Por: Marcio Alves
A mensagem central da nossa fé é a de que; “Jesus é o Emanuel – Deus conosco – em forma, carne, vida, cor, cheiro, sentimentos, pensamentos e desejos humanos, que entregou a sua própria vida, crucificado e morto em uma cruz e ao terceiro dia ressuscitou corporalmente”.
Ou seja, o Cristo ressurreto, assentado à direita de Deus, ainda é o homem-divino!
Parece-me que, há mais dificuldades de se falar e crer a respeito da humanidade de Deus no meio teologizado dos evangélicos, do que para as pessoas não cristãs ou hereges.
Isto se deve a:
1-Influências filosóficas.
A helênica foi a mais fundamental nesse processo de divinizar o divino (desculpem-me, minha proposital redundância, mas não consegui resistir). Agostinho, discípulo da escola neo-platônica, levou e imputou a ideologia grega do que é ser Deus aos compêndios sistematizados da teologia.
2-Contexto histórico.
Mergulhado em um contexto dos grandes impérios e Reis, chegando até a época dos senhores feudais, se projetou um “deus” déspota.
Pois a lógica é a seguinte: Se os homens-mortais tinham (ou tem) o poder de controlar e mandar em pessoas, quanto mais “deus”.
3-Imaginação dos homens.
No subconsciente-inconsciente, o homem projeta em Deus, a imagem de um super-homem que, comanda e controla a tudo e a todos com o seu super-hiper-mega-ultra-poder.
Vêem em Jesus, um “deus-estrategista”, que vive com uma prancheta na mão controlando e contornando todas as circunstancias.
Que diz: Vou por câncer nesta mulher aqui, matar um filho ali, fazer o avião cair e matar 200 pessoas lá, vou dar uma mãozinha acolá para aquele rapaz ser atropelado, tudo para um propósito, para colher no futuro.
Ou seja, um deus-desumano.
Porém, fazendo uma acurada análise dos textos bíblicos, eis minhas percepções:
Por toda a bíblia, são duas, as maiores forças de Deus:
Ou seja, o Cristo ressurreto, assentado à direita de Deus, ainda é o homem-divino!
Parece-me que, há mais dificuldades de se falar e crer a respeito da humanidade de Deus no meio teologizado dos evangélicos, do que para as pessoas não cristãs ou hereges.
Isto se deve a:
1-Influências filosóficas.
A helênica foi a mais fundamental nesse processo de divinizar o divino (desculpem-me, minha proposital redundância, mas não consegui resistir). Agostinho, discípulo da escola neo-platônica, levou e imputou a ideologia grega do que é ser Deus aos compêndios sistematizados da teologia.
2-Contexto histórico.
Mergulhado em um contexto dos grandes impérios e Reis, chegando até a época dos senhores feudais, se projetou um “deus” déspota.
Pois a lógica é a seguinte: Se os homens-mortais tinham (ou tem) o poder de controlar e mandar em pessoas, quanto mais “deus”.
3-Imaginação dos homens.
No subconsciente-inconsciente, o homem projeta em Deus, a imagem de um super-homem que, comanda e controla a tudo e a todos com o seu super-hiper-mega-ultra-poder.
Vêem em Jesus, um “deus-estrategista”, que vive com uma prancheta na mão controlando e contornando todas as circunstancias.
Que diz: Vou por câncer nesta mulher aqui, matar um filho ali, fazer o avião cair e matar 200 pessoas lá, vou dar uma mãozinha acolá para aquele rapaz ser atropelado, tudo para um propósito, para colher no futuro.
Ou seja, um deus-desumano.
Porém, fazendo uma acurada análise dos textos bíblicos, eis minhas percepções:
Por toda a bíblia, são duas, as maiores forças de Deus:
1-Todo-poder.
2-Todo-amor.
Toda vez que Deus, utilizou como recurso o seu todo-poder, não foi suficiente para gerar uma Fé e amor consistentes no coração das pessoas.
Velho testamento: Milagres extraordinários e extraterrestres de Deus ao povo de Israel, mesmo assim eles murmuram, duvidaram e foram infiéis para com Deus.
Novo testamento: Jesus curou e realizou milagres a multidões incontáveis, mas na hora “h”, o povo gritou que libertassem Barrabás e crucifica-se Jesus.
E finalmente, o poder é passivo de imitação.
O diabo imita o poder – estão lembrados dos magos de Faraó no Egito, e dos falsos profetas vaticinados no novo testamento? – mas não consegue e nem conseguirá imitar o Amor de Deus.
Lembrem-se todos; um “deus” poderoso, mas sem bondade e amor, seria um demônio encarnado em poder.
A verdadeira religião, não é a que consegue provar o poder de Deus, pois esse é um axioma – aquilo que é tão obvio que não precisa ser provado – teológico-filosofico, mas antes o que revela o seu Amor no verbo encarnado.
A humanização de Deus é a nossa grande prova do Amor e solidariedade Dele com a raça humana.
Quando fazemos uma leitura atenta dos evangelhos, percebemos que a ênfase do mesmo não recai em um Jesus divino, mas o contrário, num Deus-humano, pois diversas vezes, Jesus referia-se a si mesmo como filho do homem.
A revelação de Jesus é de tamanha loucura que por isso eu creio. Não poderia ser elaborada por uma mente humana, que sempre projeta um Deus imenso-divino-poderoso, que está acima de nós.
Ai vem os evangelhos e paradoxalmente nos diz que Deus se fez homem, que pode ser tocado, abraçado, rejeitado, morto, que venho para servir e não para ser servido pelos homens.
Pois em Jesus, Deus chora o nosso choro, sente a nossa dor, solidão, desespero, angustia, desprezo, morre a nossa morte, mas também sente a nossa alegria, se diverte tomando vinho – vinho mesmo, e não suco de uvas – e comendo com os publicanos e prostitutas, dançado nas “baladas” judaicas, sorrindo com as trapalhadas de Pedro, atraindo as criancinhas com a sua simpatia e se revoltando contra as manipulações dos religiosos de sua época.
Os fariseus querendo denegrir Jesus, logo o rotularam, mas o que eles não sabiam que, justamente esse rótulo, seria a mais bela de todas as expressões bíblicas a respeito de Deus, a saber; “AMIGO DOS PECADORES!” (Mt. 11:19)
Enfim, se Jesus viesse desta mesma forma para a terra hoje, os evangélicos seriam os primeiros a crucificá-lo.
Pois Cristo é uma incoerência filosófica-teologica.
Porque (in?)conscientemente o que os evangélicos querem é um Deus poderoso, que resolva os seus problemas.
Por isso a grande temática que reina nos cultos é o Deus soberano, forte, guerreiro, dominador, prodigioso, nunca o Deus que se fez carne, o Deus de amor eterno.
Enquanto nós estamos querendo teologizar Deus, Ele mesmo se propôs a si dês-teologizar.
Buscamos o caminho de uma espiritualidade transcendental, que se eleva acima dos mortais, porém esquecemos que o Caminho a Verdade e a Vida, é o caminho da humanização.
Somos convocados e desafiados por Deus, não a nos divinizar, mas nos tornamos mais humanos, mas parecidos com Jesus de Nazaré, que andou pelas ruas poeirentas da palestina.
Enquanto os evangélicos não aprenderem essa valiosa lição de que, o Jesus que temos que imitar, não é o descrito em apocalipse; como Leão da tribo de Judá, vitoriosamente triunfante, guerreiro, Senhor dos Exércitos, Reis dos Reis e Senhor dos Senhores, Todo-poderoso, Alfa e Omega, divinizado e exaltado pela sub-cultura evangélica, como a força maior, Deus dos deuses.
Mas antes, o Jesus esvaziado, servo, indefeso, humilde, carpinteiro, que lavou os pés em poeirentos dos discípulos, que sendo Deus, chorou compassivamente diante do tumulo de seu amigo lazaro e impotentemente diante da rebeldia do povo de Israel, que veio apregoar o seu Reino, que não é deste mundo, pois é um Reino de amor, misericórdia, solidariedade, amizade, afeto, companheirismo, continuaremos arrogantes, mesquinhos, poderosos é verdade, mas cada vez mais distante de Jesus.
Ou como diria Leonardo Boff: “É que Jesus era tão humano que só poderia mesmo ser Deus"
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Ou como diria Leonardo Boff: “É que Jesus era tão humano que só poderia mesmo ser Deus"
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
E aí, Márcio, como estão as coisas?
ResponderExcluirO artigo do Gresder deu o que falar né? e continuará dando porque o assunto é quase inesgotável.
Aqui você dá mais uma colaboração com o tema da humanidade-divindade de Jesus e os atributos de Deus.
A encarnação de Deus em Jesus é um artigo de fé. Não pode e nem deve ser provado por meios científicos, seja ele qual for.
Eu já escrevi em algum lugar que não discuto fé. Teologia sim, fé, não. Mas qual a diferença? Fé é fé e pronto. Não requer explicações. Teologia é a fé pensada, discutida e sistematizada. Fé é "salto no escuro", é "saber" mesmo não entendendo.
Apesar de pedro ter escrito que devíamos estar aptos para dar razões da nossa fé, acontece que até as razões que levam à fé, não são razões "racionais", explicáveis, mas são "razões de fé", por assim dizer.
Evidentemente, este um entendimento meu.
Como eu escrevi no comentário do Gresder, não creio que Jesus era Deus. E quando falo que "não creio", é porque não creio na teologia da encarnação como apresentada. Discordo da teologia e não da fé de que ele era Deus.
Mas quando passamos a discutir teologicamente a encarnação, surgem várias dificuldades.
Uma delas, oriundas do próprio texto dos sinópticos. O termo que mais Jesus usou para se classificar foi "filho do homem", termo que quer dizer simplesmente, nascido de um homem. Isso já seria um bom argumento. Não seria mais adequado Jesus se referir-se como "Deus encarnado"? só que ele nunca diz isso. Quem disse foi a teologia posterior.
Acredito sim, que ele tinha consciência messiânica. Mas no pensamento hebreu, o messias (o ungido) nunca era caracterizado com um Deus. Ou melhor dizendo, que o messias era uma encarnação do próprio Deus.
O assunto é bem complicado. Vou tentar escrever um texto com as minhas reflexões sobre o tema.
No mais, os conceitos que você esboça em seu texto são todos bem relevantes. Os cristãos sempre puseram a onipotência de Deus à frente da "humanização" de Deus.
Abraços calorosos
Marcio mano,paz,misericórdia e humanidade seja contigo.
ResponderExcluirGostaria de poder te dá um beijo como amado em Cristo pelo seu texto.Mano, simplesmente coaduna com tudo que tenho aprendido com Ele. Quanto mais eu "re-leio" os Evangelhos, mais humano eu fico, a ponto de orar pelos que me perseguem, de chorar pelas calamidades humanas, de chorar pelos milhões que estão sendo enganados pelos fariseus e seus templos atuais,enfim, quanto mais eu olho para Jesus, mais eu me reduzo ao pó e digo:Mata-me Senhor, para que Tu, e somente Tu viva em mim!
E essa oração só surtirá efeito prático em todos que a fizerem se estiverem dispostos (porque lhes fora revelado por Jesus)a se "humanizarem" de tal forma, que tudo que fizerem e olharem sejam conforme Jesus. Jesus foi o homem mais humano que existiu, por isso que eu creio que Ele é Deus.
Edson e Marcio, os únicos blogs que conseguem me prender em frente do not e que me dá gosto de lê-los é o do Juber(Cristianismo Radical),o blog de vocês, pois tem blogs que, de tão teologizados que são, se tornam insuportáveis.
Sintam-se abraços por esse miserável pecador, o menos de todos!
Amigo Eduardo, realmente o texto do Gresder além de ser polêmico, me deu inspiração de escrever esta postagem.
ResponderExcluirSe em seu ponto de vista, você separa Fé da teologia da Fé, que seja, vamos discutir então a teologia da Fé.
São numerosíssimos os textos bíblicos que descrevem Jesus como o Deus encarnado – embora a grande ênfase seja realmente na humanidade de Jesus, conforme a minha postagem e o seu comentário.
Contudo, não escreverei esses textos comprovativos, devido você conhecê-los tão bem quanto eu (ou mais do que eu). E ainda outro detalhe importante, parece-me que, você desconsidera as fontes bíblicas, para ser mais exato as epistolas.
É Eduardo, você é mais herege do que eu (rsrsrsrs), pois muitos de meus raciocínios são baseados na bíblia, que acredito ser a palavra de Deus inscrita.
No demais amigo, todos nós temos divergências em alguns pontos, mas é nisso que está a graça, de sermos e pensarmos diferentes.
Um grande abraço!
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Obrigado meu irmão Ednelson, pela calorosa e carinhosa saudação.
ResponderExcluirJesus é o protótipo do Pai para a raça humana.
O maior, melhor e mais desafiador propósito de Deus para nós, é o de sermos transformados na imagem de Jesus.
Nem o céu se compara com esse propósito, pois o mesmo é uma conseqüência.
O problema é que as pessoas (leia-se evangélicas) não entenderam ou não querem entender isso, pois estão em busca de uma espiritualidade transcendental-divina, ao invés da humanização.
Que leiamos e re-leiamos essas verdades preciosas nos Evangelhos, e deixemos penetrar e lavar a nossa alma!
Um grande abraço
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Chego a conclusão que, cada vez mais o "Super Crente" está desprovido de sentimentos, não ama, não chora, pois se chorar vai demonstrar fraqueza e sua intenção é manter a pose de durão, com isso perde as caracteristicas de humano, lembrando que só somos humanos porque Deus colocou em nós o seu amor. Em fim comparo o Super Crente á uma figueira infrutifera, Jesus procura o fruto (Amor) e não encontra, pois a arvore se secou, seu fim e tornar-se lenha que será queimada só restando cinzas. (restos mortais).
ResponderExcluirMárcio, voltei aqui só para dizer que também tenho a Bíblia como palavra de Deus. A única diferença talvez, é que eu vejo essa palavra dita não por Deus, mas dita pelos homens das suas interações com Deus. E essa palavra dita dos homens para Deus, quer dizer para os homens algo sobre Deus.
ResponderExcluirDa mesma forma, minha cristologia é de baixo para cima e não de cima para baixo. Eu parto sempre da humanidade de Jesus, pois esta humanidade me é familiar, por assim dizer.
Da sua divindade, seja ela como for entendida, está além das averiguações dos sentidos ou da história, ela se construiu a partir do que o homem Jesus significou para seus discípulos e como estes entenderam a sua pessoa e a sua missão.
A mim, mais de dois mil anos depois do evento original, só me resta crer na costrução feita ou a partir dela, continuar a construção.
Quando puder, dê uma lida no artigo que escrevi sobre fundamentalistas e não fundamentalistas possuírem a mesma fé.
abraços
Meu amigo Jair, o “super crente” é uma imagem do “espiritual”, auto imposta pela sociedade religiosa.
ResponderExcluirEspiritualidade esta, desprovida de humanização, que coloca o cristão em uma bolha de aço da perfeição.
Que cobra desempenho, é insensível as inadequações humanas.
Em muitos ambientes evangélicos, de tanta perfeição, estão formando pessoas dês-humanas .
Resultado: hipocrisia religiosa!
Ninguém é perfeito, mas finge-se em o ser, por causa dos outros, para fazer uma media, para parecer espiritual.
Verdadeiros santarrões, que querem ser mais santos que o próprio Deus.
Um grande abraço
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Amigo Eduardo, pois é, este seu entendimento sobre a bíblia como “palavras ditas por homens” que tiveram uma experiência singular com Deus, e, portanto, o que registraram foram, com as suas palavras e raciocínios estas experiências, é o mesmo modo que eu interpreto também.
ResponderExcluirMuitos (não é o seu caso) querendo desacreditar a bíblia, dizem que ela é humana, cheia de erros e contradições, pois bem, é nisto que eu acredito também, e digo mais; só creio na bíblia porque ela foi escrita por homens, se fosse um cavalo que a tivesse escrita, ai, eu não creria mesmo.
Paradoxalmente a bíblia é uma contradição feita por Deus, para que nem um homem tenha a arrogância de, deter toda a verdade!
Lembrarei a máxima de Lessing quando disse: “se Deus tivesse em uma das mãos a Verdade e na outra a aspiração pela Verdade, eu escolheria esta última”.
Um grande abraço
Obs: Assim que tiver um tempo, com certeza darei uma olhada na sua nova postagem mano.
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Amigo,
ResponderExcluir"só creio na bíblia porque ela foi escrita por homens, se fosse um cavalo que a tivesse escrita, ai, eu não creria mesmo."
Perfeito!
A Bíblia só tem suas contradições porque foram homens que a escreveram e não poderia ser diferente.
Não acredito naquela ideia, que para preservar a "autoridade" das Escrituras, Deus livrou os escritores de qualquer contradição.
Se Deus não queria que houve contradições humanas em um livro escrito por homens, seria melhor ele mesmo escrever de próprio punho, né?
Abraços
Concordo plena e satisfatoriamente!
ResponderExcluirAo contrario do espiritismo, a bíblia não foi psicografada, como que, seus autores fossem tomados pelo Espírito Santo e em transe escrevessem mecanicamente.
Acredito na liberdade de expressão e da capacidade humana que os autores da bíblia tiveram de verbalizar em palavras escritas sobre suas experiências transcendentais com o divino, a revelação.
Por isso é que a bíblia é o paradoxo de Deus, dita de maneira dês-dita, que precisamos ir além das meras palavras escritas, do espírito por trás das letras frias, que trás vida!
Reconhecendo isto, não preciso mais fazer “ginástica” com a bíblia, para provar que ela não é contraditória.
Ufa! Mas que alivio!
Um grande abraço
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Seu blog foi homenageado com um selo, veja aqui: http://convictosoualienados.blogspot.com/2009/11/selo-de-homenagem-early-days.html
ResponderExcluirAbraços.
estou doido atrás de umas prostitutas para tomar vinho com elas.
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