sábado, 28 de agosto de 2010

Meu caminhar existente no filosofar da vida e pela vida


Meu existente existe na trilha da filosofia investigativa e questionadora, na medida em que vou me aventurando e me lançando a caminhar pelos caminhos escuros das incertezas sem meu pé de apoio e apoio para os meus pés, sem os mapas ilusórios do cotidiano, sem os dogmatismos dominadores dos diferentes, e por isso, estou como vou aberto e neutro ao pluralismo existente do mundo da filosofia, sem me deixar acorrentar não vendo os pontos positivos, como negativos de todas vertentes filosóficas.

Faço filosofia com o intuito de correr risco, não por mero diletantismo ou prazer, pois prazer por prazer existem tantos prazeres mais fáceis, rápidos e mais prazerosos do que simplesmente viver pensando e pensando no viver, sendo que muitas vezes o que a filosofia trará para o individuo e seu mundo subjetivo é uma problematização da vida, pois ela mesma não se presta a ser e dar soluções fáceis a problemas muito difíceis da existência humana, como se fora uma auto-ajuda barata e mercadológica.

Penso eu que o ser humano é uma coisa para qual não existe uma solução, por mais que existam milhares de soluções práticas inventadas, e estas por sua vez estejam circulando no mercado, isto só corroborar para mostrar ainda mais o tamanho da problemática humana.

Não faço uma dissociação entre filosofar e viver, como se viver fosse uma, e pensar fosse outro, mas as duas coisas estão para mim, ligadas, inseparáveis, pois onde começa uma, termina a outro, e onde termina uma, se inicia a outra.

Subjugo tudo ao campo do racional, trocando meus óculos herdados do meio em que vivo que já estavam embaçados e com pouca visão pelos quais via o mundo, as pessoas e a mim mesmo, agora, ao invés de ver como o senso comum me ensinou, vêem meus olhos com os óculos da filosofia, se tendo muito mais uma visão mais ampliada e estendida submetendo todos os valores, idéias, utopias e praticas ao escrutínio da razão.

Como tudo esta ligado ao comando do pensar, logo se não penso para praticar uma determinada ação é, ou por que outros estão pensando por mim, sendo eu uma marionete do sistema, ou por que sou louco mesmo, pois só louco age sem fazer uso da racionalidade.
O problema da sociedade é que existem muitos indivíduos que praticam ações cegas, embasadas numa repetição de ver o outro fazendo e sem pensar no porque esta fazendo, se vê não se vendo fazendo igual.

Minha filosofia de vida é totalmente imanente, como o conhecimento do além vida é incognoscível, portanto apenas existente no mundo etéreo das idéias, e eu sou eu existente na existência do mundo imanente, com um corpo e não como anjos com corpos espirituais, tenho meu pensamento desenvolvido a partir do meu corpo e mundo físico onde vivo e sei que vivo.

Vivo minha vida vivida pela própria vida existente em si, e não por um idealismo de como devo viver a vida.

Na pós modernidade, trocaram se os valores do mundo da alma pelo mundo do corpo, só que ainda permanecem os valores idealistas, de como deve ser, ter e viver, pois a sociedade vive pensando em alcançar um tipo de corpo ou vida padronizado e cultuado pela nossa cultura como ideal.

É a vida tal como me apresenta agora é a que eu vivo e não uma abstração de idéia sobre a vida.

Abraço tanto a dor como prazer, alegria como tristeza, vida como morte, pois é disto que a vida é feita, portanto, enquanto não aceitar está realidade, viveremos sonhando com uma vida não sofrida e melhor, porém inexistente, pois a existência por si só já é carregado e marcado pelo sofrer como pelo prazer de existir.

Por: Marcio Alves

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

“As colunas” Parte II

4ª Coluna: “O livro Sagrado”. Depois de muito caminharem e observarem o mundo ao seu redor, Logomeu e Psiquemom começaram a questionar o livro sagrado. O tal livro contava a história da criação, não somente dos “alienadunianos”, mas de todas as criaturas que habitavam a Terra.

Eles não entendiam como tudo que ali estava escrito, e que era tido como “verdades absolutas”, poderiam se encaixar na Vida. Relativizaram todo seu conteúdo. Viram que algumas falas até que poderiam ser aplicadas no cotidiano, mas a essência do livro era puramente alegórica.

Muitas promessas...muitas profecias...muitas previsões de um futuro “aterrorizante” e ao mesmo tempo consolador estavam contidos nas várias e várias páginas daquele livro. Começaram a desconfiar que aquele aglomerado de pergaminhos que os alienadunianos diziam ser a “palavra do deus” aos homens, era na verdade, a “palavra dos homens ao deus”. (isso eles aprenderam de um jovem muito inteligente que encontraram pelo caminho, chamado “Subjetivus”)

Viram que o Livro era incoerente, e que no decorrer da história do homem, ele sofreu alterações e por muitas vezes fora mal-interpretado, hora por mera ingenuidade...hora por interesses escusos de homens sem escrúpulos, que apenas queriam dominar a raça humana pelo medo.

Hoje Psiquemom e Logomeu não lêem mais as escrituras que outrora ficava sempre embaixo de seus travesseiros. Reconhecem a força poética do Livro, mas desprezam a literalização das coisas que nele está escrito. Essa coluna foi e ainda é uma das mais sólidas que eles encontraram, pois, ainda nos dias de hoje, pessoas de “alma” ingênua insistem em argumentar com os dois companheiros que prosseguem convictos para a quinta coluna.

5ª Coluna: “O Salvador”. A quinta coluna era poderosa; imponente; sagrada para boa parte da população do planeta, e, por esse motivo, os dois guerreiros da terra dos Alienaduns hesitaram em querer destruí-la.

Depois de muito refletirem, chegaram ao ponto em que não mais seria possível conciliar as crenças dessa coluna com a maneira como pensavam agora. As implicações eram gigantescas.

Contava a lenda alienaduniana, que o deus enviaria um “salvador” para seu povo...e este...seria o próprio deus encarnado. Então surgiu, numa determinada época, este ser totalmente divino e totalmente humano, com poderes sobrenaturais e uma promessa para os que seguissem seus ensinamentos. Esse “Avatar” modificou o mundo em sua época, e ainda hoje é aclamado por milhões de seres humanos.

Conta também a lenda, que esse mestre nascera de forma miraculosa, que sua mãe o pariu ainda virgem. Depois de um desaparecimento de quase vinte anos, o Salvador reaparece nas histórias do povo, e agora ele vem com poder para curar doentes, perdoar pecados e subjugar demônios. Mas de repente o mestre é morto de forma brutal, e seus seguidores (os doze enviados) ficam desolados. Até que depois de alguns dias ele reaparece ressuscitado, e após 40 dias (mais ou menos) ele sobe aos céus em “carne e osso”..levado por anjos.

Logomeu e Psiquemom relutaram até onde puderam, mas acabaram cedendo e, reconheceram que, embora o homem tenha de fato existido, a estória era por demais fantasiosa para poder ser acreditada. “Eles acreditam que se um deus os criou e os dotou de sentidos, razão e intelecto, esse mesmo deus não poderia jamais querer que eles renunciassem a tudo isso”.

Alguns dizem que deve-se usar a fé para crer, mas fé é algo que os dois não possuem mais. Eles usam a razão, a lógica da vida, a própria Vida para crer, e esses elementos acabam por derrubar toda e qualquer estória sobre a divindade do salvador.

A coluna do “salvador” foi destruída nos corações de Psiquemom e Logomeu, mas ainda continua intacta para bilhões de habitantes da Terra. As pessoas não querem perder a esperança de que o Salvador voltará um dia para implantar um novo reino no planeta, e punir os maus.

Será que ele voltará? Será que os dois amigos estão lutando contra Deus? Um dia saberão...ou não. Mas enquanto esse dia não chega, eles continuam caminhando, para enfim, encontrar a maior de todas as colunas. A coluna que poucos ousam sequer questionar, a coluna que deu origem a todas as outras.

Fim...por enquanto.

Edson Moura

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Meu crer na descrença e minha descrença no crer



Não busco mais um ser fora de mim, que habita em luz imarcescível, onde olho nenhum conseguiu vê, pensamento imaginar, coração sentir, mãos a palpar, intuição perceber, se quer experimentar.
Mas também não sou contra as pessoas que vivem dizendo que sente, pensam, vê e até que escutam sua voz, afinal fantasma não existe, mas é uma coisa que muita gente jura ter visto.

Não vivo no extremo da convicção religiosa que afirma existir deus, mas também não me encontro no pólo da negação ateia de dizer que ele não existe.
Se por um lado é fantasia acreditar que um ser do nada surgiu para então do nada criar tudo, por outro, é mágica a idéia de que do nada tudo se fez sozinho através de uma explosão.

Creio e tenho fé na duvida, mas duvido da certeza da fé.
Creio no não saber, tenho como resposta a não resposta, minha convicção é a não convicção, meu caminhar é pelas sombras escuras do mistério da vida, navegando pelo oceano das incertezas, trilhando o caminho espinhoso e pedregoso da existência.

Minha sina é não poder saber, se quer ter certeza do que acontecerá após a morte.
Mas ao mesmo tempo em que a morte é um enigma não desvendado por nós, apenas crido e esperado por uns, negado por outros, é por mim anulado tanto a certeza que diz para mim o que será, quando a negação que diz que nada depois existirá.

Tenhamos calma, não precisamos nos desesperar, cada coisa ao seu próprio tempo, um dia iremos morrer e ai, ou saberemos por continuar tendo consciência, ou saber por justamente não saber por não termos mais consciência, justamente por não mais continuarmos existindo.

Vivo uma vida de anulação de deus, não afirmando sua existência, como também não afirmando sua negação, mas antes, não pensando mais sobre ele, se quer vivendo preocupado ou tendo uma obrigação moral para com ele.
Acho até ser mesmo de sua vontade, se é que ele tem vontade, e ainda mais se é que ele é ele, pois não quis se revelar, mostrar sua cara, manifestar sua presença, fazer ouvir sua voz, compreendida sua existência.

Só sei que quando me dei conta do “meu crer na descrença e minha descrença no crer”, me tornei livre para pensar sem os cabrestos obscurecidos da religião. Agora nunca mais serei um escravo tendo um senhor e mestre para comandar minha vida, eu sou meu próprio deus, como meu próprio demônio, onde posso criar como também destruir minha vida. Meu destino, minha sorte, como meu trilhar pelos caminhos da vida, são totalmente de minha escolha e decisão. Assim sendo, fantasmas, deuses e demônios representam apenas mitos criados pela fértil imaginação humana.

A única coisa que agora espero mesmo, desejando ardentemente é demorar em descobrir isto tudo, pois isto significará que vivi bastante....deus, anjos, demônios, vida após a morte, podem esperar mais um pouco, agora o que eu quero é somente viver esta vida sem me preocupar com o que será depois dela, pois pode ser que nunca venha descobrir.



Por: Marcio Alves

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

“As colunas” parte I

Em determinado momento de suas vidas eles tiveram que enfrentar seus maiores temores. Foram anos de aprisionamento, anos de um mesmo pensamento, mas ao chegar à metade do caminho de suas efêmeras existências...encontraram as cinco colunas. Viram-se em profundo desespero. O mais velho que se chamava “Logomeu”, olhou atentamente para o rosto pálido e sem expressão de seu companheiro “Psiquemom” e sentiu medo. Medo de saber que aquelas colunas precisavam ser destruídas. Medo por não saber se seu amigo suportaria o desencadear de eventos que se sucederiam após a primeira coluna ruir. Mas a caminho -ele sabia - não tinha mais volta, e no fundo, ambos sabiam disso.

No início da jornada o objetivo daqueles dois descendentes de uma tribo conhecida como “Alienadum” era outro. Eles apenas queriam lutar contra seus adversários da terra dos “Enganadorium”, pois não suportavam ver seus amigos e parentes serem levados, um a um, pelos melhores profetas da tribo inimiga.

Eles tentaram não piorar a relação entre os dois povos, mas infelizmente não fora possível, a divisão aconteceu, e eles chegaram ao ponto de onde não se poderia mais voltar. Contemplaram com ternura as cinco colunas, e a primeira delas, que imaginaram, seria a mais frágil, iria se demonstrar uma das mais resistentes. Vou tentar contar essa história com a maior fidelidade possível e talvez, muitos fatos sejam ocultados (ou propositalmente esquecidos) devido ao excesso de detalhes e pormenores que estão contidos nesta saga:

1ª Coluna: “A Benção”. Eles não acreditavam em benção, e por isto, não se cansavam de alertar seus companheiros de que, não se deveria viver dependentes de provisões dos deuses. Eles, a princípio, não diziam que isto não existia, pois muitos dos habitantes da terra dos Alienaduns viviam bem, acreditando nas estórias que eram contadas por seus antepassados. Mas um dia, ao verem um alienadum prostrado, rogando que a divindade salvasse seu filho enfermo, e, ao não ver atendido seu pedido entrou em profunda depressão, achando que o deus ao qual ele servia não gostava deles, ou pior, ele não tivera fé o suficiente para alcançar a graça divina.

Esta primeira coluna foi destruída até suas fundações, pelo menos em seus corações. Eles deixaram de acreditar totalmente nas bênçãos, e por conseqüência, em milagres, inclusive, até achavam uma tremenda falta de “bom-senso” alguém pedir coisas do tipo às divindades, pois o mundo ao seu redor estava deteriorando-se, pessoas morriam a todo instante, plantações eram perdidas por causa dos fenômenos naturais e nada podia ser feito...nada espiritual.

2ª Coluna: “O Inferno”. Inferno era o lugar, segundo a tradição oral, para onde eram mandados todos os seres que não acreditavam nas divindades ou simplesmente não seguiam os ditames já estipulados desde a criação da raça.

Embora todos dissessem o deus era justo e misericordioso, eles nunca conseguiram entender como um ser de caráter tão bondoso poderia condenar sua criatura ao fogo eterno do inferno. Eles acreditavam que muitos que professavam a fé no deus, na verdade, não sentiam uma afeição por ele, apenas tinham muito medo da punição reservada aos que não criam. Isto também eles tentaram passar adiante, mas houve muita resistência, pois, há muitas gerações este medo fora incutido em todos os moradores.

Houve os que os chamassem de hereges, malditos e até demônios, mas eles não se abateram. Derrubaram mais esta coluna e prosseguiram viagem sem olhar para trás, sempre tentando fazer com que, os que os abordavam pelo caminho refletissem sobre todas essas coisas e escolhessem o caminho que julgassem melhor.

3ª Coluna: “O Céu”. Esta coluna, embora eles tenham-na transformado em escombros irreconhecíveis, algo em seus corações ainda insiste em dizer que o povo, embora se diga não mais “interessado” no lar eterno que a divindade os prometera...talvez não tenha verdadeiramente se apagado de seus sonhos (sonhos do povo e não de Logomeu e Psiquemom).

O céu, diz a lenda alienaduniana, é um lugar onde só entrarão os escolhidos num processo seletivo muito apurado, realizado pelo próprio criador. No céu não haverá mais dor, não haverá mais lembranças da vida na Terra, não existirá casamento e tantas outras coisas boas que só se experimenta na Terra. Logomeu e Psiquemom riem quando ouvem alguém falar deste lugar. Riem pois a vontade é chorar. Se tudo que nos tem de mais precioso são as experiências que adquirimos em vida, como poderia um deus bondoso tirar isso do ser humano?

Eles diziam que ao chegar ao céu, o cidadão alienadum seria transformado em zumbi, e passaria toda a eternidade em profunda adoração ao deus egoísta e carente de afeto, representado nas estórias que seus pais lhes contavam. Esta coluna não ofereceu muita resistência, mas eles sabem que muitas pessoas vão, de tempos em tempos, pegar algumas pedras que restaram no lugar onde outrora existia um dos mais firmes sustentáculos da fé alienaduniana, e as escondem num lugar seguro para que não venham a se esquecer por completo desta promessa divina.

Continua...

Edson Moura





sábado, 7 de agosto de 2010

Jonh, o cristão (precisamos da religião?) parte final



Finalmente! Jonh se libertara dos processos neuróticos do fanatismo ilusório cristão!
Agora já adulto, com sua mente muito mais aberta, depois de tanto olhar para a vida e refletir, tendo literalmente quebrado sua cabeça, morreram em seu coração, como que apagaram de sua mente os muitos conceitos evangélicos.

Agora não mais precisava dos narcóticos delirantes evangélicos que muito mais anestesiavam os seus problemas na vida, do que propriamente os solucionavam.
Tivera fibra e coragem para de peito aberto encarar as vicissitudes da vida com suas tragédias e contingências, ao mesmo tempo em que abraçava a beleza e feiúra da vida.

Não tinha mais seu pé de apoio na religião, nem jogava para as costas largas de deus seu infortúnio como também não mais nutria expectativas deixando nas mãos de Deus o que ele mesmo tinha que ter coragem para enfrentar e realizar.

Deixou de dar dízimos e ofertas nas igrejas para enriquecer pastores inescrupulosos, que ajudava muito mais a levantar e sustentar impérios do que propriamente proclamar o evangelho, para dar nos orfanatos e asilos que careciam de ajuda.
Nunca mais se sentiu culpado por manter relações sexuais com a sua namorada.

Se antes ele não participava de festas de aniversários e casamentos, agora ele procurava ansiosamente para festejar a vida que deve ser valorizada e vivida e não postergada por causa de uma crença sem provas de uma vida alem morte, pelo simples fato de não trocar algo que já tem por um que nem sabe sem vem mesmo, ou então, mesmo que exista, não se sente condenado a não poder participar, pois entendia que a raça humana estava toda em pé de igualdade diante de Deus, habitando no ser humano tanto luz como trevas, sendo assim, ou Deus se fosse salvar, salvava todo mundo ou não salvava ninguém.

Porém Jonh entrou num caminho perigoso sem moderação e controle, começou a usar e abusar radicalmente de tudo antes que ele não podia e, portanto se reprimia, até os seus desejos mais intensos e violentos.
Não sabendo que estava sendo mais uma vez influenciado negativamente pela religião, só que agora ao contrario, pois tudo que era proibido antes, agora era experimentado por ele sem equilíbrio.
A religião fez mal a ele duas vezes: na primeira o proibindo, na segunda por ter proibido demais agora ele extravasava os seus instintos sem limites.

Jonh não respeitava mais nenhuma religião, nem as leis civis do estado, não ouvindo os conselhos de sua própria mãe que já estava idosa, desprezando a ajuda de seus amigos, e por não acreditar mais que existia céu e inferno, nem muito menos Deus, Jonh anulava riscando por completo a moral e a ética de sua vida, como também, o único pensamento que tinha era o de apenas aproveitar, vivendo o máximo dos prazeres da vida.

Era todo dia, indo a boates, bebendo até passar mal, saindo com todo tipo de prostitutas, não se protegendo, tinha suas relações sexuais sem camisinhas, e até mesmo, mergulhava no mundo da droga, experimentando tudo que lhe era oferecido, cocaína, maconha e até craque, se tornando um dependente químico, começou a roubar, e finalmente, até mesmo a matar as pessoas por causa de algum dinheiro.

Tendo experimentado de tudo, aproveitando a vida da sua maneira, caiu no tédio de ter os seus desejos satisfeitos, e como não tinha a religião para buscar mais sentido existencial, ele não agüentou o vazio na alma, e resolveu acabar com sua vida.

Foi no dia 23 de março, de 2007, aos 30 anos, que Jonh viera a se suicidar.
Pegando sua arma 357 Magnum prateada que tantas vidas tirou, abrindo sua boca, a colocou dentro, engatilhou, e sem hesitar, puxou o gatilho da Magnum e.......

Este foi o fim trágico de Jonh, que teve sua vida inteira vivida na religião evangélica, sendo que era a mesma que dava sabor, cor, cheiro e vida a sua vida.
Quando os seus olhos se abriram para a realidade da vida, perdeu os encantos e ilusões da religião, não encontrando mais sentido em nada neste mundo, e não agüentando o peso esmagador de viver, tirou sua própria vida.

Fim


Por Marcio Alves

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Teogonia

Quem és tu que me libertastes daquela agonia?
De viver estranhamente num mundo de fantasia
Forjada nos palácios de marfim da teologia
Hoje meu discurso é apenas uma poesia.

 Um mundo novo me foi revelado pela filosofia
Aos poucos derrubei as muralhas da mitologia
No peito cresceu o amor por uma ideologia
Que torna-me mais humano a cada dia.

Descobri o mundo mágico da psicologia
Observando o ser humano e sua idiossincrasia
Considerei ambos os lados da analogia
Optei por fugir dos braços da teocracia.

Destruí minhas bases evangélicas com maestria
Suportei as crises existenciais com valentia
Apoiei-me nos braços do amigo que me ouvia
Enfrentei meus monstros interiores com ousadia.

Hoje abomino os atos de covardia
De homens que iludem o povo com simpatia
Desprezo todos os tons dessa sinfonia
Que conduzem o ser humano à esquizofrenia.

Não há mais espaço em mim, para nostalgia
Nem o impulso emocional que me conduzia
Contemplo apenas a realidade que se anuncia
De uma fé que em outros tempos me iludiria.

Depois de jogar por terra essa liturgia
Houve quem  dissesse que Ele me puniria
Projetaram monstros que não passam de histeria
Ocultos nos textos-base da teogonia.
 
 
Edson Moura