Por: Marcio
Alves
Um Deus mal
e perverso no controle absoluto do universo, jogando com nossas vidas,
brincando e se divertindo com nosso destino, sem alguém superior a Ele para
prestar conta do que faz conosco, rindo de nossas desgraças, provocando
diversos tipos de catástrofes no mundo, não se importando com ninguém, atraído
por sórdidas maldades, quem já imaginou um Deus assim? Ou, quanto um Deus assim
pode ser temido?
Sempre
quando se imagina um Deus, ou quando a religião cria, sistematizando uma crença
em Deus, ela parte dos anseios mais profundos do porão do inconsciente humano,
sendo assim, por mais que Deus seja punitivo com os outros que não compartilham
da mesma crença e religião, com elas (seguidoras daquela religião), Deus sempre
será aquele pai presente, que cuida, ama e preservar os seus filhos, mesmo
quando os castiga, faz isto porque ama e se importa com eles. Nesta crença esta
embutida, algumas vezes de maneira imperceptível, o “medo de Deus” que toda
religião se utiliza para manter seus seguidores fieis. (No cristianismo é o
inferno, no espiritismo é o carma, no budismo o samsara e assim por diante)
Esta crença
propriamente dizendo é o lado mais infantilizado de todas as religiões, porque
em meio a bilhões de seres humanos, com um universo “infinito” para controlar,
Deus se importaria logo com este planeta tão pequeno e com seres humanos tão
insignificantes (comparados a toda grandeza do universo)?
Pior do que
a sua não existência (ateísmo) ou abandono total do nosso planeta (deismo) é a
possibilidade de um Deus perverso, déspota, arrogante e malvado no controle do
universo. Imagina se no final de tudo – de uma vida de sofrimento, porque o
sofrimento esta ligado a existência, todo mundo sofre de alguma maneira e nível
– após a morte, existir vida, e nós tivermos que pagar por toda eternidade,
prestando conta (cristianismo) diante de um Ser maléfico, que criou uma camará
de tortura com “fogo e enxofre” para atormentar nossa vida, e, isto sem fim?
Ou seja, a
ideia da existência de Deus é mais apavorante do que a sua inexistência, porque
se Ele não existe, não há o que temer, nem em vida e nem depois da morte, mas,
e se Ele existir de verdade, quem é capaz de saber como Ele é, e, o que fará
conosco?
E, todas as
pistas no mundo indica que se há um Deus quem criou tudo, Ele deve ser muito
perverso, porque criou um mundo de sofrimento, seres humanos sádicos, uma
natureza muito violenta, ou seja, se Ele fosse realmente bondoso, porque não
criou um mundo com menos sofrimento?
A questão do
sofrimento que eu coloco aqui, e, que sempre foi uma “pedra” no “sapato” do
teísmo (crença em Deus) não é o sofrimento moral, causado por outros seres
humanos, ainda que Ele pudesse ter feito um ser humano com uma natureza melhor,
mas antes, o sofrimento existencial, com milhares de doenças...imagina uma
criança encefálica, (apenas um exemplo, para não citar todos) como pode um Deus
bom e justo, permitir tamanha crueldade, ainda mais com um ser que não foi
capaz de fazer nem bondade e nem maldade ainda?
Sem falar na
natureza tão violenta e cruel, por que desde que o mundo é mundo, sempre houve
catástrofes, a diferença é que não tinha tantos seres humanos vivendo de modo
aglomerado, pois imagina um terremoto na cidade de São Paulo hoje, por exemplo,
que catástrofe seria? Diferente se fosse um lugar deserto, há milhares de anos
atrás, totalmente desabitado por pessoas...junta se a isto, o fato de termos
acesso a todo tipo de informação mundial, isto significa, que temos mais
informações hoje do que antes, o que dá a impressão de que o “mundo esta
realmente acabando” – a questão principal aqui é: ou Deus existe e é mal,
porque criou de propósito um mundo hostil ao ser humano, e aí meu amigo, se
existir um Deus assim nós estamos literalmente “fudidos”, ou Deus não existe e
a natureza é “cega” e podemos viver e morrer em paz, porque quando “acabar”,
para nós realmente “acabou”, de qualquer jeito estamos todos nós (raça humana)
no mesmo barco em meio ao mesmo oceano, a diferença é como enxergarmos e/ou como
queremos enxergar este oceano....
Como a
ciência em questão de Deus não pode provar que Ele existe ou não existe, cabe a
você meu caro leitor decidir; acreditar em Deus de maneira religiosa, pessoal (teísmo)
e viver a vida “pisando” em ovos, não sendo e não assumindo os riscos de uma
vida sem Deus, com liberdade de ser e fazer o que se deseja, até porque na
crença Deus é aquele eterno estraga prazer que sempre esta com o seu olhar
onipresente de quem não se pode fugir, ou acreditar como os filósofos que Deus é
impessoal, (deismo) que não interfere em nossas vidas, e/ou ainda como os ateus
(ateísmo) que simplesmente ignoram não acreditando em deus ou deuses, e
continuar vivendo a vida totalmente voltada para o “aqui e agora”, sem o peso
de ter que prestar contas a Deus, mas apenas a sua consciência?