quarta-feira, 18 de julho de 2012

As quatro fases da vida humana



Por: Marcio Alves

Assim como o tempo é marcado por quatro estações, sendo elas primavera, verão, outono e inverno, e cada uma delas sendo diferentes umas das outras, tendo sua singularidade e importância, assim também o é o ser humano que vive quatro estações de vida distintas, e, todas elas com inicio e fim, com toda sua longa e efêmera trajetória de vida, que será marcada diferentemente em cada uma delas, sendo em todas, ele mesmo, mesmo que ele não seja o mesmo, pois assim como o tempo está a mudar constantemente, também somos “condenados” passar pela metamorfose do tempo e experiências, umas belas, outras trágicas, mas todas elas de fundamental importância para nos levar a ser que somos e quem não somos.

Primavera é quando nascemos e passamos a existir na existência do mundo, sendo esta estação o inicio do começo de tudo na nossa vida humana e de tudo que esta ainda por vir, aonde começa a brotar e florir as primeiras flores coloridas de nossa insignificante e bela existência. Nessa estação, tudo é novo, belo e mágico, onde tudo é marcado pelo tempo que parece ser eterno, aonde vamos vivendo as primeiras experiências da vida.
Parece que toda caminhada trilhada humana para frente, na verdade é um caminho de busca para trás, de volta para o inicio, para as primeiras recordações da primavera.

Na segunda estação da vida, chamada de verão é quando somos jovens, estamos no auge da vida com pleno vigor físico, intelectual e sexual, onde somos atraídos pela nossa exuberância de beleza e desejo de viver cada vez mais intensamente, onde não nos preocupamos com a vida, e muito menos com a morte. Alias é nesta fase que temos a sensação de onipotência, que parece que somos imortais e eternos, não conseguimos ainda imaginar que podemos a qualquer momento morrer, pois só queremos aproveitar e viver intensamente a vida. São raros os momentos de raríssimos lampejos do frio que ainda esta para chegar em nossas vidas.

Já na terceira estação da vida que é o outono, é o momento de maior crise e dor é quando nos vemos impotentes, seres finitos, condenados irremediavelmente a velhice para depois a morte e ao fim do ciclo da vida. É a fase das crises de valores, ideais, objetivos e motivações, onde paramos para analisar os caminhos trilhados, descaminhos jamais aventurados. Infelizmente é um momento de dor, da consciência de que muitas das coisas que sonhamos não se concretizaram e nem que vão se concretizar. É a hora da verdade conosco mesmo, do enfretamento da vida tal como ela é, e não como idealizavamos que fosse ser. Nessa fase da vida, não há mais tantas flores, vemos o nosso mundo muitas vezes em preto e branco, não sentimos mais o calor do verão, e a nossa vida como historia parece esvair pelos nossos dedos como areias assopradas e espelhadas pelo vento frio e indiferente do inverno inevitável que se aproxima.

Finalmente, chegamos ao nosso ultimo estagio que é o inverno, nele, não estamos mais em crise conosco, sabemos que o nosso fim é inevitável, que resta apenas poucos anos de vida.
Já não há mais crise, mas apenas o frio da noite escura que sombriamente se aproxima de nós.
Mas já não há mais medo e resistência, como luta contra a morte, mas apenas a aceitação do destino inexorável de nossas vidas. E o que fica é uma consciência madura, sábia, ainda cheia de vida, num corpo “morto” pela velhice sem esperança e sonho juvenis, já sem o vigor físico de outrora, marcado pelas inúmeras tragédias, tristezas, sofrimentos, mas também pelos amores e experiências nostálgicas vividas no tempo mágico da primavera e verão de nossas vidas.

E a pergunta que restará a todos nós respondermos através da experiência das quatro estações é: a vida que vivemos, todas as tristezas como alegrias, derrotas como vitorias, conquistas como frustrações, valeu apena mesmo ser vivida?
Tenho a sensação de que esta pergunta começa a ser respondida no primeiro momento em que nascemos, pois não são as palavras que irão responder esta pergunta, mas sim a nossa própria existência.

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