segunda-feira, 29 de junho de 2009

O Lado "Mal" do Evangelho


Por: Edson Moura

Poderia chamar de “A Realidade do Evangelho”, mas talvez não causasse muito impacto, porque é isso que o Evangelho causa em um homem que resolve vive-lo de verdade. É claro que, se isolarmos alguns versículos bíblicos ou até mesmo passagens inteiras, nós poderemos extrair dos textos Sagrados, promessas de uma vida tranqüila, “vitoriosa” e abençoada em todos os sentidos. Mas eu prefiro (como diz meu irmão Márcio) ver o Evangelho com outras lentes, ou seja, de um outro ponto de vista, já que: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto”. Por exemplo:

No Evangelho de Jesus, segundo o apóstolo João diz: “E muita gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas também para ver a Lázaro, a quem ressuscitara dentre os mortos.
E os principais dos sacerdotes tomaram deliberação para matar também a Lázaro;
Porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam em Jesus. ”(João 12:9-11)

Lázaro experimentou a desagradabilíssima experiência da morte, e foi ressuscitado por Jesus Cristo, mas quando ele poderia valorizar mais essa nova chance de viver, que Jesus lhe dera (e ele teria todos os motivos para isto), Não, ele preferiu arriscar perde-la novamente por gratidão ao seu Senhor. “Porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam em Jesus. ”(João 12:9-11).

Muitos de nós querermos viver um milagre em nossas vidas, mas nem sempre estamos dispostos a abrir mão de algo para o Senhor, principalmente se for daquilo que acabamos de receber. Veja a atitude de Ana também: “Por este menino orava eu; e o Senhor atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito.
Por isso também ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias que viver, pois ao Senhor foi pedido. E adorou ali ao Senhor”(1 Samuel 1:27-28). Atenção! Quando eu digo abrir mão de “algo”, eu não estou falando de dinheiro (como alguns pastores gostam de fazer).
Assim como Ana, Lázaro se comprometeu com o Deus, e como conseqüência desse comprometimento, teve sua nova vida por um “fio” novamente.

Eu vejo muitos testemunhos em igrejas evangélicas, de pessoas que foram curadas de doenças terminais, outras que estavam no “fundo do poço” (como gostam de dizer. Eu particularmente duvido que eles saibam o que é chegar ao fundo do poço) e agora estão prósperas, gente que vivia escravo das drogas e agora estão “firmes com Deus”. Mas eu não vejo declarações dessas mesmas pessoas que foram curadas, dizendo que agora visitam hospitais para falar do amor de Deus aos doentes que estão na situação em que elas mesmas estiveram. Não vejo depoimentos de pessoas que hoje estão prósperas pela graça de Deus, dizendo que agora andam pelas “Galiléias”, favelas e viadutos de suas cidades, buscando mendigos e famílias desabrigadas, para ajudá-las com tudo aquilo que Deus lhes deu. Quem está disposto hoje, a pegar uma de suas três casas (que recebeu depois de um voto com Deus) e doá-la a uma família necessitada?

Quem está disposto a pegar R$ 20.000,00 dos R$ 100.000,00 que recebeu de uma causa na justiça, pela “intervenção divina” após uma campanha de oração de uma semana, e doar para uma das DEZENAS de clínicas evangélicas que tratam de dependentes químicos e alcoólatras. Clínicas essas, que sobrevivem da esmola de alguns cristãos piedosos ou pior ainda (pior, ou melhor, nem sei mais) de pessoas que nem cristãos são.

Pastores (pastores?) tem ensinado os fiéis a manipular Deus para conseguirem tudo que quiserem e puderem, mas não têm ensinado ao povo a dividir co os pobres tudo aquilo que Deus lhes “emprestou” (porque nada é nosso).
Sejamos como Zaqueu, que ao DESCER da árvore se converteu realmente e disse: “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.” (Lucas 19:8). Notem que Jesus não mandou ele fazer isso. Partiu do próprio Zaqueu, ele se comprometeu com Jesus Cristo.

Se eu fosse listar aqui todos os homens e mulheres de nossa história cristã, que, pela fé, se comprometeram com Deus ao ponto de darem seus corpos para serem queimados ou traspassados por espadas ou tiveram suas cabeças cortadas sem negar ao Deus em que acreditavam, faltar-me-ia anos suficientes.
Mas esses mesmos homens devem ser exemplos para nós cristãos modernos, para que tenhamos noção do quão pouco temos feito por amor ao Evangelho, por amor ao nome de Deus e por amor aos nossos irmãos.

UM CONVITE À REFLEXÃO

Veja se o nível de seu comprometimento com Deus lhe dá ousadia para praticar atos simples como:
Alimentar aquele mendigo que todos os dias você encontra no caminho do trabalho; reunir-se com alguns amigos para fazer um evangelismo diferente naquela praça ou viaduto onde existem pessoas necessitadas de amor em primeiro lugar; ousadia para falar com seu pastor que você não concorda com as mensagens de “vitória” que ele vem trazendo à igreja; falar com os “levitas” de sua congregação, que Deus existe, e também existe uma forma correta de servi-lo e adorá-lo e ministrar o louvor.

Enfim, comprometa-se com Deus e com o lado “mal” do evangelho. Ele lhe dará estratégias para o combate, leia mais, principalmente a bíblia e depois, livros acerca da bíblia. E se alguém lhe chamar de herege, diga-lhe:

“Hereges não são os que ardem na fogueira e sim aqueles que a acendem”

Que Deus continue nos abençoando, se esta for a vontade Dele.

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