domingo, 17 de novembro de 2013

Fé re-condocionada


Por Edson Moura
Longe de mim querer elucidar as grandes questões existencialistas que povoa a mente de muitos de nós, mas pelo menos às minhas luto em encontrar respostas. Em algum comentário a um amigo em outro artigo, disse que ele não pensa o que acha que pensa, mas na verdade, todos nós acreditamos que estamos pensando o que queremos, o que não passa de auto engano.

Sempre fomos condicionados a ouvir o que os nosso cuidadores nos dizem, coisas do tipo, Não atravesse a rua sem olhar para os dois lados, não pule da beirada de um prédio, não enfie o dedo na tomada, não se aproxime de um cão que late ferozmente e tantas outras coisas. Tendemos a repassar esses cuidados a nossos descendentes. Com a religião não foi diferente.

Não acho ser tarefa fácil deixar de acreditar em algo que por tantos anos nos foi passado de geração a geração. Cremos mesmo quando não queremos crer. Evoluímos mas não deixamos de repetir aquilo que nos foi ensinado. Alguém disse uma vez: "De me uma criança e lhes devolverei um homem", isso não mudou. Boa parte de nossas crenças vem de berço. Da ingenuidade de nossos pais ao pedir que agradeçamos ao papai do céu pelo alimento, à desculpa que nos deram quando diziam que nosso cachorrinho morto ou nossa mãe falecida está morando no céu com Deus. Tudo fica firmemente arraigado na mente da criança. E depois que cresce, ela tenderá a ensinar os seus com as mesmas técnicas.

Nem toda evolução é boa. Temos o exemplo do vírus da gripe que não me deixa mentir (sozinho). Da maneira como venho criando meus filhos, é bem possível que meus bisnetos pensem bem diferente com respeito à religião. Crio-os como ateus, mostro-lhes que a religião foi importante, mas que nada é factual. Talvez seja um desserviço à sociedade (como muitos dizem), mas continuo agindo da maneira que considero achar mais saudável para suas mentes ainda em formação.

Outro amigo certa vez disse que todas as nossas conversas descambam para a religião, não poderia ser diferente, a religião está entronizada em nosso meio assim como a capacidade de se apaixonar e acreditar que aquela pessoa é a mais bela, e mais carinhosa e a mais perfeita entre todos as outras disponíveis. Toda crença é cega (crença religiosa), somos como insetos navegando sem bússola rumo à luz de uma vela. Esses insetos acreditam estarem fazendo a coisa certa, pois qualquer ponto luminoso fixo serve-lhes como farol, sejam a lua ou as estrelas, ou a chama de uma lamparina. Eles agem “errados e certos”, “certos mas errados”, pois seguem seus instintos mais primitivos, mas não calculam o efeito colateral, que é o suicídio acidental.

Com a religião é da mesma forma. Todos querem usar as narrativas religiosas como bússola para sua vidas, e não contam o efeito colateral que é a anulação de sua razão. Crer é algo perfeitamente natural e deriva da evolução, mas chega um tempo em que devemos questionar até mesmo aquilo que julgamos ser a verdade de nosso sábios pais, nosso pastores e nosso livros milenares.

Lutero disse algumas coisas que me deixam estarrecido, não só pela ousadia pretensiosa de sugeri-las, mas pela lógica racional com que desenvolveu tais pensamentos.

"A razão é o maior inimigo que a fé possui, ela nunca aparece para contribuir com as coisas espirituais, mas com frequência entra em confronto com a palavra divina, tratando com desdém tudo que emana de Deus" Lutero

"Quem quiser ser cristão, deve arrancar os olhos da razão" Lutero

" A razão deve ser destruída em todos os cristãos" Lutero

"Todos são pensamentos inteligentemente projetados para fazer com que os mais despreparados intelectualmente fossem os maiores propagadores da fé, e funcionou, e hoje é visto como motivo de orgulho, a fé ter sido mantida e disseminada por grupos de analfabetos." Edson Moura

domingo, 3 de novembro de 2013

Quero comprar um amigo


Quero comprar um amigo
Não importa o preço, eu pago
Quero comprar um amigo
Se for para sempre não acharei caro.

Me vende um amigo seu?
Vejo que você tem vários.
Me vende um amigo seu?
Amigos já estão raros.

Pode ser um fingido
Que me engane quando me abraça
Pode ser um fingido
Que contente iludido me faça.

Mas me venda um amigo solteiro
Que não me troque por uma mulher
Só quero daqueles livres
Que me visite quando quiser.

Não sei se terei dinheiro
Mas tudo que tenho darei
E quando me perguntarem
Comprei-o é o que direi.

Fiquei pobre e miserável
Vivendo como um mendigo
E ao meu lado quando olharem
Sempre o verão comigo...

Quero comprar um amigo.

Edson Moura

Alguns aforismos do Noreda