domingo, 31 de outubro de 2010

"A vingança" parte II




...e num momento de estúpida lucidez...puxei o gatilho.

 Puxei o gatilho e fiquei ali parado ouvindo o estampido do tiro ecoar pela manhã que parecia me recriminar pela minha atitude. Enquanto a fumaça da pólvora se dissipava e misturava-se com a neblina eu observava trêmulo, o corpo do homem caído ao chão. Minhas mãos sentiam o calor gerado pelo disparo, e aos poucos o cano da arma ia esfriando, enquanto eu tomava consciência do meu ato.

O Sol agora brilhava com mais intensidade, como se as ondas de calor que ele projetasse em minha direção fossem uma forma de me dizer se eu realmente estava satisfeito com meu trabalho. Uma lágrima correu pelo meu rosto, e a certeza de que aquele crápula que ficou estendido ao chão nunca mais cometeria adultério, me perseguiu pela mata enquanto eu corria em direção ao meu carro.

O sangue que escorrera de seu nariz já estava seco agora. Aos poucos ele recobrou a consciência e levantou-se meio atordoado, sem entender muito bem o que estava acontecendo. Fez uma rápida verificação para ver se encontrava o buraco causado pelo projétil... mas não encontrou nada. Foi então que olhou para uma árvore à sua frente e viu a marca da bala. 

Ele não atirou em mim! Ele não atirou em mim! Meu Deus, mesmo vendo o ódio estampado em seu rosto, e tendo a chance de acabar com a minha vida sem que ninguém soubesse, ele não atirou em mim! Por quê?

Eu chego em casa e desabo em minha cama. Uma história passa por minha cabeça enquanto eu tento pegar no sono. Fiz bem meu trabalho. Com certeza ele aprendeu a lição. Isto ficou claro ao ver como ele mijou nas calças enquanto eu apontava o revólver bem no meio de seus olhos. O susto foi tanto que ele até desmaiou... eu ri neste momento.

Ninguém tem o direito de tirar uma vida, isso eu aprendi como o meu mestre. O amor incondicional, a longanimidade, a mansidão, a temperança do Galileu nunca saíram de meu coração. Embora eu não acredite em muitas das estórias que me contaram sobre aquele “profeta”, eu jamais poderia negar que tudo que ele fez e a forma como lidou com a vida...e com a própria morte, são um exemplo para as gerações que virão.

Tenho certeza que aquele homem vai pensar mil vezes agora, antes de dar um passo errado. O bilhete que deixei em seu bolso contém as ordens para o próximo passo da minha vingança. Ele terá que cumprir tudo que eu deixei escrito. A primeira coisa a fazer é abdicar do cargo de pastor depois de uma confissão pública de seus atos. Em seguida terá que pedir perdão aos membros de sua igreja por tê-los enganado por tanto tempo. 

Eu deixo bem claro que estarei vigiando-o, e se ele não completar sua missão... não terei tanta piedade da próxima vez que nos encontrarmos pela madrugada. Finalmente o sono que há muito tempo havia rompido relações comigo, chegou... vou descansar um pouco agora,deitar minha cabeça no travesseiro, sem remorso, sem culpa, sem arrependimento afinal de contas...

A noite foi de matar!

Edson Moura

domingo, 24 de outubro de 2010

A morte em dois momentos


Não tenho medo da morte, tenho pena em morrer, pois o que é a morte, se não um acontecimento natural da própria vida? Ou será que a morte seria a negação da própria vida? Mas o que seria da vida se não fosse à morte? Pois não seria a morte quem alimenta a vida, ou será que é justamente o contrário?

Mas tenho pena em deixar esta vida. Vida que vivi, às vezes chorando, às vezes rindo, às vezes caindo, às vezes se levantando, mas em todo instante, uma vida de muitos instantes, que por serem instantes, podem ser transformados em eternos.

Eternos momentos de instantes eternos, de lembranças, de acontecimentos repletos de insignificância, mas ainda sim, carregados de vida, de beleza, pois o que é um momento diante de uma eternidade? Mas o que é uma eternidade diante de um momento?

Enquanto caminhamos rumo ao abismo da morte, vemos nossa vida a cada dia se esvaindo tal como areias que tentamos segurar, mas que escape entre os nossos dedos.

Não podemos reter, segurar a vida, pois a morte, ah a morte, essa musa tão assustadora, mas ao mesmo tempo tão atraente, às vezes da vontade de morrer logo, só para saber como é experimentar a morte.

Mas a morte não se experimenta na primeira pessoa, sempre é no outro que sentimos o que é morrer, pois quando a morte chega, ela com sua frieza e calor, nos leva indiferente ao nosso desejo de vida, mas neste momento não estaremos sendo mais, pois quando a morte é, nós não somos, mas enquanto estamos sendo, ela não pode ser.

Toda nossa vida é feita de momentos, quem sabe este não é meu último momento? Ultimo momento de respiração, ultima vez que vejo o por do Sol, o brilho das estrelas, as ondas do mar, ultimo momento que beijo minha amada, que brinco com meu filho, que leio um livro, que escrevo um texto, que assisto um filme, que ouço uma musica, que como aquela macarronada, que ando de bicicleta, que ouço o cantarola dos pássaros, que corro descalços pela praia, que durmo, que acordo, que abraço, que sorrio, que choro, que me emociono, que vivo, que .......morri!

Toda morte é a última morte de todo ser.

Por isso, o que dói não é a chegada da morte, mas a sua longa espera, espera esta, que no fundo ninguém espera, mas sabe que ocorrerá, quem sabe não seja por isso que a maioria das pessoas não gosta de pensar na morte, principalmente na sua própria morte, pois a morte é a única certeza infalível da vida.

Ou será que na verdade, não gostamos de pensar na morte, porque ela é um enigma? Como explicar a morte, se nunca morremos, e quando morremos, não podemos voltar e dizer como é?

Talvez seja por isso, que a única maneira de termos uma idéia, é se passarmos pela quase morte, pois todas as pessoas que já tiveram a sensação de quase morrer, são em sua maioria, mas conscientizadas pelo valor da vida....será que temos que passar pela quase morte, para podermos valorizar a vida?

Tantas perguntas sobre a morte que nos deixam sem palavras, pois a morte é tal como o Sol do meio-dia, que em seu esplendor não pode ser contemplado, olhado, observado, descrito em palavras.

Morte, morte, como você é ao mesmo tempo odiada e querida...odiada pois leva quem nós amamos, não importa o quanto estejamos preparados, quando a morte chega para quem nós amamos, sempre ela choca, dói, é irresistível sua presença, não há como não chorar, não sentir tristeza, pois toda morte é singular, sempre são todos o primeiro a morrer.

Mas é querida, pois já pensou se nós fossemos eternos?
Não precisaríamos fazer nada, tudo perderia o seu valor, pois teríamos todo tempo do mundo para fazer qualquer coisa que não precisaríamos mais fazer nada.
Instante só é instante, pois é instante e não eterno.

Por justamente sabermos que a vida é breve, devemos viver com a maior intensidade possível, fazendo de cada momento nosso último momento, sendo nós, nós mesmos e não o que os outros querem que nós sejamos, pois quando a morte chegar, será a prova de que vivemos a existência.

Bem ou mal, isto dependerá de como vivemos nossa existência, pois tal como foi à vida assim também será a morte!



Por: Marcio Alves

sábado, 16 de outubro de 2010

A vingança

Embora o desfecho desta história que lhes conto seja fictício, devo deixar claro que o teor do conto é verdadeiro e acontece ainda hoje bem perto de mim. A minha intenção  é apenas deixar patente aos leitores que, sentimentos de ira e de justiça  passam a todo o momento por nossas cabeças, mas cabe a nós controlarmos o ímpeto vingativo e acalmar os nossos “corações” para não tornarmo-nos justiceiros insensíveis.

Resumindo ao máximo, começo a esclarecendo os motivos que levaram o Noreda a praticar tal ato. Durante cerca de dois meses ele observou atentamente o comportamento daquela mulher e daquele homem. O marido – um jovem de apenas 22 anos – saía bem cedo para trabalhar. Era quando o pastor chegava à casa do membro de sua igreja, para foder sua mulher durante horas.

Podia ver pela janela quando eles terminavam de transar e riam da total incapacidade do jovem corno, em perceber que sua mulher gostava muito mais de sexo do que ele poderia oferecer. Ela dizia que a culpa era dele mesmo, pois ele preferia ir para a igreja ensaiar com a banda do que ficar em casa e dar conta do recado.

Certa vez o pastor fez uma visita na casa com o pretexto de fazer uma campanha de oração por ali...só os três. Ao terminarem, o marido foi tomar banho enquanto a mulher – jovem 19 anos – foi passar um cafezinho. Não deu outra. Eles meteram ali na sala mesmo. Rolou até sexo anal. Enfim, tudo isso irritou muito ao Noreda e o levou a tomar uma atitude radical.

Depois de abordar o pastor numa esquina escura e desmaiá-lo com um golpe na cabeça com o cabo do revólver, jogo-o dentro de um porta-malas e levou-o até o monte onde muitas vezes ele traçou a mulher do membro. Ele está sangrando muito, não me preocupei nem em averiguar se ele estava morto. Arranco-o com brutalidade de dentro do carro e começo a socar sua cara. Então ele acorda, sem entender nada ele me pede que leve o que quiser mas não o mate.

Não quero nada que você possua. Eu digo.

Você vai morrer hoje cara! Está preparado para isso? Vou livrar o mundo de uma desgraça...uma doença que é você. Você sabe porque estou fazendo isto, não sabe? Você é um enganador, você fere um mandamento divino que é o de não cobiçar a mulher do próximo. Vou matá-lo, mas antes vou fazê-lo sofrer. Quero que tenha tempo para se arrepender.

Minha vós treme e a arma parece pegar fogo em minha mão. O aço do revólver parece ter se fundido à minha pele. A sensação é ruim e boa ao mesmo tempo. Um filme passa em câmera lenta em minha cabeça. Perguntas do tipo: “que direito eu tenho de fazer isso?” ou “o que faz de mim um cara melhor do que ele?”. Não importa, eu vou matá-lo, não cheguei até aqui para "arregar" agora.

Pergunto para ele se ele quer morrer. Pergunto se ele mataria um homem se soubesse que sua mulher, é possuída quatro vezes por semana em sua própria cama. Pergunto se ele já imaginou a sensação de cair de boca na vagina de sua esposa, sem saber que horas antes ela estava cheia do esperma de outro homem. Ele não reponde. Posso ouvir um homem chorando agora. Ele chora, com o rosto ensangüentado virado para o chão. A terra do monte entra em sua boca enquanto ele respira pesadamente.

Vou matar este homem. Vou morrer aqui por dentro, mas cumprirei a missão que eu mesmo me dei. Nunca pensei que fosse tão pavoroso ter a vida de uma pessoa bem no final do cano de uma arma. Quero gritar. Quero entender o porque disso tudo, mas não grito. Olho para o céu e ele hoje está todo pontilhado com estrelas. Nunca vi um céu tão lindo. Nada me acalma, e a tremedeira, causada pela raiva, voltou.

Ele se levante e tenta virar para mim, mas eu o impeço com uma coronhada bem no nariz. O sangue jorra como um chafariz. Ele grita por misericórdia a Deus. Promete que nunca mais vai sequer olhar para outra mulher que não a dele. O Sol desponta no horizonte, já são quase cinco da manhã. Mando que ele aprecie o nascer do Sol, pois será seu último.

Ele agora está chorando como uma criança.

Eu não vou mais fazer isso, eu juro! Por favor, não me mate, eu tenho dois filhos cara!

Eu sei que você nunca mais vai fazer isso, agora eu confio em você. Mando que ele se ajoelhe de frente para mim. Olho bem dentro de seus olhos e vejo um homem apavorado, totalmente inseguro, desesperado, bem diferente daquele cara que pregava sermões moralistas enquanto traçava a mulher de um de seus membros da igreja.

Olho para o Sol mais uma vez. A arma está apontada bem entre os olhos do homem adúltero. Por um momento posso sentir a presença de Deus ao meu lado, em forma de calor, em forma de luz, mas sei que não é Ele...então, num momento de estúpida lucidez...
Puxo o gatilho.

Edson Moura

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Para quem sonha com estrelas


Noite nublada, manhã sem sol, luar sem lua, estrelas sem brilho, caminhantes de um destino a cumprir, a floresta adentro caminha assombra com suas escuridões.
Pergunte as trevas – diz a noite – , vemos sem olhar o escuro com seu claro apagar, de nostalgias e de esperanças nos blindar.

Amanhã será passado, mas hoje em estático estado de vislumbre sonhando acordado com as estrelas cadentes da vida, com seus cometas contingenciais, esperando a próxima desventura planetária do sub-mundo encantado da magia vestindo sua nudez com as roupas da primavera.

Conquistar não sendo conquistado pelo brilho estrelar, se pondo acima das nuvens, mas abaixo das estrelas, ao mesmo tempo em que vive morre-se também de esperança na espera do futuro amanhecer do dia em que se chamará hoje, porém flutuando no mar azul, com suas tormentadoras tempestades das crises que balançam nosso barco, jogando para lá e para cá.

Vemos o fim do começo do caminho ainda por trilhar, mas sempre a titubear entre ilusão e lucidez, pescando os peixes da alegria, ouvindo os pássaros cantar, e os ventos a nos contar como será nosso passado sem o futuro.

Mais uma vez lá vem ela com seu sorriso encantador, com seu choro desesperador, com sua voz altiva, blindando-nos com sua beleza encantadora e irresistível que fez com que deixemos nossos pesadelos nela...Oh morte porque demorais tanto assim para vir até nós?

Mas hoje não quero morrer sem ver o luar impregnado de fantasia e mistério, com fascínio vou dormir sobre os mais altos rochedos, esperando o voar das águias, as gotas das chuvas caindo sobre as nuvens, o fogo consumindo de desejo a água...Mas que mundo – diz Raimundo – , mas que homens – responde o mundo.

As estrelas não foram feitas apenas para se admirar, mas antes para se vencer, escalando os mais altos montes, descendo os mais fundos abismos, voando sobre os ventos, não deixando de se rezar pelas crianças que choram, ouvindo sempre os conselhos sábios das florestas.

Mas como está quente hoje – diz as flores – sedentas de justiças para com o mar que está revolto, mas que ainda não perdeu sua pureza, mesmo com ondas que vem e que vão, sem perspectiva de mudança.
O marinheiro que está deitado olhando para o céu e vendo de olhos fechado, escutando com sua respiração, sentindo com sua alma o vento calmo a assoprar e espelhar as nuvens.

O sol finalmente acordou para brilhar e assim, lá se foi às estrelas, que no próximo entardecer voltará para novamente ser sonhada pelos homens, procurada pela lua, vestida pela noite, despertada pelo vento, morta pela escuridão, mas acessa pelo fogo dos apaixonados.


Por: Marcio Alves


sábado, 2 de outubro de 2010

As colunas (parte III)

 Ao aproximarem-se da maior e mais poderosa de todas as colunas, Logomeu e Psiquemom estagnaram atônitos. Era magnífica...imponente...soberana sobre toda e qualquer coluna que eles já tinham visto. Entreolharam-se e por um momento Logomeu detectou medo nos olhos brilhantes de Psiquemom. Ele (Logomeu) não culpava Psiquemom por ter este tipo de sentimento, afinal de contas, muitos já haviam chegado até ali mas o que restara dos bravos guerreiros era apenas um amontoados de ossos aos pés da coluna que nem sequer fora arranhada pelas investidas dos desconstrutores que por ali se aventuraram.

Precisamos destruí-la amigo! Disse Logomeu.

Esta coluna tem atraído nossos irmãos por milênios. Povos de todo o mundo são capturados pela crença de que esta coluna deu origem ao nosso mundo e a todos os outros mundos que existem na vastidão do universo. Nós “sabemos” que isso não é verdade...ou melhor, sabemos que não existem provas de que isso seja verdade. Não precisamos temer aqueles que nos apedrejam por tentarmos acabar com a ilusão de que a origem se deu desta forma. Não podemos recuar agora. Vamos em frente!

Mas Psiquemom, por ser mais cauteloso que Logomeu, achou por bem, não investir contra a ela. Psiquemom dizia que não tinha certeza de que estavam certos. Dizia que tanto existia a possibilidade de tudo ter origem num só lugar...num só ser, como também poderia ser verdadeira a teoria de que o homem, assim como todas as espécies do planeta teriam surgido espontaneamente de uma evolução lenta e exponencial.

O temor de Psiquemom não era de ser punido pelo senhor daquela coluna, mas sim, os efeitos que poderiam causar aos fiéis seguidores da mesma. Muitos alienadunianos haviam se apoiado nesta crença para que suas vidas ganhassem um significado. Muitos haviam saído do fundo do poço e hoje gozavam de uma felicidade que jamais o existencialismo logomeuniano poderia proporcionar-lhes. Seria irresponsabilidade, ou como dizia Psiquemom, burrice, afirmar que a coluna era uma construção humana e não que o homem era uma construção da coluna.

Eu continuarei a caminhada Logomeu! Disse Psiquemom.

Você optou por ficar e lutar, mas eu apenas continuarei a caminhar, buscarei respostas mais adiante pois depois de tantos anos caminhando lado a lado, tudo que consegui foram mais perguntas. E cada dia que passa as perguntas tornam-se mais difíceis. Sei que não vou convencê-lo a seguir comigo, também sei que você jamais trairia suas convicções, pois, como você mesmo diz: “não é saudável para um alienaduniano, ir contra sua consciência”. Você saiu de uma caverna que era a crença cega na coluna, mas agora, entrou em uma nova caverna que é o ceticismo radical. Eu porém, prefiro não entrar com você nesta caverna. Vou continuar caminhando e quem sabe um dia encontrarei respostas para minhas indagações?

E Logomeu chorou. Chorou como nunca antes havia chorado. Ele entendia que o amigo precisava de mais tempo para pensar, e sabia também que desta vez ele não poderia influenciá-lo. Uma coisa era certa: Ambos haviam experimentado a fé na coluna durante anos, e justamente por este motivo, os dois tinham o total direito de falar que a coluna não existia...que era uma farsa...que fora inventada pelo próprio homem para confortá-lo das mesmas inquietações que afligiam Psiquemom agora. Na incerteza de uma vida sem sentidos, a melhor coisa a fazer é não tirar aquilo que, de certa forma, dá sentido à vida de muitos.

Psiquemom partiu. E quando já estava distante da coluna em que Logomeu ficara, olhou para trás. Viu o amigo investindo contra a coluna com toda sua força. O suor lhe corria ao rosto, as mãos sangravam pelas arremetidas contra a gigantesca coluna, as armas que trouxera para a batalha, já estavam despedaçadas. A luta era desleal. Logomeu era uma formiga diante da pilastra da fé alienaduniana.

Sentiu vontade de voltar e lutar com o amigo, mas Psiquemom também sabia que não podia fazer isso. Logomeu, assim como ele, também precisava de um tempo sozinho. Precisava domar a fera que existia dentro de si, para só então entender que a coluna que ele tenta desesperadamente derrubar a golpes de mão...nem sequer irá arranhar...

Edson Moura