Por: Marcio
Alves
Assim como o
tempo é marcado por quatro estações, sendo elas primavera, verão, outono e
inverno, e cada uma delas sendo diferentes umas das outras, tendo sua
singularidade e importância, assim também o é o ser humano que vive quatro
estações de vida distintas, e, todas elas com inicio e fim, com toda sua longa e
efêmera trajetória de vida, que será marcada diferentemente em cada uma delas,
sendo em todas, ele mesmo, mesmo que ele não seja o mesmo, pois assim como o
tempo está a mudar constantemente, também somos “condenados” passar pela
metamorfose do tempo e experiências, umas belas, outras trágicas, mas todas
elas de fundamental importância para nos levar a ser que somos e quem não
somos.
Primavera é
quando nascemos e passamos a existir na existência do mundo, sendo esta estação
o inicio do começo de tudo na nossa vida humana e de tudo que esta ainda por
vir, aonde começa a brotar e florir as primeiras flores coloridas de nossa insignificante
e bela existência. Nessa estação, tudo é novo, belo e mágico, onde tudo é
marcado pelo tempo que parece ser eterno, aonde vamos vivendo as primeiras
experiências da vida.
Parece que
toda caminhada trilhada humana para frente, na verdade é um caminho de busca
para trás, de volta para o inicio, para as primeiras recordações da primavera.
Na segunda
estação da vida, chamada de verão é quando somos jovens, estamos no auge da
vida com pleno vigor físico, intelectual e sexual, onde somos atraídos pela
nossa exuberância de beleza e desejo de viver cada vez mais intensamente, onde
não nos preocupamos com a vida, e muito menos com a morte. Alias é nesta fase
que temos a sensação de onipotência, que parece que somos imortais e eternos,
não conseguimos ainda imaginar que podemos a qualquer momento morrer, pois só
queremos aproveitar e viver intensamente a vida. São raros os momentos de
raríssimos lampejos do frio que ainda esta para chegar em nossas vidas.
Já na
terceira estação da vida que é o outono, é o momento de maior crise e dor é
quando nos vemos impotentes, seres finitos, condenados irremediavelmente a
velhice para depois a morte e ao fim do ciclo da vida. É a fase das crises de
valores, ideais, objetivos e motivações, onde paramos para analisar os caminhos
trilhados, descaminhos jamais aventurados. Infelizmente é um momento de dor, da
consciência de que muitas das coisas que sonhamos não se concretizaram e nem
que vão se concretizar. É a hora da verdade conosco mesmo, do enfretamento da vida tal como ela é, e não como idealizavamos que fosse ser. Nessa fase da vida, não há
mais tantas flores, vemos o nosso mundo muitas vezes em preto e branco, não
sentimos mais o calor do verão, e a nossa vida como historia parece esvair
pelos nossos dedos como areias assopradas e espelhadas pelo vento frio e
indiferente do inverno inevitável que se aproxima.
Finalmente,
chegamos ao nosso ultimo estagio que é o inverno, nele, não estamos mais em
crise conosco, sabemos que o nosso fim é inevitável, que resta apenas poucos
anos de vida.
Já não há mais
crise, mas apenas o frio da noite escura que sombriamente se aproxima de nós.
Mas já não
há mais medo e resistência, como luta contra a morte, mas apenas a aceitação do
destino inexorável de nossas vidas. E o que fica é uma consciência madura, sábia,
ainda cheia de vida, num corpo “morto” pela velhice sem esperança e sonho juvenis, já sem o vigor físico de
outrora, marcado pelas inúmeras tragédias, tristezas, sofrimentos, mas também
pelos amores e experiências nostálgicas vividas no tempo mágico da primavera e
verão de nossas vidas.
E a pergunta
que restará a todos nós respondermos através da experiência das quatro estações
é: a vida que vivemos, todas as tristezas como alegrias, derrotas como
vitorias, conquistas como frustrações, valeu apena mesmo ser vivida?
Tenho a
sensação de que esta pergunta começa a ser respondida no primeiro momento em
que nascemos, pois não são as palavras que irão responder esta pergunta, mas sim a
nossa própria existência.
DEUS EXISTTIIIIIII SIIMMMM SEUS MISERAVEIS
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