sábado, 26 de fevereiro de 2011

Antígona - Sófocles

Resumo:
 Antígona é uma das mais belas e dramáticas tragédias já escritas. Sófocles devassa em toda a sua profundidade o amor, a lealdade, a dignidade. O Ensaio conta a historia de Antígona, que deseja enterrar seu irmão Polinice, que atentou contra a cidade de Tebas, mas o tirano da cidade,Creonte, promulgou uma lei impedindo que os mortos que atentaram contra a lei da cidade fossem enterrados, o que era uma grande ofensa para o morto e sua família, pois a alma do morto não faria a transição adequada ao mundo dos mortos. 

Antígona, enfurecida, vai então sozinha contra a lei de uma cidade e enterra o irmão, desafiando todas as leis da cidade.  Antígona é então capturada e levada até Creonte, que a sentencia  à morte, não adiantando nem os apelos de Hemon, filho de Creonte e noivo de Antígona, que clama ao pai pelo bom senso e pela vida de Antígona, pois ela apenas queria dar um enterro justo ao irmão.

Hemon briga com Creonte e então Antígona é levada a morte, numa tumba aonde Antígona ficará até morrer. Aparece então Tirésias, o adivinho, que avisa a Creonte que sua sorte está acabando, pois o orgulho em não enterrar Polinice acabará destruindo seu governo. Antes de poder fazer algo, Creonte descobre que Hemon, seu filho, se matou, desgostoso com a pena de morte de Antígona.

Aparece Eurídice e conta que, ao abrir a tumba onde Antígona estava presa, encontram-na enforcada e Hemon a vê.  Creonte se aproxima e então Hemon se mata, após tentar acertar o pai.Eurídice, desiludida pela morte do filho também se mata, para desespero de Creonte, que ao ver toda sua família morta se lamenta por todos os seus atos, mas principalmente pelo ato de não ter atendido o desígnio dos deuses, o que lhe custou a vida de todos aqueles que lhe eram queridos.

Édipo Rei - Sófocles

Este lvro é um clássico da literatura ocidental, esta peça de Sófocles é considerada uma das mais perfeitas tragédias da Grécia Antiga.

Resumo do Livro:

Édipo é filho de Laios, rei de Tebas que foi amaldiçoado de forma que seu primeiro filho tornar-se-ia seu assassino e desposaria a própria mãe. Tentando escapar da ira dos deuses, Laios manda matar Édipo logo de seu nascimento. No entanto, a vontade do destino foi mais forte e Édipo sobreviveu, salvo por um pastor que entregou-o a Políbio, rei de Corinto.

Já adulto, Édipo descobre sobre a maldição que lhe foi atribuída e para que ela não fosse cumprida, foge de Corinto para Tebas, sem saber que lá sim é que seus pais verdadeiros o esperavam.

No meio da viagem, encontra um bando de mercadores e seu amo, sem saber que seu destino estava já se concretizando, mata a todos.
Assim que chega a Tebas, Édipo livra a cidade da horrenda esfingie e de seus enigmas, recebendo a recompensa: é eleito rei e premiado com a mão da recém-viúva rainha Jocasta.

Anos se passam e Édipo reina como um verdadeiro soberano e tem vários filhos com Jocasta, mas a cidade passa por momentos difíceis e a população pede ajuda ao rei.
Após uma consulta ao oráculo de Delfos, que responde pelo deus Apolo, os tebanos são alertados sobre alguém que provoca a ira dos deuses: o assassino de Laios, que ainda vive na cidade.
Édipo então decide livrar seu reino desse mal e descobrir quem é o assassino, desferindo uma  maldição...

Autor: Sófocles

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

“Estar ou não Estar...eis a questão”

Por Edson Moura

Todos estão acostumados com a célebre frase: “Ser ou não Ser, eis a questão” recitada por Hamlet em sua tragédia. William Shakespeare, sem dúvida alguma, acabou por imortalizar uma das mais conhecidas falas da literatura mundial. Mas hoje, em pleno século XXI, poucos de nós sequer imaginam que não “somos” e sim “estamos” algo.

Sem querer massacrar a gramática, o que deveríamos perguntar às pessoas que se apresentam a nós, não é: “Quem é você?”. E sim: “Quem está você?” Explico:

A expressão “ser alguém” carrega consigo uma idéia de permanência que, na língua portuguesa, pode ser corrigida para “estar alguém” como uma perspectiva temporal, bem mais aceitável quando analisamos o comportamento do indivíduo.

As experiências que passamos no nosso cotidiano nos desafiam a nos reorganizarmos constantemente, seja reafirmando nossos valores, ou modificando-os completamente. A cada nova situação experimentada, somos colocados diante de desafios que nos transformam, trazendo à tona novas capacidades, medos, potencialidades e dificuldades que até então eram desconhecidas por nós.

Quando nos deparamos com algo novo, uma situação de pressão qualquer, o “ser” que éramos instantes atrás, pode suscitar atitudes completamente novas, tornando-nos um outro “eu”. É claro que esta atitude não representará uma ruptura total com o “ser” que éramos no passado, mas, modificará, muito ou pouco, o que passamos a ser daí para a frente.

Muitos imaginam que eventos traumáticos são os que mais colaboram para que uma pessoa mude de comportamento, mas não é bem assim, pelo contrário, os eventos cotidianos podem se mostrar muito mais reveladores do que os grandes acontecimentos. As mudanças traumáticas e repentinas com certeza podem ser percebidas com mais clareza dos que as alterações cotidianas, mas o fato de algo acontecer em escala reduzida, quase imperceptível, não o torna menos importante na complexa montagem de um ser humano.

Se hoje eu olhei com desejo uma garota que não passou dos 12 anos ainda, ou se eu não socorri uma pessoa acidentada, por estar mais preocupado com o meu horário de assistir ao Jornal Nacional, essa atitude, talvez inesperada por mim mesmo, esteja revelando que minha ética é diferente do que eu pensava até instantes atrás.

Essas transformações inerentes ao ser humano ficam mais fáceis de serem percebidas quando aumentamos o espaço de tempo. Ao compararmos nosso “eu” de agora, com o “eu” de 15 minutos atrás não nos é revelado uma grande mudança, embora já tenhamos mudado. Mas, quando comparamos o “eu” de hoje, com o “eu” de 15 anos atrás, as transformações tornam-se mais evidentes. Quais eram minhas crenças?... Minha perspectiva de vida?... Quais roupas eu considerava bonitas?...Com quais amigos que eu preferia conversar e etc...

Se nos encontrássemos com nós mesmos há 20 anos, sentiríamos orgulho, ou vergonha? Resumindo:

Hoje você é uma pessoa completamente diferente da pessoa que era há 20 anos, mas, ao mesmo tempo, carrega traços da pessoa que era no passado. Portanto, posso reescrever esta última frase. Ela ficaria assim:

Hoje você “está” uma pessoa completamente diferente da que “estava” há 20 anos, mas, ao mesmo tempo, carrega traços da pessoa que “estava” no passado. E lembre-se: “O mesmo homem jamais poderá banhar-se no mesmo mar”.

Edson Moura

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Você escolheu a religião que acha que escolheu ou foi a religião quem te escolheu?


Somos irremediavelmente produtos do meio. Assim tal meio social tal qual individuo. Neste estreito sentido, ninguém é uma ilha. Vamos sendo na medida em que já somos, influenciados num determinismo sócio-cultural-geográfico-génetico.

Você acha que pensa o que pensa ser o que pensa? Pense duas vezes e depois responda, pois a primeira resposta sempre será aquela que você herdou do meio social em que vive.

Você acha errado um homem já adulto ter relações sexuais com uma adolescente de 13 anos? Agora pense de novo, e me diga, porque então em algumas culturas não é considerado crime? (Não estou aqui nem defendendo e nem sendo contra, apenas levanto a pergunta como exemplo de que o que pensamos ter tudo haver com o meio social pelo qual nos relacionamos)

Ou por exemplo, o canibalismo praticado em algumas culturas....se você tivesse nascido num destes contextos, onde o canibalismo fosse “natural”, será que acharia errado e absurdo como pensa atualmente?

Na questão da crença religiosa, você meu caro leitor cristão, o que acha dos hindus que prestam cultos e adoram vacas e ratos como animais sagrados?
Ridículo não é mesmo?

Mas o que você acha que os hindus pensam de você, que adora um homem chamado Cristo que foi crucificado e morto numa cruz como deus, pelo qual você celebra em sua homenagem uma ceia, onde o pão simboliza o seu corpo, e o vinho o seu sangue?
Eles também diriam que é ridícula a sua crença.

Mas o mais importante na questão da religião é que as pessoas acreditam no que o meio a sua volta acredita, ou seja, se você tivesse nascido em um pais onde o hinduísmo prevalecesse, certamente a esta hora você estaria de joelhos adorando vacas e ratos como animais sagrados!

Sendo assim, todos os nossos valores, crenças, morais, atitudes, pensamentos e até vontades não passam de uma roupagem social imposta e colocada em todos nós....não escolhemos quase nada, na verdade nós é quem somos escolhidos pelas escolhas, ou como diria no entender de Nietzsche, todos nós ao nascermos somos camelos, onde toda bagagem social e psicologia será colocada em nossas costas.

Mas fica ai uma pergunta: A grande questão não é se nascemos ou não já escolhidos pelas escolhas, (pois este debate já esta mais do que claramente vencido pelo determinismo, onde o maior e simples exemplo é que para começar, não escolhemos nascer, simplesmente nascemos e ponto!), mas se temos que continuar sendo escolhido por elas. Sendo o primeiro passo o questionar e confrontar tudo que absolvemos nesta longa estrada da modelagem social, o qual, tínhamos como verdades até então, absolutas e inquestionáveis.

A grande questão é: podemos mudar....ainda há tempo para se mudar, ou então, no mínimo, escolher continuar sendo escolhido pelas escolhas.
Porque a reflexão comprometedora é aquela pela qual corremos risco, pois colocamos em xeque tudo que aprendemos com o meio social, e isto gera angustias e conflitos infindáveis.

Tem que se ter muita coragem para se pensar que o “certo” pode ser na verdade o “errado” e que o “errado” pode ser o “certo”.

Para isto se faz necessário criarmos uma consciência por trás da própria consciência, que consiga analisar e pensar todos nossos pensamentos, ao ponto de criticá-los e, se for o caso, mantê-los, pois entre o pensar e o fazer, existe um abismo de diferença, onde o primeiro passo é questionar os próprios questionamentos, pensar os próprios pensamentos, para no final, conseguirmos enxergar e diferenciar o que em nós é maquiagem é o que é natural, sendo que mais tarde, o social se tornará em nós uma segunda pele!

Por: Marcio Alves