terça-feira, 27 de abril de 2010

Theohumanismo: Uma vida sem Deus


O homem não é mais um simples objeto descartável por inúmeras religiões, sendo aquele que é o grande amaldiçoado que nasceu já sendo o que não escolheu para ser, estando marginalizado pelos diversos cultos a representações divinas, pois é nele mesmo que se cria a imagem de Deus, sendo pensado e até mesmo atribuído formas, sentimentos e qualidades humanas.

O grande Assombro é, e não há o que discutir, mas suas milhares formas de compreensões é, e sempre deverá ser posto em cheque, aja visto só podermos falar e falamos Dele que é, através da linguagem e sentidos humanos.
Sendo in-revelado e inefável a descritiva do grande Ser, nós os humanos é que dizemos como Ele é para cada um de nós, e tão assim sendo, não é Ele, mesmo sendo e nunca deixando de Ser, o centro de tudo no palco do mundo, mas antes o homem, pois nele esta contida sua existência através do próprio mundo.

Não deixando de crer, ou de saber da existência como possibilidade e fé do Assombro, mas mesmo assim, como o próprio Ser escolheu como revelação aos humanos o mistério de sua transcendência, sendo e podendo ser questionado e não crido pela razão, nos deu a escolha, como é sendo a nossa própria decisão de viver como se Ele de fato não existisse. Independentemente, não esta aqui a discussão se de fato Ele existe ou não, mas sim, que o homem é em si mesmo, seu próprio deus, pois escolhe viver como quer, sendo senhor e soberano absoluto de sua própria vida, escrevendo sua historia, não mais entendida pela mão divina, sub-entendendo que tanto as tragédias, quanto os possíveis milagres de livramentos, não passa de acaso e contingência da própria existência do existir no mundo.

Estando doente, não se precisa mais rastejar e implorar por um socorro divino, pois o homem como sujeito e criador, inventou a medicina, mesmo nas tragédias dos desastres naturais que abatem o nosso mundo, consegue através da alta tecnologia e recursos prevê e muitas vezes amenizar o problema, sendo que na maioria das vezes a culpa é do próprio homem que levanta sua casa em barrancos, sabendo que quando chover sua casa não poderá se sustentar e provavelmente irá cair.

A salvação do mundo encontra sua gênese nas mãos humanas, que tem o poder total, tanto para construir transformando o mundo um melhor lugar para se viver e conviver, ou como tem feito na maioria das vezes, destruindo a natureza e matando o seu semelhante.
Acordemos, não devemos esperar sermos socorridos pela divindade, pois o testemunho do mundo nos revela que o grande Assombro nos deixou a própria sorte, nos dando total liberdade e espaço para sermos e fazermos no mundo o que bem entendermos não interferindo em absolutamente nada que poderá vir a ser e mesmo não ser no acontecido palco da vida humana.

Chegou a hora, a hora já venho em que precisamos urgentemente viver na vida como ateus, mas na fé do coração como crentes, pois mesmo Ele existindo ou não, o fato é de sua retirada e ausência do mundo como poder e força, para sua imperceptível presença na subjetivação experiencial do sujeito pela fé do crer com o coração, mas ao mesmo tempo, cônscio que nada mudará pelo seu crer ou não, pois o que importa no final das contas é como organizamos e estruturamos a nossa vida sem nutrirmos falsa esperança e expectativa de que Ele venha interferir em nossa historia e vida.

Theohumanismo é a ideologia de quem acredita honrar muito mais o Grande Ser, não vivendo dependente Dele, mas antes com coragem existencial de enfrentar a vida sem pedir a sua intervenção e livramento para as agruras da vida, recebendo de peito aberto às tragédias humanas que se abatem sobre todos os mortais, não esperando e não desejando melhor sorte do que os bilhões que morrem pelas contingências da vida, pois entende que o seu viver só será viver se viver um viver que totalmente será sua responsabilidade, que a cada dia é construído pelas suas próprias e não escolhas reais ou possibilidades, e nunca jamais porque estava escrito nas estrelas por Deus.

Escrito por: Marcio Alves

sexta-feira, 23 de abril de 2010

“O Livro”

O mundo (existência) é um caos e ninguém sabe como interpretá-lo. Conhecemos mentes lúcidas e fantásticas, de homens que ousaram “pensar fora da caixa”. Einstein, Agostinho, Isaac Newton, Freud, Francis Bacon, Descartes e até mesmo Jesus, preveram um momento de “iluminação” do homem. Creio que não devamos buscar Deus nas alturas do “céu”, mas antes, dentro de nós mesmos...essa era também a mensagem do mestre (Jesus). “O reino dos céus está dentro de vós” disse o Galileu...”Conhece-te a ti mesmo” disse Pitágoras...”Não sabeis que sois deuses” disse Hermes Trimegisto. Muitos tentaram transmitir esta idéia.

Essa “profecia” de uma época de iluminação existe em quase todas as crenças e tradições filosóficas do mundo.Os hindus chamam de Krita, os astrólogos de Era de aquário, os Judeus a descrevem como a vinda do messias, os teósofos intitulam-na de Nova Era e os cosmologistas de convergência harmônica.

Acho incrível que ao longo da história, as mais diversas filosofias humanas, tenham concordado em uma coisa: “Que a grande ‘iluminação’ está por vir”. Em todas as culturas, em todas as épocas, em todos os cantos do mundo, o sonho humano se concentrou neste mesmo exato conceito: “Futura apoteose do homem, iminente transformação de nossas mentes e a descoberta de seu verdadeiro potencial”.

O que poderia explicar esta tamanha sincronicidade de crenças?

A verdade!

A Bíblia e os antigos pensamentos (mistérios) filosóficos são opostos completos. Um fala do Deus dentro de nós..do homem como deus. A bíblia fala do Deus acima de nós...e nela o homem é um pecador impotente. No instante em que a humanidade se separou do “deus” em si, o verdadeiro significado da palavra se perdeu e as vozes dos antigos mestres foram engolidas pela ladainha caótica daqueles que se auto-proclamam “escolhidos” e gritam serem os únicos a compreender a “palavra”...que está escrita na sua língua e em nenhuma outra.

Os antigos ficariam horrorizados se vissem como seus ensinamentos foram deturpados...como a religião acabou virando uma cabine de pedágio para o céu...como soldados vão para a guerra para massacrar seus “inimigos” acreditando que Deus está do lado deles. Jesus ensinou que o reino de Deus está entre nós, e até chegou a nos prometer que “Quem crê em mim fará as obras que eu faço e fará até maiores do que elas”...( a maior obra de Jesus foi amar a humanidade).

“Abandone a busca por Deus...em vez disso, procure por Ele, tomando a si mesmo como ponto de partida...conhece-te a ti mesmo”. O tempo é um rio...e os antigos livros são barcos, muitos volumes navegam por essas águas e acabam naufragados e irremediavelmente perdidos em suas areias, pouquíssimos são aqueles que suportam os rigores do tempo e vivem para abençoar as épocas futuras...a Bíblia é um deles. Existe um motivo para estes livros terem sobrevivido quando outros desapareceram. O espantoso é que esses antigos textos espirituais...os livros mais estudados do mundo...fossem os menos compreendidos.


Edson Moura

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A proposta final



Às vezes eu me indago onde o “outro evangelho” irá chegar, que caminhos nesta trilha de perseguir e persistir na insistência de desconstruções construídas no campo das idéias e na existência vivida. Estamos destinados a nos tornar já sendo e não podendo mais voltar no retrocesso de não ser, pois o que falta pela frente é muito menor do que a lacuna deixada para trás, sendo a força magnética e propulsora de nossa sina, ser o que somos já sendo: rebeldes desconstrutores do cristianismo dos crentes.

No “outro evangelho” não há mais leis, princípios ou mandamentos de homens impostos em nome de Deus, onde precisa matar literalmente a essência humana, contrária a lei da vida, cobrando penitencias e abstinências na contramão da naturalidade dos desejos dos instintos humanos, onde impera a não satisfação pela satisfatória vontade de aprisionar o ser do individuo, quer seja pelas praticas do não fazer mesmo tendo se vontade da praticabilidade do sujeito, ou a culpa pelos atos não impedidos. Pois seguimos rumo à naturalidade da essência que é, e da conscientização da consciência que não se manipula, onde o pensar e o fazer brotem sem esforços desmedidos, apenas sejam fluídos a jorrar pelo interior de cada ser.

Onde a regra precípua é questionar tudo na afloração da humanizadora dúvida, não tendo medo de por em cheque dogmas outroramente e atualmente petrificados e sagrados pela ortodoxia na domesticação e massificação do individuo que não é mais sujeito de si, pois se é manobra de robotização pelas inúmeras religiões.

Na ideologia do “outro evangelho” a verdadeira espiritualidade começa e se aperfeiçoa em nossa humanidade, não caminhando pelos enganosos e fantasiosos trilhos da doentia e paranóica experiência sobrenatural, pois acreditamos na humanidade e em sua capacidade imanente de em nós mesmos refletirmos Deus, não precisando de mecanismos superficiais e meticulosos das religiões de sempre querer ser o interligador e fio condutor da divindade.

Não há mais orações e jejuns a fazerem, nem mesmo leituras bíblicas, idas e vindas ao templo, louvores gospel, ou qualquer tipo de ritual de quaisquer outras e demais religiões, pois entendemos que para ter contado com o grande Assombro, não é preciso de mantras espirituais, mas apenas viver a vida, e neste sentido, toda raça humana está interligada a Deus, por ser ela mesma, não somente humana, mas na natureza, carregador e portador das fagulhas do Criador.

Não queremos seguidores de nós mesmos, aonde libertos de um sistema religioso, venham cair sendo prisioneiros agora em outro sistema, ainda que este seja o nosso, mas procuramos na busca de uma alta e profunda reflexão, influenciar pessoas que sigam o seu próprio caminho, através de suas próprias consciências rumo à maturação e responsabilidade de sua total liberdade de serem quem elas simplesmente já são, e não facilmente fantoches ou multidões de cegos despersonalizados, mas antes, seres na busca introspectiva, desenvolvendo suas próprias espiritualidades, idéias, experiências e visões subjetivas na interiorização do seu próprio ser que é em si mesma.

“Outro evangelho” é sem duvida, uma revolução humana para além de qualquer religião e crença, não sendo ela mesma uma nova religião, mas apenas uma visão natural da vida que basta em si mesma.


Escrito por Marcio Alves

domingo, 11 de abril de 2010

“Jesus não era cristão... era apenas humano”


Por Edson Moura

"Coletivamente unidos por um pensamento muitas vezes confortante", assim caminha a humanidade rumo ao desconhecido e nunca visto “céu”. Quando foi, em que momento da história, que o ser humano começou a acreditar que a vida, muitas vezes dura e cruel, não era seu destino final?!. Quem será o culpado por transformar homens inteligentes e racionais, em seres alienados e sonhadores? Não posso acreditar que o “Galileu” filho de Deus, em sua passagem por este mundo, transformou homens em crianças (não crianças em sua inocência, mas sim na total insensatez e cegueira da realidade).

A realidade da vida já não importa, o único e importante alvo é chegar ao “lugar celestial”, onde não haverá mais pranto nem clamor nem dor. Lugar este onde o único Senhor e Criador será adorado por todos os dias até a consumação dos séculos. Inconsciente coletivo, dominador, mola propulsora que arremessa a “massa” para o infinito, na esperança infantil de encontrarem a si mesmos perdidos no vazio de um enorme nada.

A ciência nos diz (e eu creio nisso) que no universo existem buracos negros do tamanho de grãos de areia capazes de engolir galáxias inteiras... isso é extraordinário! A filosofia nos ensina que os pensamentos acerca da existência, libertam-nos de “gaiolas” psíquicas e nos fazem ver a vida com os olhos da realidade. “Pensamentos outrora pensados largados em meio à páginas amareladas de livros velhos, perdidos em estantes empoeiradas de sebos desconhecidas em cidadezinhas anônimas". Esses velhos e “obsoletos” pensamentos me fascinam, e é atrás deles que eu corro.

A religião nos mostra que a “massa” precisa de sua dose diária de “ópio”, para assim permanecerem anestesiados. “É preciso diminuir-se”, é preciso praticar o estoicismo, é necessário tornar-se débil para só assim sermos notados (por Ele). Os que acham que onde há razão, raciocínio lógico, dúvidas e questionamentos, não existe fé, estão redondamente enganados. Existe muito mais fé na mente de um filósofo existencialista que na cabeça de um cristão fundamentalista. É possível encontrar mais virtudes no budismo e taoísmo, do que no cristianismo histórico. Cristianismo este, que causou mortes, descaracterizou povos, escravizou negros, queimou mulheres e homens, esquartejou filósofos, calou gênios e ainda enalteceu tiranos, desencadeou perseguições fanáticas, invadiu continentes e dizimou nativos .

Mas o cristianismo precisa passar por uma nova mudança. É necessário aceitarmos uns aos outros, respeitarmos os direitos de culto livre, entendermos que somos iguais e acima de tudo que é “divino”sempre deve estar o próximo... seu irmão.

É por essas e outras tantas inquietações que eu Edson Moura afirmo: “Jesus não era ‘cristão’... era apenas humano”. Há a enorme possibilidade de que eu esteja errado, e talvez não passe de “cobre” e “vidro”, o que eu julgo ser “ouro” e “diamante”. Eu sei muito bem o quanto estamos sujeitos a erros sobre aquilo em que acreditamos e muito mais sei que os julgamentos favoráveis ao que escrevo, podem ser carregados de lisonjas quando feitos por amigos que nos amam. Então, não é minha intenção ensinar para ninguém, a maneira com que cada um deva conduzir sua razão, porém, sempre procuro mostrar o modo como conduzo a minha.

Obrigado a todos que chegaram a este ponto do texto.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Complexidão existencial



Busco almejando na procura de encontrar respostas in-respondidas, mas apenas apercebidas pela subjetivação e contemplação, tateio mesmo sem tocar, olho mesmo sem ver, sinto mesmo não sentido, no escuro e complexo abismo da alma, vejo não vendo, aquilo que está para além de mim, mas, no entanto em mim.

Arrisco inutilmente desvendar o mistério do grande Ser, que nunca é sendo apreendido pela mentalidade do discernir, olho para a imensa imensidão do seu infinito existir incompreendida, não clareada pelo saber da inteligência do entender.

Não consigo tão pouco penetrar na magia do existir da existência humana, quando não mais sei o que de vir à existência, sem decidirmos se queremos, e não sabendo o porquê de sermos, antes de sabermos já estamos sendo levados pela morte da complexa vida efêmera de subsistir em nossa habitação deste mundo.

Sou um barro desfeito pela chuva, castelo de areia levado pelas ondas do mar, céu estrelado coberto por nuvens de extensa escuridão, sol quando a noite já vem e esconde o brilho da vida, fumaça de um incêndio assoprado pelo vento, plantação de lavoura que cresce e é arrancada, casa derrubada, caminhante pelo deserto do errante destino, onde sou destinado a sumir pela as areias da vida, sugado pelo turbilhão voraz da morte, frágil porcelana que se despedaça quando a pedra é arremessada.

Mas antes, vida cruel, destino fatal, morte insensível, desumana na humanizadora dor, permita-me abrir os olhos e por um estante poder ver o que a vida é, encontrando nela, se fazendo ser, ainda que por um breve tempo de não saber se si-em-mim serei na continuidade do existir, a razão verdadeira de si estar sendo na existência da vida seja uma doce ilusão, mas eu quero continuar vivendo, apesar de sentir não vendo e sendo nesta efêmera, as vezes cansada, as vezes solitária, mas ainda sim, vida que precisamos valer, não se esperando acontecer o que talvez não de tempo, por isso encontrar comigo, ser eu, viver não postergando a vivencia, pois um dia certamente vamos deixar de ser para não ser o que somos.

Sai do escuro da vida, fechado, trancado por paredes de pele, coberto de vida, sendo uma vida não consciente, não tendo lembranças deste momento único, marcante, cheio de vida que gerou minha vida através de uma outra vida, choro que foi minhas palavras inauditas, mas expressadas de dor e emoção, da angustia de começar ser na existência da vida no mundo.

Ao mesmo tempo em que acelera o meu coração, pois voltarei para o escuro, não mais para nascer, mas para finalmente morrer, e quando a morte chegar, serei tragado pelo o escuro mistério, da onde não sei de minha consciência, mas sei que já terei vivido e estarei pronto para ser expulso mais uma vez, só que desta vez da vida, a mesma escuridão donde eu vim, e a mesma para onde brevemente retornarei.

Escrito por: Marcio Alves

sábado, 3 de abril de 2010

“O Jejum que a Deus agrada”

Por: Edson Moura
Acatando à sugestão do amigo Gilson, resolvi desenvolver um texto que falasse sobre Jejum. Assunto este que considero delicadíssimo, tendo em vista que muitos dos que praticam o jejum (para fins espirituais) praticam com um coração sincero. Por que hoje em dia, a maioria dos pregadores pentecostais insistem em “gritar aos quatro ventos “ que estão em consagração? (jejum)

Fico puto da vida quando uns idiotas como: Sergio Lopes...João Batista...Valdemiro Santiago...Silas Malafaia...Agenor Duque e outros charlatães do meio gospel, usam desse artifício para fazer com que a massa de seguidores fiquem em estado de êxtase. Como pode o povo ser tão estúpido? Será que eles não lêem a Bíblia...e não vêem que Jesus repreende os que assim agem?

Jejum é uma prática muito comum no meio religioso, todas as religiões existentes, cristãs ou não, usam desta forma de sacrifício para louvar as suas divindades. Mas o que verdadeiramente é o jejum para os cristãos? Uma simples abstinência de alimentos? Não!

Infelizmente muitos têm olhado para o jejum como um meio de adquirir bênçãos e ignorado o verdadeiro sentido desta abstinência. Ficam sem alimentar-se por um período, levado pelas circunstâncias (determinação da igreja ou algo semelhante), porém, não conseguem ver a grandeza deste ato que pode ser muito edificante. Infelizmente resumindo: Passam Fome!

Tenho que apelar para as Escrituras...coisa que raramente faço, como muitos aqui sabem.

Em Isaias 58.6,7 está escrito:

“Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?"

Infelizmente este precioso ensinamento dado por Cristo pouco tem sido observado nos dias atuais, nos quais vive-se muito a aparência. E passar uma imagem de crente praticante deste sacrifico coloca sobre as costas uma capa de santidade. E o que deveria ser em secreto, torna-se extremamente aparente, à semelhança do Fariseu que se exaltando dizia a todos:

“Jejuo duas vezes por semana...” Lc 18.12

Eu porém vos digo: Quando Jejuares, que seja para sentir em seu corpo, como é ter fome. Só quem já passou fome na vida pode entender o que é não ter nada no estômago, ver suas vísceras revirarem em busca do que digerir. Assim, quando vires alguém com fome, poderão encher-se de compaixão e quem sabe, até possa comprar um prato de comida ou um pão com mortadela para JUNTOS comerem.

Quando jejuardes, que seja para dar limites ao seu próprio corpo, pois é sabido que o colesterol...diabetes...obesidade...e outras doenças relacionadas à má alimentação, ainda matam. Certa vez li um depoimento de Oscar Niemeyer, onde ele dizia que o segredo de sua longevidade...é o fato de comer pouco. Quem sabe ele também não jejue de vez em quando?

Agora: Fazer jejum para expulsar demônios...ser revestido de poder do alto...ser usado por Deus ou agradá-lo....isso eu to fora. Não acredito nessas coisas, nem acho nobre quem as pratica. Até acho que essas atitudes transformam os “jejuantes” em seres egocêntricos e pretenciosos que se consideram melhores que os demais irmãos que não têm forças para Jejuar.

Sou um homem racional, valorizo a mente humana e a razão acima de tudo, e isso freqüentemente me coloca em situações delicadas em relação à igreja. Minha língua e minha pena (caneta ou teclado já que escrevo no PC) às vezes são ferinas e mergulhadas em sarcasmo...ainda bem que estamos no século XXI.rsss


Obrigado à todos que chegaram até este ponto da leitura.