morrermos, iremos
para o paraíso encontrar todas as pessoas que amamos, e que iremos viver
felizes para sempre....nada mais absurdo, mas, com toda certeza, desejo
legitimo de nós mortais.
Por
isso, ninguém é cem por cento ateu e/ou religioso, mas dentro de cada um de
nós, existe um ateu e um religioso, e, religioso no sentido de que, se não tem
duvida de que Deus não exista, pelos menos, no mínimo desejar inconscientemente
que ao fecharmos os olhos, alguém esteja do outro lado nos esperando de braços
abertos.
Impressionante
a ideia do ateísmo, mas, com toda certeza, mas impressionante ainda somos nós
em agonia desesperadora buscar, desejar ou esperar que exista algo ou alguém para
alem desta vida....é a vida clamando por vida, negando a não existência, com
toda sua força e vigor, queiramos aceitar isto ou não, até porque, como já
dizia o mestre Schoppenhauer que a vida é uma vontade cega de sempre querer
mais, e mais da vida, pois no final de tudo, somos humanos finitos e amedrontados
com o nosso fim, mas desejosos sempre com mais e mais da vida.
“...ninguém é cem por cento ateu e/ou religioso, mas dentro de cada um de nós, existe um ateu e um religioso, e, religioso no sentido de que, se não tem duvida de que Deus não exista, pelos menos, no mínimo desejar inconscientemente que ao fecharmos os olhos, alguém esteja do outro lado nos esperando de braços abertos.”
ResponderExcluirAchei excelente a sua construção acima (rsrs)
Márcio,
O psicanalista Jacques Lacan, via uma mensagem ateia no cristianismo, ao considerá-lo como a morte e o luto do Pai todo-poderoso ante um Filho que se revela esvaziado de sua potência, entregue e abandonado às consequências felizes ou infelizes dos desejos humanos, corroborando com o que anteriormente, dissera Hegel:
“É pelo cristianismo que se completa a destruição dos deuses”
o texto que é belo, bem escrito, gostoso de ler, ritmado, dinâmico mais nao vejo nada de belo deste ateismo com uma ideia tao brilhante sobre um existencialismo ateu que só resulta em agonia e desespero, pois a beleza mesmo esta na vida em si e nao no ter ou nao uma origem divina programada ou aleatória despropozital. bela é vida que possibilita beleza em todas as crenças e filosofias do mundo!!!
ResponderExcluirEsdras para a vida ser bela em si mesma, possibilitando toda a beleza presente na pluralidade crenças e filosofias só é possivel se deus não existir, pois dai, podemos dar o significado que quisermos, inclusive religioso, para a existencia.
ResponderExcluirLEVI acertou bem em cheio, porque foi atraves deste cristo esvaziado, deste deus impotente, que muitos chegam ao ateismo, porque neste sentido, a grande questão é: "para que adorar um deus esvaziado de poder?"
ResponderExcluirNão concordas mestre? rsrsrs
A Paz de Cristo, que bela iniciativa em nos presentear com esta maravilhosa postagem.
ResponderExcluirEdificante para nós que estamos direcionados a evangelizar o mundo.
A propósito, caso ainda não esteja seguindo o meu blog deixo aqui o convite:
http://frutodoespirito9.blogspot.com/
Em Cristo,
***Lucy***
P.S. visite também o blog do irmão Araújo Jorge
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Temas bíblicos atuais e mensagens abençoadoras.