sábado, 31 de outubro de 2009

"Vida de Pastor"


Por: Edson Moura

Chamem-me de covarde se quiserem, eu particularmente não ligo. Mas eu gostaria de fazer algumas perguntas e também dar as minhas próprias respostas.
Pretendo falar de homens que estão na vida muita gente. Homens que considero heróis num mundo tão deficiente de tais figuras.

Você estaria disposto a não ter um domingo com sua família, em prol de outras famílias?
Você sairia muitas vezes cansado de seu trabalho, para trazer uma palavra de edificação e inspiradora para homens e mulheres que você chama de irmão, mesmo sem muitas vezes saber nem o sobrenome delas?
Você subiria em um altar, com a responsabilidade de direcionar a e aconselhar vidas humanas? Sabendo que suas palavras ecoarão até a eternidade, e um dia você teria que prestar contas de cada alma que por ventura viesse a se perder?

Confesso que já almejei uma posição assim, mas quando paro para analisar as implicações deste dificílimo cargo, reconheço a minha total incapacidade, tanto estrutural como intelectual, mas principalmente emocional.

Por isso eu deixo de lado as críticas aos maus pastores, para tecer alguns elogios aos bons pastores. Homens como:

John Wesley, que dedicou sua vida inteira a granjear almas para Deus. Não por obrigação, mas por amor às vidas. "Eu considero todo o mundo como a minha paróquia; em qualquer parte que eu esteja, eu considero que é certo, correto e o meu sagrado dever é declarar a todos que estejam dispostos a ouvir, as boas novas da salvação." - John Wesley
"Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo." - John Wesley

Jônatas Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se intitulava O grande despertamento. Sua vida é um exemplo destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e, sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo intelecto como instrumento em suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração e alma, mas tam­bém de todo o entendimento. "Sua mente prodigiosa apo­derava-se das verdades mais profundas". Contudo, "sua alma era, de fato, um santuário do Espírito Santo". Sob aparente calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão.
Charles Finney, foi instrumental no grande avivamento de 1857 a 1858 dos 'grupos de oração', que se espalhou por dez mil cidades e municípios, resultando na conversão de pelo menos um milhão de pessoas. Somente entre janeiro e abril de 1858, cem mil pessoas foram salvas nestas reuniões de oração ao meio-dia.

Entre outros tantos, que embora com as limitações de sua época, fizeram um ótimo trabalho para o reino de Deus.
Hoje não penso mais como há alguns anos sobre o conteúdo dos sermões desses grandes homens, mas reconheço a importância de seus testemunhos de vida, para esta nossa geração.
Muito se fala hoje em “pagar preço”, e sei que muitos pastores agarraram esse chamado divino e vêm desempenhando um bom trabalho.

Não falo dos grandes pastores de renome, e sim dos pequeninos, de igrejas pequeninas. Falo, não dos que andam de carro importado, e sim dos que ainda pegam ônibus lotados ou andam a pé por falta de recursos para sua própria condução.
Falo daqueles que muitas noites não tiveram o que comer com suas esposas, a não ser farinha com cebola, mesmo assim não deixaram de louvar a Deus. (história verídica)

Falo também daqueles que não usam terno de grife, e suas refeições em casa muitas vezes é pior do quê as refeições de alguns pastores na cadeia onde foram presos por tentarem sair do país com dólares não declarados.
Falo dos pastores que não vendem bíblias interpretadas “versículo por versículo”, que não escreveram livros ensinando como “exigir seus direitos”, que não enriqueceram vendendo pregações em áudio nos mostrando que “o dia da provação” vai chegar ou que é possível “destronar satanás”

Falo de homens como Acácio Carneiro, que abriram mão de uma vida bem sucedida para pregar quatro sermões aos domingos em sua pequena igreja. Ele não escreveu nem um livro (ainda), mas sua obra como pastor já renderia umas 500 páginas. Um homem que aprendi a amar, e que é co-responsável pelo ser humano que sou hoje. Meu pastor!

Falo de homens simples como Sergio Paschoal, que pra conseguir verbalizar seus pensamentos apelam para a poesia, preocupados em não ofender ninguém. Homens que se emocionam quando precisam abandonar um prédio onde fora sua igreja, por falta de recursos para o aluguel. As lágrimas e o embargo em sua voz demonstram sua sinceridade. Meu pastor!
Homens que acumulam em si qualidades que eu não tenho e não sei se um dia terei ,por isso a minha incapacidade para tão importante missão.

As qualidades bíblicas de pastores/presbíteros/bispos

Paulo cita as qualificações dos bispos ou (presbíteros) em duas cartas (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). A linguagem dele deixa bem claro que ele não está dando meras sugestões, e sim requerimentos. Em 1 Timóteo 3:2 ele diz: "É necessário, portanto, que o bispo seja...." Tito 1:7 diz: "Porque é indispensável que o bispo seja...." Antes de examinar as qualificações em si, vamos entender bem esse ponto.
Os requerimentos que encontramos nesses dois trechos são qualidades que o Espírito Santo revelou, através de Paulo, como exigências. Para servir como presbítero, um homem precisa de todas essas qualidades. Ninguém tem direito de apagar nenhum "i" ou "til" do que Deus falou aqui.
Agora, vamos ler o que o Espírito falou nessas duas listas paralelas (bem semelhantes, mas não exatamente iguais).

"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (1 Timóteo 3:1-7).

"Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem" (Tito 1:5-9).

Que Deus abençoe os verdadeiros pastores

domingo, 25 de outubro de 2009

Não creio em "milagres"!




Por: Marcio Alves


No inicio e durante muito tempo, na minha caminhada cristã, acreditei que por ser “filho” de Deus, tinha uma super proteção divina.
Não saía de casa, para qualquer lugar, sem antes, fazer uma oração a Deus, pedindo por uma proteção.

Inclusive, faço uma confissão: Na minha adolescência, ávido para “curtir” nas baladas da vida, perdi o interesse religioso, não tinha mais vontade nenhuma de ir á igreja.
Comecei achar os cultos, muito chato, mas, não tinha coragem, aliás, para ser mais exato, tinha medo, de sair da igreja. Acreditava que, saindo da igreja, perderia a proteção divina, ou pior, seria alvo do “castigo divino”.

Deixaria de ter bênçãos, para ganhar maldições.
Resultado; passei daquele amor entusiasmado e esfuziante a Deus, para servi-lo por medo e interesse.
Lembro-me bem, daquele dia, quando decídi sair da igreja, para andar com meus amigos do “mundo”. Com medo de Deus, gerado pela religiosidade evangélica, continuei orando a Deus por proteção.

Hoje, vejo como era engraçado. Saindo para farrear, beber e zuar, mas, o tempo todo, na minha mente, persistia a neurose evangélica; “Cuidado menino por onde andas e o que fazes, Deus esta vendo tudo e vai te castigar”. Lembro-me que, não poucas vezes, orei de dentro da balada: “Oh Deus, estou zuando um pouco aqui, mas não me deixe sofrer nenhum acidente. Proteja e livra-me de quaisquer imprevistos”.

Hoje, mais maduro e consciente, tenho poucas certezas, algumas percepções e muitas dúvidas. Neste texto, passo a escrever essas percepções e dúvidas, deixando de lado as certezas. Pois acredito, que a Fé anda de mãos dadas com a dúvida. Como disse um poeta; “Na casa das certezas, não há espaço para a Fé”. Não vejo Deus, e é por isso que tenho Fé Nele. Se visse, não precisaria de Fé.

Eis algumas das percepções ao longo da minha trajetória na Fé:

A maioria dos evangélicos serve a Deus por interesse.
Como moedas de troca, barganham com Deus.
As orações na maioria das vezes, não passam de pedidos com promessas e/ou sacrifícios com petições, do tipo:“Deus, se o Senhor me der isso, eu vou à igreja”. “Deus, estou ofertando na sua casa, me de aquela benção”. Por isso é que existem essas campanhas de oração e de jejum infindáveis.
“Para arrancar de Deus uma benção”. “Tomar posse da vitória”.Daí o jargão religioso: “A oração da fé move o braço de Deus”.

Se na era medieval, também chamada era das trevas, a igreja manipulava através do medo, hoje ela manipula através de promessas de bênçãos.
Eu tenho pena das pessoas que vão à igreja e acreditam (como eu já acreditei) que por orarem vão conseguir antecipar os percalços da vida e controlar o futuro. Inclusive, a vida só tem graça, porque não sabemos o que há de nos sobrevir amanhã. Passamos a ter uma vida com mais qualidade, quando nos tornamos consciente que ela é breve.
Não adianta ir ao culto, pensando que, se fizer tudo certinho, nossa vida vai ser ou se tornar um mar de rosas.
Alice, o pais das maravilhas, só existe em contos de fadas.

Precisamos ter Fé, isto não no sentido que o senso comum evangélico definiu a palavra Fé. Pois quando se diz; “Fé”, os crentes associam a vitoria, poder, livramento e milagres. Mas na bíblia, antes de tudo, a palavra Fé esta ligada ao sofrimento.
Não precisamos de ter Fé no milagre e vitoria, mas somos convocados a acreditar e servir a Deus, mesmo quando tudo sair errado, quando estamos imersos no sofrimento.

Não, não, não deixei de acreditar que Deus pode intervir.
Deus pode tudo.
A discussão aqui é outra.Esta fundamentada na seguinte pergunta:
Como Deus organizou a nossa existência?:

Eu não acredito que Deus, a todo instante, todos os dias, intervém em nossa realidade com milagres.
Ao contrário, ao nos dar a liberdade, Deus criou um mundo de imprevisibilidade, de acaso mesmo.
Você acha que por eu acreditar em acaso, virei ateu?

Pois leia você mesmo isto na bíblia:
Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.”

“Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos.”

“Que também o homem não sabe o seu tempo; assim como os peixes que se pescam com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando cai de repente sobre eles.” (Eclesiates 9 v 2, 11 – 12) (O grifo em vermelho é meu)

Não consigo acreditar num “deus” que, protege um crente de assalto, que blinda outro com emprego, carro e casa, mas não protege bilhões de crianças da AIDS, fome, guerras e pedofilias. Afinal, se Deus fosse realmente proteger alguém, porventura essas, não seriam as criançinhas? Não são delas que a bíblia diz: “Dos tais são o Reino de Deus”?

Não consigo digerir a idéia de que, num acidente aéreo que matou 300 pessoas, e, portanto, são 300 famílias que choraram pela perda, apenas uma se salvou, porque Deus interveio. Então por que ele não salvou as 300?

Não excluo a possibilidade de milagre, mas passei acreditar em acaso.

Muitos – para não falar a maioria – dos testemunhos de “milagres” relatados nas igrejas evangélicas, não passam de mero acaso, de sorte mesmo. Concernente a curas, acredito – além é claro, de que Deus pode curar – em processos naturais de cura, produzidos pelo próprio organismo.
Mais os crentes ávidos, para constatarem que Deus ainda faz milagres, no menor sinal de favorecimento, alardeiam que ocorreu o sobrenatural.

O carro de uma pessoa tombou, ela conseguiu sobreviver, mais ficou paraplégica, logo eles afirmam que foi uma intervenção de Deus.
A pergunta que não quer calar: “Se Deus livrou aquela pessoa da morte, porque não fez o serviço completo? Se pode livrar da morte, também não podia livrar da cadeira de rodas? Então porque não o fez? Ah já sei, foi para cumprir um propósito divino, não é mesmo?! Deixou a pessoa para o resto da vida inválida, mais foi para um bem maior? Desculpem, mais não acredito nisso, já acreditei, mas hoje, isso não faz o menor sentido.

Já sei você vai usar a bíblia para provar que estou errado, não é mesmo? Lamento te informar, mais qualquer teoria – isto inclui a bíblia – precisa estar fundamentada na pratica da vida humana.
Pegar alguns textos da bíblia, que falam de promessas de livramentos para o justo e aplicar a nossa existência, prometendo que a vida do crente vai ser um mar de rosa, num mundo em que acidentes mortes e tragédias sobrevém a todos – inclusive aos crentes – é irreal e alucinação.

Vale lembrar que, é muito fácil falar da dor alheia, o difícil é falar em meio a sua própria dor.
Afirmar que os que sofreram com as enchentes de Santa Catarina, receberam um “justo juízo de Deus”, não estando lá é fácil. Teologizar a partir de um lugar privilegiado é muito cômodo, mas falar da enchente com água na cintura é bem diferente.

Portanto aos que sofrem e/ou sofreram, ou até mesmo aos sensíveis ao drama humano, eis a minha frágil proposta:

1- Não organize sua vida em torno de um possível milagre.
Porque o milagre, não passa de uma possibilidade rara, portanto, improvável de acontecer.

2- Não de ouvidos aos oportunistas que prometem, ter o poder de decretar o seu milagre.
Isso é mentira. Ninguém controla Deus.
Deus pode realizar milagres, mas isso não depende de nosso desempenho.

3- Viva uma vida normal.
Soa até esquisito, mas é verdade, as igrejas estão se especializando em “espiritualizar” todo problema.
Se você quer conseguir um emprego, envie currículo, corra atrás. Quer passar no vestibular, estude. Quer receber uma cura, procure ajuda médica, faça tratamento. Quer salvar seu casamento, seja melhor esposo ou esposa.

Não caia na paranóia evangélica, não busque a Deus, para melhorar de vida. Para ter melhor sorte do que o resto dos mortais.
Ninguém tem a proteção de Deus!
Para Deus nos proteger, seria necessário nos aprisionar, tirando nossa liberdade. È como o pássaro dentro de uma gaiola, protegido, mas preso. Tire-o da gaiola, ele terá liberdade, porém correrá riscos.Viver é uma grande aventura, que custa correr riscos.

Ore, e muito. Vá para os cultos. Mas sem propósito, a não ser para adorar e celebrar o amor de Deus.
Acho ridículo, oração com propósito. Você convida uma pessoa para orar, e ela já pergunta: “Para qual propósito?”. “Uma cura, emprego ou livramento?”Pergunto: Mas porque isso? Não podemos simplesmente orar a Deus, para termos comunhão com Ele?

Termino esta postagem, com um trecho de um texto do Pr. Ed. Rene Kivitz:
“Além disso, estar sob o cuidado de um super protetor não é a razão porque acredito em Deus: de fato, abro mão de ser protegido – minha solidariedade com a raça humana não me permite esperar melhor sorte do que a das crianças abandonadas, dos enfermos crônicos, dos miseráveis e vitimados pelas atrocidades dos maus. Ou Deus protege todo mundo, ou a proteção não serve como fundamento para a crença nele.”

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

sábado, 17 de outubro de 2009

"Resposta ao leitor"




Por: Edson Moura

A Paz do Senhor meu irmão Isaias Medeiros.
Primeiramente gostaria de congratulá-lo pelo coragem e despreendimento para ler toda a mensagem (e acredito que você leu mais de uma vez), e pelo seu comentário que foi muito bem desenvolvido.

Esta é justamente a idéia de nosso blog, fazer com que as pessoas reflitam sobre o que escrevemos e discordem se acharem que o conteúdo é prejudicial à fé.

Você disse que acha que eu não passo de um "liberal", pois bem! Posso até ser muito racional, mas daí a me chamar de liberal, talvez seja um pouco de exagero de sua parte.
Quanto ao fato de Deus não ter que se ajustar ao homem, lamento decepcioná-lo, mas Deus já fez isso, no momento em que esvaziou-se de todo seu poder, e encarnou Cristo e andando pelo mundo durante 33 anos.

Quero agora me explicar, tanto à você Isaias, quanto aos outros leitores que possivelmente não tenham entendido o artigo escrito, demonstrando assim a minha preocupação e o senso de responsábilidade que voçe acha que não tenho.

Algumas Provas Bíblicas De Que Os Ímpios Não serão Atormentados Por Toda a Eternidade:

Um dia Deus irá terminar com o sofrimento veja:

“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. (Apocalipse 21:4).
Se o “inferno de fogo” durasse para sempre, esta passagem não poderia estar na Bíblia, pois o luto, o sofrimento, o pranto e a dor não cessariam. O pecado seria eterno, o que contraria plenamente as Escrituras. Se há um inferno eterno e o se diabo fosse atormentado por toda a eternidade juntamente com os pecadores, teríamos de aceitar pelo menos outras 4 heresias:

1a) Que o diabo, os demônios e os pecadores são e serão eternos. Deus não conseguirá um dia destruir o diabo definitivamente? Que dizer dos seguintes textos:
Malaquias 4:1-3; Romanos 16:20; Hebreus 2:14?
2a) Que o pecado é eterno – Se os ímpios fossem atormentados com o diabo eternamente, nunca iriam deixar de ter raiva de Deus por estarem no fogo, e continuamente o blasfemariam. Estariam constantemente pecando.

3a) Que muitas pessoas que pecaram 70 ou oitenta anos irão sofrer a mesma penalidade que satanás, que pecou desde o princípio e que foi o originador do pecado. Isto não estaria de acordo com os seguintes textos Bíblicos: Ap 20:11-13 e Lc 12:47 e 18 (alguns receberão “muitos açoites e outros poucos”).

4a) Que Deus nunca iria terminar com o sofrimento. A Bíblia ensina claramente que um dia não existirá mais o sofrimento (Ap 21:4, etc). Graças a Deus que não é assim; logo o Senhor Jesus irá terminar com todo o pecado e sofrimento. Creia, irmão Isaias, que Deus não irá condenar ninguém à tortura, pois ao analisar a Bíblia profundamente, percebemos isto; se o fizer, a visão que você tem de Deus será mudada, e sua comunhão com ele será melhor e mais duradoura.

Por fim: A doutrina do inferno eterno não é Bíblica; foi originada na mente do diabo para denegrir o caráter e a justiça de Deus e aperfeiçoada por filósofos pagãos. O que acontece é que este ensinamento entrou nas igrejas sutilmente, devido à influência desses filósofos no passado e uma errada interpretação de alguns versos Bíblicos que não foram analisados à luz do “contexto” da Bíblia (principalmente a parábola do Rico e Lázaro).

Meu ponto de vista:

O inferno de “tormento” não existe; a Bíblia diz que Deus punirá os ímpios no futuro e não agora no inferno: “porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. (Atos 17:31).

Uma pergunta:
Se as pessoas que morrem hoje já vão para o céu ou para o inferno de condenação, por que Deus terá que realizar um juízo final? Afinal de contas já não estão todos julgados?

No livro de Pedro diz que os anjos maus foram lançados para o Tártaro (lugar de escuridão). Ora, se fosse o inferno de fogo, como seria escuro?

A palavra inferno, traduzida de suas línguas originais (Sheol, Hades, etc) simplesmente significa “sepultura”. Neste momento os ímpios estão “dormindo” até “aquele dia em que Deus julgará a todos”, pois a morte não passa de um sono (Jesus disse isso em João 11:11-14 e devemos acreditar nele), onde a pessoa está inconsciente até a volta de Jesus.

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol... Tudo quanto te vier à mão para fazer faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. (Eclesiastes 9:5, 6 e 10).

“Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda”. (I Coríntios 15:23) Quando Jesus voltar, ele irá ressuscitar a pessoa; aí sim ela ficará consciente (João 5:28 e 29; João 6:40).

Os justos serão ressuscitados para irem ao céu (I Tessalonicenses 4:16 e 17, etc) e os maus para serem destruídos (Malaquias 4:1, etc), pois não aceitaram a Jesus como salvador, rejeitaram seus ensinamentos e seus convites de amor. Veja ainda que o verso três de Malaquias 4 (e muitos outros ainda) diz que “os ímpios se farão em cinzas”; se os maus ficarão em cinzas como serão atormentados eternamente?

Os textos Bíblicos usados por muitos ‘em favor’ da existência do inferno não foram corretamente traduzidos de sua língua original e foram tirados de seu contexto. “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”. (I João 4:8).

Um Deus de amor jamais iria queimar alguém pela eternidade; sua justiça e misericórdia não permitem isto. Se Ele o fizesse, a dor, o sofrimento, o luto, não deixariam de existir nunca; as pessoas iriam blasfemar de Deus eternamente no ‘inferno’ e assim o pecado seria eterno.

Confie no amor de Deus. Vá a Ele sem temor, pois o Senhor lhe ama e quer bem. Ele tem muito mais a te oferecer do que um "inferno de fogo". Não que você já não o tenha feito Isaias, mas aceite a Jesus como salvador de sua vida e verás que a cada dia Ele lhe mostrará o amor do Pai e do Espírito Santo por você, tornando-o uma pessoa mais feliz e confiante quanto ao futuro.

“Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei”. (Ezequiel 18:32).

Que Deus o Abençoe meu irmão!

“A Oração da Fé move o braço de Deus ?”


Por: Marcio Alves



Sem dúvida, umas das maneiras mais profundas que temos, para nos relacionar com Deus, é a oração.
Já dizia um poeta que: “A oração é o respirar da alma”, logo se deixamos de orar, nossa alma vai definhando.
Perdemos a sensibilidade do Espírito de Deus, não passamos de mortos-vivos.
Alguém já disse que; Aqueles que não lêem, não têm vantagem nenhuma sobre os analfabetos. Parafraseando esta frase, podemos dizer que; A pessoa que não ora, não leva vantagem sobre os ateus.
Porque vive indiferente a Deus.De que adianta crermos na existência de Deus, se não o buscamos?
Qual a diferença de uma pessoa que crer em Deus, mas não o busca, para uma pessoa ateia? Nenhuma! Os dois vivem como se Deus não existisse.


Agora, junto á oração, existe um outro conceito indispensável, a saber; a Fé.
Fé e oração estão tão intensamente ligadas , que podemos afirmar que são irmãs gêmeas. Portanto uma pessoa que ora, já pressupõe-se que ela tenha fé. Como poderá orar à Deus, sem fé? Se ora é porque tem fé, e se tem fé é porque ora.
O apóstolo Tiago diz que; a fé sem as obras é morta, logo uma demonstração concreta da fé, é a oração. Por isso, toda oração por mais simples que seja e desacreditada, é uma oração da fé.


Muitos acreditam que as pessoas não recebem bênçãos de Deus por que não oram, e se orou e continuou não recebendo, e porque o fez sem fé. Simples não é? Não, não é tão simples assim.
Como disse e volto a frisar: “Toda oração é um ato de fé.”
Mas se a oração esta ligada automaticamente a fé, por que muitos oram e não recebem o que pediram?
Acredito que isso aconteça, porque o conceito mais popular de oração da fé, está equivocado
.


No senso comum evangélico, a oração da fé, é um instrumento que “move o braço de Deus”. Que impulsiona Deus, a fazer o que desejamos.
Digamos que, Deus esteja lá no seu altíssimo trono, estático, frio e indiferente à raça humana, então o crente tem que orar para ver se mexe com Deus, cutucando-o com a fé.
É como dizer, que a oração da fé, é uma imensa vara que bate na árvore (Deus), até cair o fruto (benção) que queremos.
Este conceito transforma Deus, em um mero ídolo, que esta esperando ser agradado e convencido a abençoar. Uma força que temos que manipular a nosso favor. Isto eu chamo de feitiçaria evangélica, pois manipulação de poderes é coisa de feiticeiro. O pior é que, essa é exatamente a idéia, que a maioria das pessoas nutrem de Deus.


Exemplificando é mais ou menos assim: “Clássico entre São Paulo e Corinthians. Deus esta lá em seu trono assistindo. O São Paulo faz um gol, ai os Corintianos começam a roer unhas e orar para que Deus vire o placar. Deus atende, e o Corinthians vira o jogo, mas o São paulinos também oram e Deus fica numa situação complicada, Pra quem Ele dá a vitória? Conclusão; é por isso que tem esses placares, 1 x 0, 2 x 1, 3 x 2, 4 x 3. Porque na medida que as pessoas vão orando com mais fé e em número maior, Deus vai atendendo.


Achou este exemplo ridículo? Um imenso absurdo?
Então por que as pessoas oram pedindo emprego?
E se tiver apenas uma vaga para dois concorrentes?
E se os dois concorrentes forem crentes?
Deus vai dar para o que orar com mais fé?
Ou vai dar para o que tiver mais intercessores?
Digamos que concorrendo a uma vaga de emprego, tenha dois crentes, um da assembléia e outro da mundial. O assembleiano tem 10 intercessores, o da Mundial conseguiu mobilizar uns 230 para oração. Já era o assembleiano. O pior é quando o crente “A” arruma 50 intercessores sem fé, ai o outro que é o “B”, conseguiu apenas 4, mas 4 de fé, já era, o emprego é do B, porque vale mais um, com pouco intercessores que tenham fé, do que um, com muitos intercessores sem fé.

Este conceito é sem lógica, não possui coerência bíblica, é pior, não possui amor nenhum.

Como posso acreditar que se eu orar, Deus vai me dar um emprego, casa, carro ou celular, enquanto tem milhões passando fome, sem ter o que comer? É porque eu orei com fé, e os milhões não? Quer dizer que Deus é funcional? Precisa de um empurrãozinho nosso para agir? Então Ele (Deus) é débil no seu amor? Dá emprego para o crente, porque orou, mas deixa outras bilhões á própria sorte, porque não oraram?


Passamos a outro exemplo, só que agora muito mais grave, pois vejamos:
Uma mãe nos corredores de um hospital, desesperada, com um filho na u.t.i. O médico vem até ela e diz que o seu filho vai morrer. Então ela sai do hospital e se dirigi até á uma igreja, lá ela bombardeia o céu com muita oração. E Deus fica olhando, inerte, dizendo: “Se orar com mais fé, eu salvo a criança, ou se arrumar muitos intercessores, eu cedo, e dou a cura.”


É claro que acredito que Deus cura, mas acreditar que Deus curou porque se orou com mais fé ou porque orou muito, é desacreditar no Deus da graça. E por quê? Ora, se foi a força ou quantidade da oração que fez Deus agir, já não é mais graça, e sim mérito pessoal. Afinal, Deus fez porque orou. E se não tivesse orado? Deus deixaria de dar a cura, porque não houve oração? Esta imagem de Deus, não se parece com o homem? Afinal de contas nós somos assim, só ajudamos quem aos nossos olhos merece.


Concordo com um filósofo – o qual não recordo-me, o seu nome – que disse: “Rejeite qualquer conceito de um Deus, que seja menor que você”. Ou seja, um deus mesquinho, interesseiro que só ajuda os “seus filhos”, abrindo porta de emprego, ou salvando do perigo, para deixar o resto da humanidade sem socorros, é pior do que eu, pois mesmo eu sendo pecador, não tenho coragem de pedir qualquer bem material pra mim, enquanto tiver crianças morrendo sem ter o que comer, ou morrendo de câncer e AIDS.


Algumas implicações em acreditar que; a oração da fé move o braço de Deus:

1- Arrogância:

Este conceito gera nos corações, uma soberba tão grande, o de achar que nós temos o controle remoto – que é a oração da fé – que dirige Deus, ao nosso favor. Faz de Deus, um ser tão pequeno, que vive para servir os nossos caprichos. E do ser humano um arrogante que, se senti no direito de mandar em Deus. De dizer o que ele deve ou não fazer. E ainda nos transforma em diabo, pois toda busca de poder, é luciferiana na sua essência. Foi o Diabo, que primeiro buscou o poder de estar acima de Deus.


2- Rebeldia em forma de piedade:

Rebeldia porque a pessoa quer por que quer, que Deus de o que ela quer, o mais rápido que puder.
E em forma de piedade, pois transforma essa rebeldia em oração.

3- Paranóia:

Lembra do exemplo citado acima da mãe? Se ela acreditar realmente que, a sua oração tem o poder de decidir a vida de seu filho. E porventura, se o mesmo vier a falecer, como fica essa mãe? Ela vai se culpar pelo resto da vida, pensando que se tivesse orado com mais fé ou com mais determinação, seu filho não teria morrido. Isso é colocar sobre os ombros uma responsabilidade que não é nossa. Ninguém, absolutamente ninguém, nem o papa, pastor, apostolo, igreja ou religião controla Deus.


Concluo com uma ilustração do Rubem Alves, que acredito resumir e explicar este texto. Para poder entender melhor essa ilustração, tenha em mente que: 1- O galo, digamos somos nós, crentes. 2- O sol é um símbolo de Deus. 3- O cantar do galo, é a oração da fé.
Com isso em mente, leia e reflita nessa ilustração:


“Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.” (Autor: Rubem Alves)


Devemos cantar (orar) não para fazer o sol (Deus) nascer (operar) – porque ele nasce com ou sem nós cantarmos – mas porque ele já nasceu e morreu por nós. Deus já se agradou de nós em Cristo, portanto, não há sacrifícios, ofertas, campanhas a fazer! A oração da Fé é um tributo, reverência ao Deus de amor, bondade e justiça, que faz com que o seu sol e chuva venha sobre os bons e maus.




Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

sábado, 10 de outubro de 2009

Não Existe Inferno parte 1


Por: Edson Moura

Antes de me chamarem de louco ou herege, gostaria que vocês meus Caros leitores, se despissem do manto da religiosidade e do pré-conceito de querer rejeitar tudo aquilo que vai de encontro ao que lhe ensinaram em sua caminhada cristã. Não é meu intuito lhes oferecer uma “nova verdade”, mas sim convocá-los à reflexão sobre a lógica da vida, pois este é o principal motivo pelo qual gasto horas e muitas vezes até dias estudando e meditando na palavra do Senhor, em busca de uma mensagem que venha a ser edificante tanto pra vocês, quanto pra mim mesmo.

Quero deixar claro que creio nas Escrituras Sagradas, e também acredito que toda ela foi inspirada por Deus. Entretanto, creio também que os homens que as escreveram tinham as suas limitações, mas, além disso, os homens que as traduziram do hebraico e grego tinham mais limitações ainda. Outro ponto que quero salientar é que não sou um admirador dessas novas traduções que encontramos hoje como: NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje); NVI (Nova Versão Internacional) Bíblia do Adolescente e tantas outras que se esforçam para facilitar a leitura e o entendimento do texto bíblico, mas o que fazem na verdade é impedir (por omissão) que o leitor procure o verdadeiro significado de algumas palavras e como conseqüência têm uma interpretação errada do que quer dizer o texto.

Etimologia da palavra “Inferno”

A palavra inferno, que hoje conhecemos, origina-se das palavras Hades e Sheol, ambas com mesmo significado, tendo conotação clara de um lugar para onde os mortos vão. Em versículos
bíblicos onde se menciona tais palavras, é possível perceber que se trata de um só lugar. Com o passar do tempo, muitas religiões interpretaram o inferno, como o destino de apenas alguns; pessoas que não assumiram uma conduta louvável no ponto de vista religioso, e que por isso, foram condenadas ao sofrimento jamais visto pelo mundo material. Alguns teólogos observaram, contraditoriamente, que o inferno não poderia ser um lugar desagradável, afirmando que um personagem bíblico que estava em sofrimento no mundo real, almejou “esconder-se no inferno”, para aliviar sua dor. Porém, o próprio Jesus fez uma narrativa de uma situação de uma pessoa que se encontrava no inferno, essa pessoa implorava a Abraão que mandasse um conhecido que não estava no inferno lhe refrescasse a língua com pelo menos a ponta do dedo molhado em água, pois em chamas era atormentado (Ver Lucas, capítulo 16, versículos de 19 ao 31).

É óbvio que tal relato não foi em sentido literal, pois uma gota de água na língua não alivia a dor de quem está em chamas ou num calor intenso, mas queria dizer que pelo enorme sofrimento que passava, precisaria aliviar-se de qualquer jeito. A crença na existência de um lugar de tormento para o significado das palavras Hades e Sheol, foi muitas vezes confundida com a palavra “Geena”, traduzida para “lago de fogo”, uma forma simbólica para destruição eterna.

Alguns teólogos concluem que todos que morrem vão para o inferno (Hades e Sheol), lugar onde até o próprio Jesus foi, a sepultura, sua câmara mortuária. Como a própria Bíblia menciona, ele não foi esquecido no Inferno, foi ressuscitado no terceiro dia conforme relata os evangelhos. Porém deve-se salientar que outros teólogos vêem que essa ida de Cristo ao lugar de tormento foi para tomar o lugar de cada ser humano que estava destinado à morte eterna pelo “pecado original” de Adão, e sendo Jesus tido como o consumador da fé serviu de cordeiro expiatório apesar de não ter visto corrupção.

Mudanças no Sentido da Palavra Inferno

O Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento diz a respeito do uso de inferno para traduzir as palavras originais do hebraico Sheol e do grego Hades (Bíblia): Hades. . . Corresponde a Sheol no Antigo Testamento. Na Versão Autorizada do A.T. e do N. T., foi vertido de modo infeliz por Inferno.

A Enciclopédia da Collier diz a respeito de Inferno: Primeiro representa o hebraico Seol do Antigo Testamento, e o grego Hades, da Septuaginta e do Novo Testamento. Visto que Seol, nos tempos do Antigo Testamento, se referia simplesmente à habitação dos mortos e não sugeria distinções morais, a palavra ‘inferno’, conforme entendida atualmente, não é uma tradução feliz.

O Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster diz: Devido ao entendimento atual da palavra inferno (Latim Infernus) é que ela constitui uma maneira tão infeliz de verter estas palavras bíblicas originais. A palavra inferno não transmitia assim, originalmente, nenhuma idéia de calor ou de tormento, mas simplesmente de um lugar coberto ou oculto (de . . . helan, esconder).

A Enciclopédia Americana diz: Muita confusão e muitos mal-entendidos foram causados pelo fato de os primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o hebraico Seol e o grego Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições revistas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco.

O significado atribuído à palavra inferno atualmente é o representado em A Divina Comédia de Dante, e no Paraíso Perdido de Milton, significado este completamente alheio à definição original da palavra. A idéia de um inferno de tormento ardente, porém, remonta a uma época muito anterior a Dante ou a Milton.

Cristianismo

No Cristianismo existem diversas concepções a respeito do inferno, correspondentes às diferentes correntes cristãs. A idéia de que o inferno é um lugar de condenação eterna, tal como se apresenta hoje para diversas correntes cristãs, nem sempre foi e ainda não é consenso entre os cristãos. Nos primeiros séculos do cristianismo, houve quem defendesse que a permanência da alma no inferno era temporária, uma vez que inferno significa "sepultura", de onde, segundo os Evangelhos, a pessoa pode sair quando da ressurreição. Essa idéia é defendida hoje por várias correntes cristãs.

Catolicismo

Para a corrente católica, conduzida pela Igreja Católica Apostólica Romana, o inferno é eterno e corresponde a um dos chamados “novíssimos”: a morte, o juízo final, o inferno e o paraíso. Baseando-se em textos bíblicos como quando Jesus disse que o homem que desprezar seu irmão “incorrerá os fogos da Gehenna” (Mt 5,22). Jesus também advertiu, “não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, temei quem pode destruir tanto corpo como alma na Gehenna” (Mt 10,28). Jesus disse, “Se tua mão te faz cair, corta-a. Melhor você entrar na vida com uma só das mãos que manter ambas as mãos e ir para a Gehenna com seu fogo inextinguível” (Mc 9,43). Usando a parábola do joio e do trigo para descrever o juízo final, Jesus disse, “os anjos lançarão [os pecadores] na fornalha inflamável onde prantearão e moerão os seus dentes (Mt 13,42). Também, quando Jesus fala sobre o juízo final onde a ovelha será separada dos lobos, Ele dirá ao pecador, “afastai-vos de mim, malditos, para o fogo perpétuo preparado para o demônio e seus anjos (Mt 25,41). No Livro da Revelação, é relatado que cada pessoa é julgada individualmente e os pecadores são lançados em um “fosso de fogo, a segunda morte” (20,13-14).

Protestantismo

Para muitas das denominações protestantes, o inferno é o local destituído da presença de Deus, porém não lhe está oculto, sendo que no cumprir das profecias esse inferno será lançado no lago que arde com fogo e enxofre.
A interpretação bíblica protestante afirma que, após a morte, a alma, uma vez no inferno, não poderá mais sair, assim como em relação ao paraíso (céu), não existindo forma de cruzar a fronteira que separa estes dois locais.
Há ainda outra visão dentro do cristianismo não-católico, que coloca a morte como um sono, um estado sem consciência (Eclesiastes 9:5; Jó 14:21; João 11:11-14), de forma que, conseqüentemente, os ímpios mortos não estão no inferno nem os salvos mortos no céu, mas aguardando a segunda vinda de Cristo, quando então os salvos entrarão para o céu, que é eterno, e os ímpios entrarão no lago de fogo, o inferno, (Apocalipse 20:15), que também será eterno (Miquéias 4:3). Segundo esta interpretação, o inferno é um lugar preparado para a punição de Satanás, seus anjos e seus seguidores (Mateus 25:41), ao contrário da visão comum que coloca Satanás como dominante do inferno.

A doutrina da existência de um ‘inferno de fogo’ tem despertado e atenção dos homens de todos os séculos. Pensadores têm rejeitado o cristianismo por causa de tal doutrina; jovens têm abandonado a crença em Deus, pois pensam: “Não posso crer em um Deus que para demonstrar sua justiça tenha de atormentar no fogo a alma de uma pessoa eternamente; Ele não existe...”. Muitos têm saído das fileiras do cristianismo por causa deste assunto.

Isto poderia ser evitado, caso fosse feito um estudo sincero, honesto e fiel ás regras de interpretação do verso Bíblico e ao contexto das Escrituras.

Esta mensagem ou estudo, irá analisar o que é o inferno de acordo com o ensino Bíblico; qual o correto significado de alguns dos textos Bíblicos que mencionam a palavra ‘inferno’; o inferno de fogo existe hoje ou existirá em um futuro? Por quanto tempo?

Antes disso, é importante salientar o que a Bíblia ensina sobre o estado do homem na morte:
Depois de ficar doente, Lázaro morreu. E o que Jesus disse a respeito da morte de Lázaro? Disse que ele estava dormindo! Não devemos duvidar do Senhor. Ele sabe melhor que nós qual é o estado do homem na morte. A Bíblia compara a morte a um sono em aproximadamente 53 versos diferentes.

O Antigo Testamento, que também teve sua inspiração do Espírito Santo (II Timóteo 3:16), também declara que, quando um a pessoa morre, ela está em total inconsciência. Veja: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem “coisa nenhuma”, nem tampouco terão eles recompensa, pois sua memória está entregue ao esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram: para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” (Eclesiastes 9:5,6- leia também Salmo 6:5;Salmo115:17;Salmo 146:3,4;Isaías 38: 18,19).
O próprio Jesus disse que a ressurreição será no último dia, quando ele voltar (João 6:40). Mas como harmonizar estes versos com aqueles que mencionam o “tormento eterno?”.
Primeiramente temos de entender que a Bíblia foi inspirada pelo Espírito Santo. (II Pedro 1:20, 21).

Sendo que o Espírito Santo é perfeito, Ele não vai se contradizer; não irá dizer em uma parte da Bíblia que na morte a pessoa está em total inconsciência e em outra afirmar que os ímpios sofrerão eternamente na segunda morte.

Portanto, se há uma aparente contradição não é culpa de Deus, mas sim nossa, pois somos limitados por causa do pecado. Outro fator que leva-nos a encontrar “contradições” na Bíblia é o fato de não a estudarmos profundamente. É o que pretendo fazer agora, analisando estes versos em seu contexto e verdadeiro significado.


Continua....

Que Deus continue nos abençoando

Não existe Inferno parte 2


Por Edson Moura

Continuação...

Análise das palavras erradamente traduzidas por inferno:

Sheol: Este vocábulo aparece 62 vezes no Velho Testamento. Sheol era o lugar para onde iam os mortos, por isso é sinônimo de sepultura, ou lugar de silêncio dos mortos. Sheol nunca teve em hebraico a idéia de lugar de suplício para os mortos.
Sendo difícil traduzi-los porque nenhuma palavra em português dá a exata idéia do significado original, o melhor é mantê-la transliterada como fazem muitas traduções. A tradução brasileira não a traduz nenhuma vez.

Experimente traduzir Sheol por inferno nestas duas passagens: Gênesis 42:38 ( Ele porém disse: Não descerá meu filho convosco; porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura.) e Jonas 2:1-2.( E OROU Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe. E disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz.)

Hades: É usada apenas 10 vezes no Novo Testamento: Mateus 11:23; 16:18; Lucas 16:23; Atos 2: 27,31; Apocalipse 1:18; 6:8; 20:13,14 (I Cor. 15:55).
Sobre o emprego desta palavra em I Cor. 15:55, Edílson Valiante numa Monografia sobre a palavra Hades, pág. 27 (1978), declarou:
“A passagem de Paulo de I Cor. 15:55 apresenta um problema de crítica textual. Na leitura feita na Septuaginta, encontramos também neste verso a palavra Hades, no vocativo. As traduções mais antigas da Bíblia, antes das descobertas do século XIX para cá, traziam a palavra “inferno” como sendo tradução de hades.Com estudos feitos na área da crítica textual, valendo-se das importantíssimas descobertas de Tishendorf, verificou-se que a palavra usada não era Hades, mas a palavra yanatov (morte). Este estudo foi baseado nos mais fidedignos manuscritos descobertos até hoje”.

“Com tudo isto ficou claro que Paulo não usou nenhuma vez termo hades em seus escritos, provavelmente para não confundir com os conceitos deturpados do hades que existiam em sua época. Outra razão é dada por Edwards, dizendo que Paulo, escrevendo em grego, procurava fugir do mau agouro que acompanhava a palavra e causava terror ao povo; “O povo em geral usava a palavra Pluto como eufemismo do hades, com seus temores de levá-los para as partes errôneas do invisível”. É certo, também que Paulo não usou nenhuma vez a expressão Pluto, mas subentendendo o conceitualismo Bíblico, em Romanos 10:7 usa o termo abismo”.
Nas melhores traduções da Bíblia, inclusive na versão de Almeida Revista e atualizada, o termo inferno já foi substituído por morte.

A palavra “Hades” no Novo Testamento corresponde exatamente á palavra “Sheol” do Velho Testamento. No Salmo 16:10 Davi disse: “Pois não deixarás a minha alma no Sheol...”.
Pedro usando esta passagem profética do Velho Testamento afirmou em Atos 2:27: “Porque não deixará a minha alma no hades...”.
Outra prova da sua exata correspondência se encontra na tradução da Septuaginta, pois das 62 vezes que Sheol é usada no Velho Testamento, 61 vezes foi traduzida por hades.

Origem da palavra Hades.

Provém do prefixo a – alfa grego com a idéia de negação, privação e do verbo idein = ver, significando então: o que não é visto, lugar de onde não se vê, por isso é sinônimo de sepultura, habitação dos mortos.

Os gregos dividiam o Hades em duas partes, (posteriormente falavam até em quatro): o Elysium – a habitação dos vitoriosos e o Tártarus – a habitação dos ímpios.

Esta idéia de divisões e subdivisões do Hades é totalmente pagã sem nenhum apoio Bíblico.

Geena: A palavra hebraica transliterada para o grego Geena, que se encontra em 12 passagens: Mateus 5: 22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Marcos 9:43, 45, 47; Lucas 12:2; Tiago 3:6.
Geena vem do vocábulo hebraico Ge Hinom ou Gé Ben Hinom – Vale de Hinom ou Vale do filho de Hinom. Nesse vale havia uma elevação denominada Tofete, onde ímpios queimavam seus próprios filhos.

Este vale se situava a sudoeste de Jerusalém; neste local, antes da conquista de Canaã pelos filhos de Israel, cananitas ofereciam sacrifícios humanos ao deus Moloque.
Terminados os sacrifícios humanos, este local ficou reservado para depósito do lixo proveniente da cidade de Jerusalém. Juntamente com o lixo vinham cadáveres de mendigos encontrados mortos na rua ou de criminosos e ladrões mortos quando cometiam delito. Estes corpos, ás vezes, eram atirados onde não havia fogo, aparecendo os vermes que lhes devoravam as entranhas num espetáculo dantesco e aterrador. É a este quadro que Isaías se refere no Capítulo 66 verso 24.

Por estas circunstâncias, este vale se tornou desprezível e amaldiçoado pelos judeus e símbolo de terror, da abominação e do asco e mencionado por Jesus com estas características. Ser atirado á Geena ao morrer, era sinônimo e desprezo ao morto, abandonado pelos familiares, não merecendo ao menos uma cova rasa, estando condenado á destruição eterna do fogo.
O vale de Hinom era um crematório das sujidades da cidade de Jerusalém.
O fogo ardia constantemente neste sítio e com o objetivo de avivar as chamas e tornar mais eficaz a sua força lançavam ali enxofre.. Devido a estas circunstâncias, Jesus com muita propriedade usou este vale para ilustrar o que seria no fim do mundo a destruição dos ímpios, sendo queimados na Geena universal.

Tártaro: A palavra grega “Tártaro” ocorre somente uma vez no Novo Testamento. Encontra-se em II Pedro 2:4 e diz o seguinte: “Ora, se Deus não poupou a anjos quando pecaram, antes precipitando-os no inferno (Tártaro no original) os entregou a abismos de trevas, reservando-os para o Juízo”.
A palavra tártaro, usada por Pedro se assemelha muito á palavra “Tartarus”, usada na etimologia grega, com nome de um escuro abismo ou prisão; porém, a palavra tártaro, parece referi-se melhor a um ato do que a um julgar. A queda dos anjos que pecaram foi do posto de honra e dignidade á desonra e condenação; portanto, a idéia parece ser: Deus não poupou aos anjos que pecaram, mas os rebaixou e os entregou a cadeias de trevas. Não existe nenhuma idéia de fogo ou tormento nesta palavra, ela simplesmente declara que estes anjos estão reservados para julgamento futuro.

Os problemas relacionados com a palavra inferno se desfazem como neblina, quando conhecemos bem o significado etimológico dos termos sheol, hades, geena e tártaro, que jamais poderiam ser traduzidos pela nossa palavra inferno por ter uma conotação totalmente diferente do que é expresso por aqueles vocábulos.

A palavra inferno foi usada pelos tradutores por influências pagãs e por preconceitos enraizados na mente de muitos, mas totalmente estranhos ao texto sagrado.

De acordo com a Bíblia todos os que morrem, quer sejam bons, quer sejam maus descem à sepultura, ao lugar de esquecimento e ali esperam até o dia da ressurreição quando então receberão a recompensa. (Apocalipse 22:14).
Muitas das traduções modernas da Bíblia, mais fiéis aos originais hebraico e grego, preferem manter estas palavras transliteradas, por expressarem melhor o que elas significam.
As palavras Sheol em hebraico e Hades em grego eram usadas para sepultura, não trazendo nenhum sentido de sofrimento e castigo eterno.

Geena apenas figurativamente foi usada por Jesus como um símbolo das chamas destruidoras dos últimos dias por causa do envolvimento da palavra nos acontecimentos anteriormente descritos.

Para entendermos melhor sobre o assunto, temos de analisar alguns pontos:

Quais as palavras hebraicas e gregas que foram impropriamente traduzidas por inferno;

O que significam estas palavras na língua original;

Analisar as dificuldades em bem traduzi-las.

“A doutrina de um inferno para tormento eterno é de origem pagã, foi aceita pela igreja dominante, nos séculos escuros da Idade Média, para intimidar os pagãos a aceitar as crenças católicas”.

Correndo o risco de ser simplista, proponho uma ilustração para você meu leitor:

Digamos que uma pessoa cometeu muitos crimes: matou muitas pessoas, roubou, estuprou, etc. Ao chegar o dia de seu julgamento, o juiz resolve “absolver” o culpado. Logicamente isto iria provocar uma revolta enorme na população e iria incentivar ao crime e certamente acusariam o juiz de um tremendo sem vergonha.

Agora vejamos por outro ponto de vista. Suponhamos que o criminoso não seja absolvido e que o juiz o sentenciou à “tortura eterna”, através do fogo, queimando o assassino e o codenando a sofrer a dor por toda a sua existência. O que as pessoas e os meios de informação iriam dizer deste juiz? Que ele é um “tirano” e homicida, pior ainda do que o criminoso.

O mesmo se dá no trato de Deus com o ímpio. Se Deus não puní-los, os seres de outros mundos e os anjos não terão motivos para respeitar a Deus. Eles (outros seres) poderiam dizer:
“se eles pecam á vontade e não são punidos, então eu também posso pecar”!

Se o Senhor punir pessoas a uma “eternidade de sofrimento”, os anjos poderiam argumentar:
“Seria justo uma pessoa que pecou 70 anos (ou mais, depende do tempo de vida) ser condenado a uma eternidade de sofrimento?”
Os anjos e outros seres, inclusive nós, iríamos servir a Deus “por medo do tormento eterno” e não por amor.
Entendeu o problema? O caráter de Deus, que “é amor” (I João 4:8) e “justiça” (Salmo 71:19) jamais se harmonizaria com uma coisa dessas. Deus não tem prazer nem na morte do perverso, quanto mais em vê-lo sofrer pela eternidade! (Leia Ezequiel 18:23 e 32). Deus é bom até para com os ingratos e maus (Lucas 6:35).

Seríamos felizes no céu, se soubéssemos que algum parente ou filho nosso está queimando no “fogo do inferno”. Não. O céu seria triste se pudéssemos ouvir ou mesmo saber que algum querido nosso está ardendo em chamas. Como iríamos olhar para Deus? Com amor ou medo?

Graças a Deus por a Bíblia não pregar isto!

Se você que está lendo este texto ficou abalado ou confuso, saiba que esta não é minha intenção. Fico disponível para responder a todas as perguntas que me forem feitas. Aceito também as críticas, pois elas me fazem crescer e muitas vezes rever meus conceitos. Portanto, fique à vontade para questionar.

“Creia no Senhor sem medo...há mais nobreza nisso”

Que Deus continue nos abençoando.