Não adianta "chorar" com o que ei de dizer agora: Não, Deus não tem um “plano” para a tua vida, e nem você é especial para Deus, pro Universo, pra Natureza, pra Energia ou seja lá mais o que inventemos – e o Universo, lamento te informar, ele não conspira ao teu favor como mentem descaradamente os gurus da autoajuda - e como (pateticamente) queremos (precisamos?) desesperadamente acreditar.
Inclusive, o cosmo, não somente não esta ao teu lado, como é completamente indiferente a você, aos teus problemas, a tua vida e ao que você faz dela - pode "espernear" a vontade: Nem eu e nem o universo damos a mínima pra seu "chilique" - sim, hoje eu to do "mal"(rsrss).
E ai, vai encarar, mesmo assim a existência? Ou vai fingir que não sabe de nada, que não é com você, e nem que ao menos tem uma leve suspeita ou sensação de que a vida é você por você mesmo?
De que tirando umas quatro ou cinco pessoas no máximo, você não faz diferença alguma pro mundo? Que o mundo inteiro esta completamente alheio a você? De que o mundo não para porque você esta sofrendo? De que não somente não tens importância em vida, como que depois da (tua) morte não haverá lembranças de você, porque os que lembram também, morreram e com elas o teu "nome", história, memória e existência será apagada pra sempre da terra?
Peguei pesado demais agora né? rss mas isso pode ser pavoroso, terrível, (e, é) reconheço, mas pode ser também libertador: Podemos viver a vida sem aquele "peso", sem aquela cobrança obcecada (e infantil) de sucesso, de triunfo. Sem a mania (delirante) de grandeza, que torna o ser humano patético.
Nesse sentido, somente levo a serio os trágicos (gregos) com sua visão trágica (realista?) da vida, do mundo, do ser humano. Prefiro a companhia de um Shakespeare, de um Dostoievski e suas "ácidas" e "indigestas" visões do humano como um animal que se debate em angústia de sua própria finitude, esmagado pelo peso da existência, do que um risível (e infatilizante) livro dos gurus da felicidade.
Mas como eu sou "eu" e você é "você", fique a vontade com suas fantasias, com suas ilusões, com seus delírios de ser especial, de ser escolhido por Deus - ainda que seja pra sofrer miseravelmente -, de se achar importante, que o mundo chorará por sua morte, que se lembrará pra sempre de você.
E os deuses se existirem, são como na clássica e sabia concepção grega: Deuses que no enfado de serem deuses, criou o humano para seu divertimento - como bobós na corte do Olimpo. Que no seus sadismos fez o homem consciente de sua miséria existencial e finitude, em um mundo cheio de sofrimentos.
De fato: Viver não é coisa pra covarde. De uma de duas possibilidades: Ou somos corajosos - dai uma das maiores virtudes para os gregos ser a coragem - escolhendo viver a vida com coragem, mesmo em meio ao sofrimento real ou como possibilidade, ou então, somos ou nos tornamos, seres patéticos que acreditam ter o "rei" na barriga, que nasceu para o sucesso e a felicidade, enriquecendo assim, os gurus da auto-ajuda.
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