Por Edson Moura
"Coletivamente unidos por um pensamento muitas vezes confortante", assim caminha a humanidade rumo ao desconhecido e nunca visto “céu”. Quando foi, em que momento da história, que o ser humano começou a acreditar que a vida, muitas vezes dura e cruel, não era seu destino final?!. Quem será o culpado por transformar homens inteligentes e racionais, em seres alienados e sonhadores? Não posso acreditar que o “Galileu” filho de Deus, em sua passagem por este mundo, transformou homens em crianças (não crianças em sua inocência, mas sim na total insensatez e cegueira da realidade).
A realidade da vida já não importa, o único e importante alvo é chegar ao “lugar celestial”, onde não haverá mais pranto nem clamor nem dor. Lugar este onde o único Senhor e Criador será adorado por todos os dias até a consumação dos séculos. Inconsciente coletivo, dominador, mola propulsora que arremessa a “massa” para o infinito, na esperança infantil de encontrarem a si mesmos perdidos no vazio de um enorme nada.
A ciência nos diz (e eu creio nisso) que no universo existem buracos negros do tamanho de grãos de areia capazes de engolir galáxias inteiras... isso é extraordinário! A filosofia nos ensina que os pensamentos acerca da existência, libertam-nos de “gaiolas” psíquicas e nos fazem ver a vida com os olhos da realidade. “Pensamentos outrora pensados largados em meio à páginas amareladas de livros velhos, perdidos em estantes empoeiradas de sebos desconhecidas em cidadezinhas anônimas". Esses velhos e “obsoletos” pensamentos me fascinam, e é atrás deles que eu corro.
A religião nos mostra que a “massa” precisa de sua dose diária de “ópio”, para assim permanecerem anestesiados. “É preciso diminuir-se”, é preciso praticar o estoicismo, é necessário tornar-se débil para só assim sermos notados (por Ele). Os que acham que onde há razão, raciocínio lógico, dúvidas e questionamentos, não existe fé, estão redondamente enganados. Existe muito mais fé na mente de um filósofo existencialista que na cabeça de um cristão fundamentalista. É possível encontrar mais virtudes no budismo e taoísmo, do que no cristianismo histórico. Cristianismo este, que causou mortes, descaracterizou povos, escravizou negros, queimou mulheres e homens, esquartejou filósofos, calou gênios e ainda enalteceu tiranos, desencadeou perseguições fanáticas, invadiu continentes e dizimou nativos .
Mas o cristianismo precisa passar por uma nova mudança. É necessário aceitarmos uns aos outros, respeitarmos os direitos de culto livre, entendermos que somos iguais e acima de tudo que é “divino”sempre deve estar o próximo... seu irmão.
É por essas e outras tantas inquietações que eu Edson Moura afirmo: “Jesus não era ‘cristão’... era apenas humano”. Há a enorme possibilidade de que eu esteja errado, e talvez não passe de “cobre” e “vidro”, o que eu julgo ser “ouro” e “diamante”. Eu sei muito bem o quanto estamos sujeitos a erros sobre aquilo em que acreditamos e muito mais sei que os julgamentos favoráveis ao que escrevo, podem ser carregados de lisonjas quando feitos por amigos que nos amam. Então, não é minha intenção ensinar para ninguém, a maneira com que cada um deva conduzir sua razão, porém, sempre procuro mostrar o modo como conduzo a minha.
Obrigado a todos que chegaram a este ponto do texto.
Meu mano Edson...
ResponderExcluirSei que tu não acreditas mais no "céu dos tolos" (falo sem ironia alguma), e que muito bem vens combatendo essa idéia que, distorcidamente, vêm sendo a causa do enriquecimento ilícito de muitos e da alienação mental de um número incontável de pessoas ao longo da história.
Todavia, mais uma vez te digo pra "não jogar a água suja com o bebê junto"... Claro que é completamente desestimulante a forma como esse "céu" é pregado, mas não caia no radicalismo oposto, o de descrer de qualquer possibilidade de vida após essa, em outro local - ou aqui mesmo, sei lá.
Jesus concerteza não era "cristão" - por vários motivos -, nem religioso ele era, na verdade. Os seus maiores rivais quem eram? Justamente os líderes religiosos, os "papas" e "após-tolos" dos dias de hoje.
O Cristo de Deus é universal (não da seita do Macedo, claro), ele pertence a todas as raças, tribos e línguas, não é propriedade de ninguém ou de alguma religião em particular. Nem dos seus 12 ele era exclusividade, basta lembrar da passagem em que ele os repreendeu por que os discípulos queriam que ele fizesse um cara parar de pregar em nome dele, já que este não fazia parte da Confraria dos 12...
No mais, "Pretinho" da Paulinha, o seu texto tá muitolegal.
Um abraço, mano.
Edson, que bom que você está incorporando de vez em sua escrita, o seu alter-ego Noreda rss
ResponderExcluirEstá provado pelo método histórico-crítico que Jesus não era cristão. Alias, nem precisaríamos de tal método para chegar a essa conclusão.
Se Jesus tinha uma religião, como eu creio que tinha, era o judaísmo do primeiro século, que nem de longe, era homogêneo em seus pressupostos e teologias.
Agora, mano, em minha opinião, não dá para tirar de Jesus o contexto escatológico.
Ainda não é a escatologia do apocalise de João,nem muito menos da de Paulo que escreveu aos tessalonicenses dizendo que iríamos nos encontrar nos ares com Jesus e estaríamos para sempre com o Senhor. E ponto final. Ele não desenvolve mais nada nessa sua primeira carta.
Mas é certo que depois, Paulo vai construindo a sua escatologia por causa da demora da parousia.
Então, não tem jeito: a fé de Jesus era que o Reino de Deus irromperia por causa dos seus atos. Não aconteceu.
Os cristãos posteriormente, põem o Reino que seria aqui, no Reino que será lá no além, no céu. Ou seja, o desejo e a crença em uma outra vida além era normal.
Cabe a nós, cristãos e pensadores do século 21, decidirmos se essa visão ainda nos provoca um sentido existencial ou se precisamos de uma nova escatologia.
Por fim, quero destacar a sua frase:
"Existe muito mais fé na mente de um filósofo existencialista que na cabeça de um cristão fundamentalista".
abração edson
Amado Amigo Edson M.
ResponderExcluirO tópico sobre a humanidade de Jesus não é tão discutido quanto a sua divindade, mas seu estudo é tão importante quanto este. Que Jesus é Deus, todos os cristãos sinceros concordam e entendem, contudo a idéia da sua humanidade, ainda que aceita, não é corretamente entendida, e poucas vezes ensinada.
O credo cristão formula a natureza de Jesus como sendo plenamente Deus e plenamente Homem. Ou seja, o Deus encarnado assumiu completamente a humanidade, tornando-se passível das mesmas limitações físicas e psicológicas comuns a todos os homens. Uma vez que estávamos separados de Deus pelo pecado, foi necessário que o próprio Deus encarnasse para que pudéssemos voltar a ter novamente comunhão com Ele. Dessa forma, a genuinidade da divindade de Cristo garante a eficácia de sua obra realizada na cruz, e a realidade de sua humanidade garante que sua morte é aplicável a todos os seres humanos.
Há indicações claras na Bíblia que Jesus era uma pessoa plenamente humana, sujeito a todas as limitações comuns à raça humana, mas sem pecado. Como tal nasceu como todo ser humano nasce. Embora sua concepção tenha sido diferente, uma vez que não houve a participação de um ser humano masculino, todos os outros estágios de crescimento foram idênticos ao de qualquer ser humano normal, tanto física como intelectual e emocional. Também no sentido psicológico, era genuinamente humano, pois pensava, raciocinava, se emocionava, como todo ser humano normal.
NorEdson, quero esclarecer que Jesus ao assumir a forma humana, adquire atributos humanos, mas não desiste de sua natureza divina (Fp 2: 6,7). Quando Paulo fala em Fp que Jesus se esvaziou assumindo a forma de servo, é da posição de igualdade com Deus que Jesus se esvazia e não da natureza divina.
Também deve ficar claro que Jesus não era em algumas ocasiões humano e noutras divino, e nem mesmo um terceiro ser resultante da fusão das duas naturezas. Seus atos sempre foram humanos e divinos ao mesmo tempo. Dessa maneira a humanidade e a divindade são conhecidas de forma mais completa em Jesus Cristo.
Jesus, Nosso Senhor, é alguém totalmente singular entre todas as pessoas que viveram e viverão na face da terra. Ele é o perfeito humano, sem pecado, dependente da vontade do Pai e submisso a ela. É também verdadeiro Deus, em honra, majestade e poder, que assumiu a humanidade e do homem teve compaixão a ponto de morrer por ele, de forma que este fosse liberto do pecado, para que pudesse viver como filho de Deus.
Agora NorEdson, fica uma indagação a ti. "Somos tão humanos quanto Jesus?"
Abraços fraternais
Amigo Edson Moura;
ResponderExcluirA tua escrita é irretocável, a tua lucidez é adimirável. Parabens.
A discussão acerca da humanidade de Jesus só se estende porque Jesus era tão sensivel ao drama humano que era considerado "Divino". Ainda não somos tão humanos quanto Jesus foi, porque somos egoistas. O mundo está tão desprovido de humanidade (amor ao próximo)que um simples elogio que se faz á um companheiro de blog, somos logo considerados: fracos, sem conteúdo, o mais triste é ser considerado puxa saco. Os que pensam assim tem medo de amar, de ser mais humano de sentir com o medo do que os outros vão pensar dele. Assim é a maioria dos religiosos vivem de mentira e aparência. Ao contrario de Jesus que era considerado pecador por andar com pecadores, chamado de demônio, pois diziam que expulsava demônios pelo próprio demônio, jantava com ladrões, conversava com prostitutas, não olhava a aprência nem julgava por ela, amava a humanidade como todo ser humano deveria fazer, por isto sua mensagem é tão forte, por isto é considerado Deus, porque o considero maior do que eu.
Fica aqui meu desabafo.
Vocês n]ão fazem ideia de como me sinto grato por não ter tantos comentários quanto as postagens do meu sócio Marcio...pois meu tempo é deveras mais escasso que o dele.
ResponderExcluirJair...posso ver nas entrelinhas que tu fizestes uma cráitica velada ao nosso irmão Hubner..e te digo que você está correto. Nõs, na busca de sermos mais "divinos"...nos esquecemos que sdevemos ser mais humanos.
Parabéns amigo, pelo comentário pequeno mas contundente.
Te amo Jair!
Hubner..meu filhotinho a quem aprendi a amar...você foi extenso em seu cometário mas em meu ponto de vista (MEU)...foi um tanto quanto infantil.
ResponderExcluirQuantas vezes Jesus afirma ou até mesmo sugere na Bíblia...que não teve pecad? Ou até mesmo que era Deus?.
Eu na minha infinita ignorância...não acredito que Jesus de Nazaré era o Deus (Criador) esvaziado...acredito sim, que ele era "enviado" por Deus para ensinar ao homem, como ser mais humano.
Sei que você ainda está muito arraigado às teologias Paulinas e Joaninas...eu, no entanto estou caminhando para uma futura "nova visão" daquilo que nos ensinaram.
Compreeendo o seu furor em articular segundo a Bíblia..mas eu Hubner, devido aos muitos e intensos anos que passei por aqui (Vida) já não me prendo ao que Paulo, João, Pedro, ou qualquer outro evangelista disse.
A realidad não é essa meu irmão, e somente os anos de vida poder~]ao te mostrar que mesmo "anulando" algumas falas apostólicas...eu não deixo de crer em Deus.
Para maiores informações...pesquisar o que escrevi em postagens anteriores. rsss
Abraços maninho!
Isa, adorei seu comentário...e sei que não é a primeira vez que você insinua que eu esteja jogando o "bebê fora junto com a agua suja" mas a verdade é que:
ResponderExcluirTudo quanto aprendi..no passado, eu tenho como esterco. Não para considerar como lixo..mas sim para utilizar como adubo para as novas ideias que permeiam minha mente.
Não há mal algum em se cer no céu...mas eu, sinceramente, não quero necessitar de outro mundo ou outra vida para poder ser feliz nesta.
Abraços Meu amado irmão!
Edu...você é o cara que eu mais admiro na blogosfera. Não quero que os outros irmãos me entendam mal..mas você maninho...é o píncaro que almejo alcançar...em minha busca por um entendimento menos conflitante acerca do "reino"..ou até mesmo sobre a divendade de Jesus.
ResponderExcluirObrigado por fazer parte da minha vida capitão!
Um adendo:
ResponderExcluirEu sempre adorei a teologia e pretendia, como qualquer um, ganhar o céu; porém, tendo aprendido, como algo muito certo, que o seu caminho não está menos franqueado aos mais ignorantes do que aos mais sábios e que as verdades reveladas que para lá conduzem estão além de nossa inteligência, não me
atreveria a submetê-las à debilidade de meus raciocínios, e pensava que, para
empreender sua análise e obter êxito, era preciso receber alguma extraordinária assistência do céu e ser mais do que homem.
Não posso falar nada a respeito da filosofia, exceto que, vendo que foi cultivada pelos
mais elevados espíritos (homens) que viveram desde muitos séculos e que, apesar disso,
nela ainda não se encontra uma única coisa a respeito da qual não haja discussão,
e consequentemente que não seja duvidosa, prefiro apenas divagar sobre meus pensamentos e aguardar o amadurecimento para que talvez...algum dia...muitas de minhas perguntas sejam respondidas...por mim mesmo.
Noreda Somu Tossan
E lá vem o "céu" de novo posto em pauta,rsrs.NorEdson, homem algum poderá te convencer que existe um céu. Se você leu, releu os Evangelhos e ainda assim não crê, como alguém nesta terra pode fazer? Eu, de minha parte, tenho a minha fé, por isso maninho, aprendi a respeitar à fé de vocês (as vezes é difícil, mas to conseguindo,rsrs).
ResponderExcluirConcordo com o Isa, que a pregação de hoje sobre escatoligia é um tanto pragmática, mas nem que eu quisesse poderia removê-la do contexto de Jesus. Não dá pra separar, pois Ele disse...e o que Ele disse tá dito.
Agora, cabe a cada um discerní-la (mas como tu e o Márcio não gostam de lê-la, fica difícil,kkk)
No mais, seja no céu, na Terra ou em qualquer outro lugar, espero encontrar vocês depois da morte (me dá um desconta NorEdoson, pois eu acredito nesse "conto infantil",kkk)
Abçs.
Meu amigo, fico comovido com suas palavras e com certeza, não as mereço.
ResponderExcluirComo diz aí o Ed, o céu só existe na fé de quem crê. E fé é fé. Mulçumanos creem que irão para o paraíso cheio de virgens...quem pode dizer que esse tal paraíso não existe?
Mas creio que a crença no céu bíblico pode ser facilmente desconstruída do ponto de vista racional quando abordamos os textos do NT pelo método histórico-crítico.
Evidente que o paraíso islãmico também.
Mas a fé não quer saber de ser racional ou de ficar presa aos sentidos; a fé é feita de outro material e não está presa à razão e ao que se vê.
Por isso acho que a apologética em particular, e a teologia de modo geral, são as coisas mais inúteis que um homem de fé pode recorrer.
Se tiver que provar a sua fé, ela perde o sentido e o mistério. Deixa de ser fé.
Dudu...falando em Paraíso com virgens:
ResponderExcluirEssa orgia é só para os homens muçulmanos ou as mulheres também terão uma cota de prazeres eternos?
E será que "virgens"...serão só mulheres...ou será que terá alguns "meninos virgens por lá também?
kkkkkkkkkkkk
Abraços edu!
Ed..meu irmãozinho...quem foi que disse que eu nãogosto de "lê-la"? A verdade é que eu já lí muito.rss
ResponderExcluirNão acho que seja ruim crer no céu..e aceito perfeitamente que você creia...não vai mudar em nada o fato de crermos em Deus e em Jesus não é mesmo?
Pode deixar mano...não vou deixar o Noreda entrar de novo aqui. Esse cara (Noreda) é muito enxerido...viu só o comentário dele lá encima?
Obrigado Ed, por ter lido estas lihas que escrevi...isso pra mim basta.
Abraços e não esqueça de mandar os covites pro chá de bebê viu?!
Errata:
ResponderExcluirOnde escrevi lihas...leia-se linhas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEdson meu querido;
ResponderExcluirVocê me conhece bem. Não condeno o nosso Irmão Hubner pois outrora também já pensei como ele. Hoje estou amadurecido e não me entristeço com as criticas; Como eu disse: ele tem razão no seu ponto de vista e de alguma forma tem contribuido para que eu melhore minha poesia não para ser considerado o melhor, mas sim porque os leitores merecem o melhor. Devo dizer que a homenagem que fiz ao confraternos foi o melhor que pude fazer...talvez com pobres rimas de um poeta limitado que sou, mas com a alma de um amante incondicional da amizade.
...só quero fazer amigos...só preciso ter amigos...Não é obrigatório me compreender.
Forte abraço.
Hubner...a resposta é sim!
ResponderExcluirSomos tão humanos quanto Jesus..e Jesus é tão humano quanto nós!
Você ainda não entende Hubinho..."mas ainda aprenderá a contemplar a vida pela janela de sua casa...e não pelas páginas de um livro"
Abraços!
Jair eu te compreendo e sou seu amigo...por isso te digo:
ResponderExcluirO hubner não tem culpa de ter a mente cauterizada por ensinamentos ultrapassados. Eu entendo ele..apenas discordo de 99% do que ele escreve.
Fica aqui uma pergunta para o menino Hubner:
Quantos milagres você já presenciou Hubner?
E quando digo milagres...não estou falando de dores de cabeça...ingresso na faculdade...empregos...ou toda essa besteira que os "crentes" alegam ser milagres.
Aguardo sua resposta!
Amor,
ResponderExcluirSeu texto ficou excelente. Parabéns!!
Jesus é um deus humano...e nem precisamos de muitas comprovações para tal fato...pois basta enaltecermos alguns pequenos detalhes da Bíblia, e veremos o quanto Ele fez pelos necessitados, pobres e enfermos....
Não devemos nos prender ao cristianismo das igrejas, mas sim ao cristianismo da realidade existencial.....pois é vendo na situação crítica de um irmão, que saberemos aplicar o verdadeiro ensinamento deixado por jesus...que nada mais é que semear o AMOR.... e fazer o bem para quem necessita!
Beijos querido!!