sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Qual a doença do teu filho?



Por: Marcio Alves

“Qual a DOENÇA DO TEU FILHO?”, “ah, não é nada... é só um probleminha na cabeça dele, que o doutor falou que é depressão”. Quantas vezes já não presenciamos alguém dizer isso?
O que está por trás desses tipos de comentários (ofensivos e desqualificantes) é uma crença (e preconceito) de que dor de verdade, doença realmente preocupante, problema de fato grave, é só fisicamente.
Com isso, ignoram talvez, um dos maiores males do ser humano: o sofrimento da “alma” – para alguns, “sofrimentos mentais”, para outros, “sofrimentos neuroquímicos no cérebro”, para uns ainda, “sofrimento do espirito”, para outros, “sofrimento emocional” (não importa o nome dado, chamado, o que importa mesmo, é o real sofrimento interno do sujeito).
Tormentos tão terríveis que fizeram até mesmo Jesus Cristo – o Deus encarnado para os cristãos – dizer “a minha ALMA está angustiada até a morte”. Veja que o sofrimento sentido na “alma”, o qual Jesus passou, foi tão profundo e dilacerante, que ele chegou a se referir a sensação do sofrimento, como sendo da própria “morte”.
Ele não disse “meu corpo dói até a morte”, também não disse “minha situação financeira, meu emprego, meu carro, minha casa”, mas afirmou que a “alma” dele estava mergulhada de tal forma no sofrimento da angústia, que ele comparou com a morte.
Doenças e transtornos mentais que causam enorme sofrimento para (e nas) pessoas devem ser levados muito a serio – e ao tratamento tanto psiquiátrico, como psicoterapêutico.
Precisamos respeitar a dor do (e no) outro, porque por mais “invisível” que seja as dores da “alma”, elas trazem enormes prejuízos “concretos” (e “reais”) para a pessoa que dele padece. Sem falar, num incontável número de pessoas que se suicidam por causa desses mesmos “probleminhas na cabeça”.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 800 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo, inclusive, matando mais jovens do que o HIV, ficando em 2° lugar como maiores causas de óbitos, sendo que 90% dos jovens que se matam, tem algum tipo de transtorno mental – fora a enorme quantidade que fracassa na tentativa.
Portanto, dá próxima vez que encontrar uma “alma” mergulhada em angústia, acolha, escute, compreenda e respeite – mesmo (ou principalmente) se falar que pensa em suicidar –, lhe ajudando a procurar um psiquiatra (tratamento medicamentoso) e um psicólogo (tratamento psicoterapêutico).
Nada mais terrível do que o preconceito e a desqualificação do sofrimento do outro – claro que não é “nada” mesmo o sofrimento da (e na) “alma”, afinal, não é você que está sentido não é mesmo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe a sua opinião.

Mesmo que você não concorde com nossos pensamentos, participe comentando esta postagem.
Sinta-se a vontade para concordar ou discordar de nossos argumentos, pois o nosso intuito é levá-lo à reflexão!

Todos os comentários aqui postados serão respondidos!