Um dos grandes enigmas da existência pra mim, é a bondade (ou , o “bem”, se preferirem): existe mesmo, como realidade concreta no mundo ou é apenas uma invenção humana, mera abstração, apenas uma palavra criada em nosso vocabulário?
Acho risível, beirando a uma explicação de “jardim de infância”, dizer, simploriamente, que o mal é pura e simplesmente o contrário do bem, pois tenho a sensação de que o mal, ah, o mal, o conhecemos tão clara, inequívoca e objetivamente, que nos soa até muito familiar – diria eu, familiar até “demais”.
Bastar sair de casa, conversar com um vizinho, ouvir rádio, assistir TV e acessar a internet para ver, de maneira escancarada, todo o mal, que como um vírus, nos contamina, se alastrando pelos quatro cantos da terra, se estendendo até os seres humanos.
Uma prova cabal e corriqueira de maldade é olharmos para uma criança “inocente”, “pura”: nela, a maldade impera em toda sua “crueza” - no sentido, de “crua”, sem a polidez (hipocrisia?) social, na sua ainda “indomável” e “indomesticável”, “natureza” “selvagem”.
Ou seja: a maldade na criança é uma maldade “pura”, sem a sofisticação "maquiavélica" do adulto – a criança não “pensa” nos prós e contras, calculando as vantagens e desvantagens de suas ações, como por exemplo, de não dividir o brinquedo ou lanche com outra criança, como nós adultos.
Comparo o ato de bondade a um ato de heroísmo, de pura coragem: praticar o bem “sem olhar a quem” ou o que receberá em troca, é um verdadeiro gesto sublime de coragem num mundo onde reina a covardia e o mal, onde um, alimenta o outro, e vice-versa.
A bem da verdade, penso, que o verdadeiro e maior milagre em nosso mundo, é o de encontrarmos, e assim, podermos tranquilamente afirmar sem sombra de dúvida, o que é o bem, a bondade, e o amor totalmente desinteressado.
Tanto é, que não há dúvidas de que, quando tal gesto se manifestar diante de nós, saberemos que estamos diante de um daqueles milagres raríssimos em nosso mundo, daqueles momentos únicos, que devem ser eternizados.
Enfim, o mal, este conheço muito bem, tanto dentro como fora de mim, mas agora, o bem, há, este tem sérias dúvidas se existe mesmo.
Como diria o Apostolo Paulo “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço". Por isso, rasgo minha roupa, bato no meu peito, e grito “miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte”.
Marcio Alves #MinhasDivagaçõesReflexivas
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