segunda-feira, 16 de novembro de 2015

"mea maxima culpa"

"Quando um cientista, ou um químico cria algo e este algo acaba gerando efeitos colaterais causando algum mal, esta pessoa é punida pela comunidade científica e mais ainda pela sociedade. Vê seu nome arrastado pela lama e dificilmente conseguirá acabar com o preconceito ali estabelecido. Pois bem, partindo desta lógica, esta aplicação deveria ser regra de vida para todos, ou seja, quem erra assume seus erros e a punição não deveria passar da pessoa do condenado.

 
Mas aí é que começa a discussão filosófica. E vocês entenderão depois de eu apresentar os fatos. Partindo do pressuposto religioso de que deus criou todos os homens e concomitantemente todas as coisas que existem fica impossível não fazer uma analogia. 

Está mais do que provado que o homem é um ser falível seja biologicamente ou moralmente. E quando paramos para pensar que um ser perfeito como deus deu origem a um ser imperfeito como o homem, como poderíamos jogar a culpa nos ombros da criatura? Ora, é sabido que se um sujeito cria um Pit Bull desde filhote e este se torna um cão agressivo e em determinado momento ataca alguém, esta pessoa responderá pelos crimes de lesão corporal cometidos pelo animal.

Então é correto afirmar que chegamos à conclusão de que as falhas do homem não são culpa sua e sim daquele que o criou cheio de defeitos. Este é o primeiro golpe que a divindade leva nesta luta no campo das conjecturas. Ele falhou! 

Mas há quem diga que ele se redimiu, enviando um salvador para a humanidade. Um ser que, este sim, seria perfeito, sem máculas, sem pecados, totalmente ético e moral, e este inocente será punido por todos os males que a humanidade causou. Novamente, nada mais repulsivo do que tentar consertar um erro com outro erro. Punir um inocente pelo erro de outrem. Isto sim nos afeta moralmente, ora, por sabermos que alguém já foi punido por um erro que cometemos e pelos erros que possivelmente cometeremos, creio eu, geraria uma deformação no caráter de qualquer pessoa minimamente inteligente.

E se este raciocínio dialético é de certa forma uma capacidade dada por este ser criador, novamente a criatura não poderia ser punida por pensar de forma tão distorcida, neste contexto fático, a culpa regressa a Deus, num ciclo vicioso interminável.

Então surge a pergunta: "Será mesmo que ter Fé, e atribuir nossos erros a outro, nos guarnecendo de uma graça advinda dos céus não seria uma fuga da responsabilidade de nosso atos?"

E outra pergunta tão importante quanto esta outra é: "Por que seria o ateu considerado uma escória na sociedade? Quando geralmente a única atitude que ele toma é assumir seus erros e arcar com a responsabilidade de suas ações, sem atribuir as vitórias a Deus e as derrotas ao diabo?"

Ser ateu, antes de mais nada, não tem nada a ver com a negação do Deus dos outros. Via de regra o ateu pouco se preocupa com o quê ou em quê os demais creem, ele simplesmente aceita que no processo evolutivo foi desprovido de algo que o permitiria encaixar-se no mundo ideal dos que acreditam. assumindo assim um fardo que terá que carregar até o fim de seus dias. é possível que neste processo ele sofra uma metamorfose e que passe a entender que mudar é preciso, e que por mais que não haja alguém o vigiando todo o tempo, alguns atos não devem ser praticados, pois feririam os outros, e ele teria que aceitar na hora que a punição viesse.

Ser ateu é ser responsável! Não só por si mesmo, mas também pelo outro, pelo mundo. Este mundo que segundo dizem os que creem, pertence ao maligno, o que na minha opinião já é por si só um contrassenso, uma vez que todos negam a este esperando por um outro melhor, descido dos céus, mas eu pergunto: "Alguém quer deixá-lo?" Óbvio que não. Todos querem ser curados de seus cânceres, inclusive pedindo a cura a Deus, para viver no mundo que pertence ao Diabo, rejeitando assim o convite natural de viver com o Pai que os criou. 

Difícil entender, quando nos dispomos a refletir sobre o tema,

Edson Moura

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Lealdade

Por que são assim as pessoas? E esta pergunta não é retórica. Gostaria mesmo der ter a resposta. Num mundo tão densamente habitado, tantas singularidades entre cada um de seus mais de sete bilhões de moradores, e mesmo assim, plural em outros pontos. Talvez plural não seja nem o termo correto, diria que é mesmo uma unanimidade. 
 

Insistimos em tentar mudar, ou mesmo moldarmos as pessoas que nos circundam, mas quando achamos que estamos tendo sucesso na empreitada, um balde da mais fria água nos é jogado ao corpo nu e quente, exacerbando a sensação de dor, aquela dor que nos dá vontade de gritar os mais inapropriados palavrões, como se só isso bastasse para amenizar o sofrimento.

Quando foi que a lealdade deixou de ser importante? Outra pergunta que ficará sem resposta. Ao que me parece, o homem não abandonou seu estado de natureza, e contínua acreditando que não se deve acreditar no outro, que a melhor defesa é sempre o ataque prévio. Não estou falando de guerra bélica, mas sim, uma guerra que se trava constantemente nos recônditos de cada um de nós. Não sou diferente, por mais que reflita a respeito do assunto.

A decepção com o outro ficou, creio eu, cicatrizada em nosso DNA por milhares, para não dizer milhões de anos, e assim ficará, sempre, como uma lembrança inconsciente de que não devemos baixar a guarda nunca. Há mal nisto? Talvez sim, talvez não, a tragédia é que por mais que nos protejamos, a dor virá inexoravelmente, e pegará de jeito até o melhor e mais preparado de todos os lutadores.

É tudo uma questão de adaptação aos tempos modernos, aceitação de um mundo extremamente competitivo, onde aquele que puder oferecer mais será o escolhido em detrimento de um outro que não se dispôs a dar o máximo do máximo de si. E o perdedor contemplará a vitória de seu adversário talvez vislumbrando um futuro onde o campeão também será substituído por um outro melhor. Alto engano? Talvez, mas faz cessar parcela ínfima da dor.

Lealdade existe? Não sei! Pelo que acabei de escrever acima, depreende-se que não. Aquela lealdade que fez com que pessoas morressem uns pelos outros. Uma fidelidade de um tempo em que não era necessário exigir a cabeça à espada do algoz, simplesmente ela era oferecida. Mas será que era lealdade ao outro ou à si mesmo e suas convicções filosóficas ou religiosas? Tantas perguntas faço, e sem respostas continuo.

É provável que seja ingênuo, me comportando como uma criança que não cansa de perguntar porque realmente não sabe a resposta. E é isso mesmo! Eu não sei responder às minhas próprias questões. Isto é filosofar? Acho que sim. Filosofar é viver, e viver não tem sido muito fácil para quem pensa, e sofre por não entender as coisas que gente grande não quer explicar. Talvez porque não saibam também.

Já disseram “eu sei que nada sei”, mas sabia sim, e muito, a verdade é que não queria ver ou não queria que notassem que sabia. Eu ainda não desisti de confiar nos outros, mesmo sabendo que são eles o inferno que habita em nós, e certamente é por saber disso que não desistirei de encontrar respostas para as perguntas que faço hoje, agora.

Quero muito o conforto de um aliado que morra comigo numa luta que nem seja nossa, ou seja apenas nossa. Quando procuro nas expressões, na linguagem corporal, ou facial uma pessoa que esteja disposta a pensar como eu penso, algo me manda parar em frente um espelho a admirar meu achado, o reflexo de um rosto que coadune das minhas ideias e das minhas expectativas para um futuro tão incerto. Nem sempre gosto do que vejo.

Apenas sei que esta pessoa ali, parada em minha frente, nunca traiu a si mesmo, nunca foi contra sua consciência, por achar que não era saudável fazê-lo. Esta pessoa vê o mundo pelas mesmas lentes que eu vejo. E o melhor, há uma reciprocidade entre eles, pois ambos sofrem as mesmas dores e têm as mesmas perguntas….todas sem resposta alguma.

Edson Moura

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Pra você que se diz estar apaixonada, mas que não tem ciúme, que é uma pessoa bem controlada e resolvida, por favor, não leia o texto abaixo!!!


Inicio essa reflexão novamente com uma frase do grande mestre Dostoiévski do livro que estou lendo “O Idiota” onde ele diz que “(...) é sabido que o homem excessivamente envolvido por uma paixão, sobretudo se já está entrando em anos, fica totalmente cego e disposto a suspeitar de esperança onde ela absolutamente inexiste; além disso, perde a razão e age como uma criança tola, mesmo sendo um poço de sabedoria”. (Dostoiévski, pg. 72, 2013)
 
É tão desnecessário o que vou dizer depois do que Dostoiévski disse aqui – tudo que vou escrever a seguir sobre esse trecho de Dostoiévski se torna diante de tamanha genialidade, apenas uma mera “nota de rodapé”, que escrevo muito mais como um exercício de reflexão pra mim mesmo, ou seja: se quiser, pode se dar o luxo de não ler o que escrevo abaixo, pois essa frase de Dostoiévski diz por si só – que vou novamente reproduzir esse mesmo trecho:
 
“(...) é sabido que o homem excessivamente envolvido por uma paixão, sobretudo se já está entrando em anos, fica totalmente cego e disposto a suspeitar de esperança onde ela absolutamente inexiste; além disso, perde a razão e age como uma criança tola, mesmo sendo um poço de sabedoria”. (Dostoiévski, pg. 72, 2013)
 
Aqui o mestre Dostoiévski nos brinda com uma reflexão de que mesmo as pessoas mais velhas, experientes, maduras, quando estão apaixonada – não um simples gostar e ter afinidades e achar que com isso, se está amando loucamente (até porque, gostar não tem tanto peso e importância, pois afinal, gostamos de uma serie de coisas, como musica, sorvete, dinheiro, assistir filmes, carro, sexo (rsrs) e etc..) – perdem o controle de si mesmas.
 
Daí que para a sabedoria grega antiga, o contrário da razão é justamente o pathos (paixão), sendo esta inimiga mortal da primeira, pois uma pessoa apaixonada é uma pessoa possuída pela loucura cega e furiosa do amor irracional. Daí que paixão se aproxima da doença, da loucura, do “patológico” – suspeito de que muito em breve, terão psicólogos tratando em seus consultórios pessoas apaixonadas como pessoas “patologicamente” doentes... não duvidem de que a medicina irá criar remédios para lidar com mais esse drama humano – pois estar apaixonado é estar literalmente “doente” de amor.
 
Sem contar que quando se esta apaixonada, fica-se igual a criança: já reparou no dialogo de duas pessoas perdidamente apaixonadas? Dá até “raiva” (inveja?) delas. Rsrsrs
A paixão é um “crime”. O mundo não suporta ver ninguém apaixonado, se beijando e fazendo juras de amor eterno. Pessoas assim (apaixonadas) parecem que estão em outro universo, que estão acima do bem e do mal, alem do resto dos mortais.
 
Chego a suspeitar de pessoas que se dizem “bem resolvidas”, que nunca perderam a cabeça, que dizem (só dizem) não ter ciúmes e que ainda por cima criticam e falam mal da paixão.
Suspeito de que a vida sem paixão é inútil e não vale apena, e que essas pessoas são ressentidas e justamente inseguras. Daí não terem coragem de abandonar as falsas certezas e mergulharem bem fundo nessa experiência devastadora que é a paixão.
 
Se a sua paixão te abandonou ou melhor (pior) ainda: te trocou por outra (ou outro) e você não sente a menor vontade de matar ele (ou ela) é porque não é paixão – daí a paixão ser tão perigosa, por isso, outro grande mestre (Nelson Rodrigues) criou tantas historias de pessoas apaixonadas que matam o outro ou se matam por causa da paixão.
 
O contrario do amor não é o ódio, mas sim a indiferença – indiferença se ele (ou ela) te trai, se conversa ou tem amizade com uma pessoa muito mais bonita, inteligente e rica que você, indiferença se ele (ou ela) irá te deixar algum dia e etc.
 
Se você não tem ciúme, medo de perder, sente um pouco até de indiferença, lamento: você acha que ama, que está apaixonada, mas no fundo é só um bobo feliz “bem resolvido”que se autoengana.
 
Escrito por Marcio Alves

Toda mulher gosta de se sentir "vagabunda", pelo menos por meia hora?



Já inicio essa reflexão com a frase polemica do filosofo Pondé de que “O imortal hábito feminino é gostar de ser objeto sexual. Sentir-se cachorra, fácil, vadia, pelo menos por meia hora” (Pondé, 2013)
 
Pondé trás em seu livro “A filosofia da adultera: ensaios selvagens” embasada na visão “rodriguiana” de que a vocação mais antiga da mulher é a de ser prostituta, e isso nós podemos ver exaustivamente na maioria das suas peças teatrais: a mulher submersa incontrolavelmente em desejos sexuais.
 
Quem não se lembra do filme “A dama da lotação” de Nelson Rodrigues? Em que a protagonista, em um dado momento, começa uma rotina diária de seduzir todo tipo de homens que ela nunca viu dentro dos ônibus. Isso sem contar que ela transa com o melhor amigo do marido e ainda por cima com seu próprio sogro! (rsrs)
Daí esse gênio Nelson Rodrigues ser conhecido como “anjo pornográfico”.
 
Pondé, embasado em Nelson, chega a dizer em seu livro que “o desejo pinga entre as pernas da mulher” (Pondé, 2013).
 
Em um dado momento do livro Pondé trás a tona um comentário de um famoso psicanalista que contou o quanto as mulheres no setting terapêutico, confessavam em alguns momentos da analise, o quanto que seus maridos não sabiam trata-las na cama como vagabundas, e que elas sentiam falta disso.
 
Em sua critica venenosa á famosa filosofa feminista francesa existencialista Simone de Beauvoir, ele diz que “O fato de a mulher ser penetrada (...) ficar de quatro, revela mais da alma feminina do que o blábláblá da Simone de Beauvoir, que confunde queixas quanto a poder trabalhar fora de casa com gosto sexual e com natureza feminina” e acrescenta que “A alma feminina pode pilotar aviões, mas quer ser a puta de um homem” (Pondé, 2013).
 
Podemos então, com base em Pondé e em sua releitura de Nelson Rodrigues concluírmos que: a mulher que diz que a beleza feminina não importa, que não aceita ser tratada e nem vista como objeto sexual, no fundo é porque é ressentida, não se sente desejada e não suportar ver outra mulher sendo. (hahahah)
 
Marcio Alves

Ateus e religiosos, por favor, não leiam o texto abaixo!!!



“Sem capacidade para o espanto” e “De quatro” são dois títulos do livro “A filosofia da adultera: ensaios selvagens” do escritor e filosofo Pondé. 
Neles o escritor trás a tona a relevante reflexão de que a teologia da justiça social foi, na verdade, uma preparação do terreno para a teologia da prosperidade, onde se busca não mais o mistério e o assombro de um Deus dos místicos, mas antes um Deus materialista que dá carro, casa, emprego e bens materiais para seus “fieis”, ou nas palavras de Pondé “O que se busca em Deus, de agora em diante, será algo entre bons salários e um bom carro novo” (Pondé, 2013), pobre dos crentes, reduziram o Deus dos místicos e filósofos a um simples e mero banqueiro capitalista. 

Ou então, a um medico, quando se lota as igrejas atrás de uma cura para o corpo miserável, que na verdade, como diria Ariovaldo Ramos, nada mais é do que “remendo novo em pano velho”, ou seja: o que é a morte se não o viver num corpo que envelhece todos os dias, nesse sentido, somos todos doentes de uma doença: a doença do existir e do viver. Cada dia que se vive, vive se um dia menos. Religião se tornou banal e medíocre como é o mundo materialista e capitalista.
Ou seja, como sentenciou Nietzsche “Deus está morto”, inclusive para os religiosos.

Considero-me um ateu místico, explico: não consigo acreditar e nem conceber um Deus que esta por trás de tudo, igual a um diretor que dirige um filme, que comanda e controla, determinando papeis e traçando destinos, nesse sentido sou ateu filosoficamente falando.
Vejo muito mais beleza e coragem existencial na vida sem Deus. Porém, me jogo de joelhos em completo silencio absorto diante do absurdo e assombro do mistério da existência: reverencio a vida e os Deuses mitológicos que a humanidade criou desde os tempos mais remotos. 

Sou apaixonado especialmente pelo Deus do cristianismo, por sua paixão pela humanidade, ao ponto de sofrer por ela, de literalmente morrer por ela.
Não entro aqui na questão se Jesus existiu de fato ou não. Mito não é igual à mentira, mas esta para além da razão, trazendo verdadeiras riquezas de sabedoria sobre e para a vida.
De quatro” Pondé nos diz que “Não, o homem não se espanta mais. Sem espanto, caímos de quatro, assim como sem a alma imortal” (Pondé, 2013).
Pobre dos ateus e religiosos, que não percebem que sem Deus – ou com um Deus materialista que é buscado por “bênçãos” materiais – caímos literalmente de “quatro”, no sentido, de nós tornamos humanos, demasiado humanos, meros animais “racionais”.

Nesse sentido prefiro ao apostolo Paulo quem celebremente declarou “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus!”.
Pobre do homem moderno que vive voltado para si mesmo, achando que o mundo gira entorno de si, que não consegue olhar para fora de si, e se assombrar com o mistério e o absurdo da vida.
 
Marcio Alves

 

Mulheres feministas e moralistas, por favor, não leiam o texto abaixo!!!

 
Fui hoje de manhã à biblioteca, no centro cultural São Paulo Sérgio Milliet, especialmente atrás desse livro: “A filosofia da adúltera”...estou devorando ele...já estou na metade...um livro escandalosamente polemico. Não indico para as feministas e puritanas de plantão, apesar de que, confesso que adoraria ver a cara de algumas lendo esse livro. (rsrs). Elas iriam passar mal e ficar horrorizadas (rsrs). Mulher pra ler esse livro tem que ser corajosa ao ponto de se permitir ser confrontada, questionada e o pior: desmascarada (rsrs). Partindo da premissa de que nele contenha algumas “verdades” que colocam elas contra parede, desmistificando e derrubando alguns mitos sobre as mulheres, que podem deixar as mulheres numa verdadeira “saia justa” (rsrs).
 
Olha essa frase que eu tirei desse livro, por exemplo:
“Este livro é escrito sob o espirito da adultera. A mulher que representa a condição humana como escrava do desejo (...) que realiza a vocação mais antiga da mulher. Que reconhece o quanto se perde em si mesma e como é autodestrutiva. Mas que ainda assim, não consegue deixar de abrir as pernas para o homem que não é seu marido, que chupa seu sexo engolindo o desejo liquido que brota dele, traindo a confiança de seu marido infeliz e de seus filhos, e que assim faz representante de toda a humanidade em sua miséria” (PONDÉ, 2013).
E ai tem certeza que quer continuar lendo? (rsrsrs)

Esse livro do filosofo Pondé é totalmente baseado no gênio Nelson Rodrigues, que de maneira bem geral, ele compara a humanidade com a mulher adultera, no sentido em que ambos são miseráveis escravos do desejo, que como dizia outro gigante da filosofia, Schopenhauer, que, grosso modo, há duas tragédias na vida: uma é a de não satisfazer um desejo e a outra é justamente de satisfazê-lo. Na primeira nós temos a frustração, já na segunda hipótese, nós temos o tedio do desejo realizado que irá gerar novos desejos e por consequência novos tédios, e assim, por diante, como no mito de Sísifo de rolar a pedra eternamente pela montanha acima, e ver ela sempre rolando pra baixo.
Pondé afirma, entre outras coisas, que o “sexo livre” hoje em dia, acaba por tirar ou diminuir o tesão, porque como tudo que é proibido é mais gostoso, “culpa e o pecado são os maiores aliados do desejo” (PONDÉ, 2013), ou seja, são ingredientes explosivos que não podem faltar numa ardente e irresistível transa. (Será que é por isso que as pessoas traem? Rsrs)

Pondé traz a historia contada por Nelson Rodrigues “perdoa-me por me traíres”, onde se inverte a logica: nele é o homem que pede e busca perdão pela traição realizada pela sua esposa justamente por ele reconhecer que a traição dela é por falta de amor dele. (mulheres traem por falta de amor?)
Outro ponto muito interessante que vale a reflexão é sobre o amor tal como esta colocado também em Nelson Rodrigues através desse livro do Pondé, onde ele traz que quando mais se ama, quando mais se quer, mais se deseja a pessoa amada, mais refém e dependente dela nós tornamos, ao ponto de ficarmos inseguros, “Ciúmes, delírios de traição, impotência de controlar o outro” (PONDÉ, 2013), porem o outro caminho oposto a esse, o da indiferença o tal “pega mais não se apega”, frase escrita agora por mim, mas que escutei de muitas pessoas, inclusive mulheres, acaba, como diria Nelson Rodrigues via Pondé, por nos “apodrecer”, ou nas palavras de Pondé “sem o tormento do amor, você apodrece – por isso só os neuróticos verão a Deus. Ou nos angustiamos ou apodrecemos, dizia Nelson” (PONDÉ, 2013).

Um pouco mais sobre o livro, pra colocar mais ainda o “dedo na ferida” (você ainda esta lendo essa postagem?! Depois não venha me xingar. Rsrs) Pondé – pra ser amaldiçoado até a quinta geração pelas feministas rsrs – levanta a questão de que mulher gosta mesmo é de apanhar na cama, de ser possuída pelo homem, ou sem suas próprias palavras que...”é da natureza feminina desejar o que dói (...) e essa vocação é a de desejar ser objeto do homem que a possui, seu dono (mesmo que simbolicamente e por algum tempo)”. (PONDÉ, 2013). (Já dizia o psicólogo Flavio Gikovate que sexo tem haver com agressividade e não com carinho. Dizia ele que se observarmos os filmes pornográficos – pra não dizer nós mesmos rsrs – as pessoas envolvidas estão com o rosto sempre tensas e fechadas, com aparência de “raiva”...será?? rsrs)

O que dizer então da “tese” do Pondé – que por sinal, dei muita risada, não por ser sem fundamento, mas muito ilharia rsrs – de que “pouco importa o que uma mulher fizer, sentir ou pensar: seus seios definem sua vida. Não é por acaso que plásticas nos seios salvam vidas. (...) Alguém poderia acusar Nelson de reduzir a vida da mulher ao seio. Claro, existem outras coisas numa mulher que a definem: pernas, boca...anos de terapia podem ajuda-la a ser algo mais do que isso” (PONDÉ, 2013).
Enfim, os homens irão adorar a leitura de “A filosofia da adúltera”, já as mulheres....
 
Marcio Alves
 
Descrição do produto e ficha técnica
Título: A Filosofia da Adúltera
Subtítulo: Ensaios Selvagens
Autor: Luiz Felipe Pondé 
Editora: Leya
Edição: 1
Ano: 2013
Idioma: Portugues
Especificações: Brochura | 192 páginas
ISBN: 978-85-8044-862-7
Peso: 280g
Dimensões: 230mm x 160mm