sábado, 31 de julho de 2010

Jonh, o cristão (racional ou incrédulo?) parte 2


Com o passar do tempo, quanto mais Jonh mergulhava de cabeça, corpo e alma nas doutrinas bíblicas, mais ele ia absorvendo e decorando tais ensinamentos que eram anunciados através das pregações como também dos louvores, assim como dos testemunhos dos fieis.
Mas em um fatídico dia, Jonh teria uma experiência que mudaria sua vida religiosa e maneira de conceber o mundo para sempre, nunca mais voltando a ser o mesmo e velho Jonh de antes.

Sua irmã que era crente fiel e muito temente a deus chamada de Cristina, a qual por toda vida sempre serviu a deus com maior dedicação e empenho, de tal forma que era tida como a crente mais fervorosa de toda igreja, foi juntamente com sua filha de 6 anos numa viagem missionária para um outro estado, para evangelizar pregando a palavra tida como de Deus, tivera sua única filha estuprada e brutalmente assassinada nesta mesma viagem.

Aquilo foi como um balde de água gelado jogado em cima de uma grande fogueira que era a fé de Jonh em Deus.
Não encontrou explicação plausível do porque de Deus ter permitido tamanha barbárie sem que tivesse impedido tal ocorrido.
Justamente ele que cansara de ouvir testemunhos de milagres, não vira isto acontecer, justamente na hora em que mais precisava.

Embora muitos crentes quiseram e tentaram dar explicações ao ocorrido dizendo que “deus tinha um propósito no estupro e morte da sua sobrinha” ou “foi o diabo que para desanimar ela de fazer a obra de deus, usou um vaso seu para estuprar e matar aquela criança” ou ainda “deus sabe o que faz, nós é que não sabemos” ou até mesmo que “há mistérios que só serão revelados no grande e ultimo dia” não satisfaziam e curavam sua ferida, muito pelo contrário, aumentava mais e mais seu rancor contra deus.

Passando algumas semanas, ele observou ainda o ocorrido do tsunami asiático que matou 280.000 pessoas, dentre elas muitas crianças inocentes.
E a cada acidente, tragédia, morte, estupro e doenças, ele se perguntava a onde estava o deus dos milagres que os crentes tanto propagandeavam que operava sinais medíocres como livrar um crente de assalto, abrir porta de emprego para outro, curar dor de cabeça, nariz e até cotovelo, mas não ajudava socorrendo bilhões que estavam a mercê das agruras da vida.

Através disto, ruíram suas certezas inabaláveis da fé cristã, abriram-se as portas da duvida e ele começou a raciocinar, questionando tudo que outrora foi ensinado para ele como verdades inspiradas por Deus.

Ele observou através das lentes do mundo que toda religião dizia dela mesma ser salvadora e a única verdade.
Entendeu que ele acreditava no acreditava muito mais por ter herdado da tradição de seus pais que por sua vez herdaram da cultura social do país em que eles moravam do que ser um pensamento pensado por ele mesmo.
Constatou que toda religião era manipulativa se promovendo através do castigo do inferno para aqueles que não crêem, como um céu esplendoroso para aqueles que fossem seus adeptos fieis.

A cada questionamento mais e mais sua fé ruía diante da duvida, e ele pouco a pouco ia perdendo seu chão existencial, sua segurança e comodidade nas crenças para dar lugar a um vazio de incertezas e medo.
Mas ele compreendia que aquele era um caminho sem volta em que os seus olhos tinham sido abertos, não por palavras ou livros que lera, mas antes pela própria vida com suas contingências.


Continua..........................................


Por Marcio Alves

segunda-feira, 26 de julho de 2010

“Vamos criar deuses?”

Ao redor de uma fogueira, milhares de anos atrás, no tempo ocioso que separava o fim das tarefas diárias da hora de repousar, os nossos antepassados começaram a contar histórias. Com elas, tentavam encontrar respostas para as coisas que não compreendiam. O por quê de existir o Sol, a Lua e as estrelas que surgem e somem no céu. Quem comandava os raios e tempestades? O que acontece depois que morremos? Como tudo isso ao meu redor foi criado? E o mais inquietante: “Por que estou aqui?”

A base da mitologia é o esforço permanente e contínuo de entender o mundo e o próprio homem. Histórias maravilhosas passaram de geração à geração e, à medida que foram contadas e re-contadas, tornaram-se mais magníficas, ganharam também mais personagens e variantes. Explicações para fenômenos físicos adquiriram uma dimensão sublime.

Não existe nenhum grupo cultural ou étnico na Terra que não associe a origem do universo (mundo), dos seres humanos, da fauna e da flora, dos acidentes geográficos a uma força superior, “sobre-humana”. Deuses e heróis convivem com a humanidade desde a aurora de nossa espécie. E essas histórias, que não têm autores, ainda continuam a nos encantar.

Os mitos afiavam o pensamento abstrato, estavam presentes e alimentavam o cotidiano do homem. Por que fazer um ritual de sepultamento ao invés de abandonar o corpo para os animais comerem? Na Espanha, homens primitivos pintavam suas caçadas nas cavernas. Na África, estatuetas representavam mulheres de nádegas e seios fartos.

Para muitos arqueólogos e antropólogos, as pinturas evocavam o sagrado em busca de melhor sorte e proteção na próxima caçada. A estatueta é o símbolo da “Mãe Terra”, uma deusa da fertilidade e, para muitas culturas, a força motriz que deu origem ao mundo.

Povos de todo o planeta forjam seus heróis e deuses de acordo com aquilo que têm à mão. Os nórdicos do norte da Europa achavam que o mundo começara no embate, em um grande campo de gelo, entre o “calor” e o “frio”. Para os gregos, os deuses viviam em uma montanha, assim como para os indianos.

Os habitantes do oeste da África imaginavam que a origem do mundo era um grande “ovo cósmico” (assim como os chineses). O homem pré colombiano nascera do milho, já em outras culturas ele veio da argila, do barro, da madeira, ou do sopro divino. Em muitas das crenças, fora difícil chegar à humanidade, e os deuses criavam e destruíam vários protótipos. Ao mesmo tempo, os personagens mitológicos lidam com sentimentos humanos como: a raiva, a vergonha, o ciúme, a culpa. (sejam deuses, sejam heróis ou mortais).

Não foi por acaso que a psicologia e a psicanálise foram buscar em histórias ancestrais, os exemplos para suas hipóteses. O suíço Carl Gustav Jung defendia a existência do “Inconsciente Coletivo” (uma grande herança de imagens e símbolos que cada um de nós carrega, tal como um DNA). O próprio Freud (Fróid) usou o mito de Édipo como motivo em seus textos. Aliás, não podemos nos esquecer, que as relações incestuosas são abundantes na mitologia e a destruição do pai pelo filho, um tema recorrente.

A relação com os deuses em geral é bem complicada para nós humanos. Eles são seres superiores que ajudam os homens, lhes dão a luz do Sol, conhecimento e sabedoria. Mas também têm uma cólera divina, exemplificadas nas histórias de dilúvios e inundações da África, Oriente Médio, nas Américas, no sul e leste da Ásia e na Europa. Punições aos homens são freqüentes , e muitas delas projetam o fim dos tempos, das narrativas Astecas às indianas, cada uma à sua maneira...

Edson Moura

Fontes: "Dicionário Oxford de Mitologia Celta"
            "Psicologia Analítica de Jung"
            "Os Mitos antigos e o homem moderno"
            "O Homem e seus símbolos, editora nova fronteira"
            "Dicionário do Folclore Brasileiro"
            "História del mundo Antiguo, Susan Wise Bauer"
            "Anatomia da civilização, 1992 Barry J. Kemp"
            "Los sacerdotes en lo egito antiguo, 1998 Madrid Elisa Castel Ronda"
            "Filme Tempos modernos de Chaplin 1936"

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Jonh, o cristão (convertido ou alienado?) parte 1


Jonh nascera num lar de tradição e crença evangélica, desde muito cedo aprendera os ensinamentos herdados de seus pais, que por serem crentes eram bem rigorosos na doutrinação de seu filho mais novo Jonh.

Jonh crescera nutrindo uma imagem negativa de Deus por causa da religião de seus pais, que colocavam medo nele dizendo: “Filho cuidado por onde você anda, o que você vê, o que você fala, e o que você faz, pois o papai do céu esta olhando para você, e ele esta em todo lugar que você vai, te vigiando 24 horas por dia”.

Na transição da fase da adolescência para a da juventude, Jonh resolvera se converter de vez aos preceitos evangélicos, assumindo o compromisso de servir ao Deus dos cristãos.
Passou a ler a bíblia muito mais dedicadamente, deixando de lado suas revistas outroramente prediletas da Marvel e Capcom, não faltava estando presente em todos os cultos diários, mesmo quando era para ir a uma festa de aniversario ou casamento, se consagrava diariamente na oração e jejum, e tentava não cometer os pecados tidos como abominação, pois tinha medo de que o Deus que seus pais lhe ensinaram, viesse puni-lo, já nesta vida, como também futuramente condenando- ao fogo eterno do inferno.

Mas Jonh por se achar um escolhido de Deus, via a si mesmo como a “ultima coca-cola no deserto”, sempre esperando que Deus viesse resolver os seus problemas. Nunca saia de casa para qualquer lugar, sem antes fazer uma oração pedindo a Deus proteção e livramento. Até mesmo para tomar decisões ele precisava orar pedindo uma direção e decisão de Deus.

Vivia uma vida muita ascética e rigorosa, assim como os seus pais, se abstendo dos prazeres mundanos da carne, pois entendera que aquilo era que agradava a Deus e que o conduziria para morar num céu eterno de gloria, de tal maneira que chegava a ser irresponsável e negligente com a sua vida presente, porque a final de contas – pensava ele – “se nesta vida aqui vou viver no máximo mais ou menos 70 e/ou 80 anos, e depois que eu morrer me espera ou um céu maravilhoso ou um inferno horroroso, sendo ambos eternos, então logo, meu principal objetivo é viver aqui da melhor maneira possível usando como uma ponte para me levar para o melhor lugar de todos”.

Era este tipo de pensamento e perspectiva que o consolava e mantinha a chama da inveja sob controle, de ver seus amigos ímpios curtindo a vida pra valer nas farras, e ele lá, de terno e gravata debaixo de um sol escaldante, todo suado, indo com a bíblia debaixo dos braços para o culto, mortificando os seus desejos mais íntimos e fortes, pois dizia para si mesmo: “Jonh, você é que um cara esperto, eles são bobos, pois você esta sacrificando sua vida aqui, para morar no céu de ruas de ouro e cristal, numa mansão celestial, enquanto eles, que estão aproveitando o máximo esta vida, caminham de passos largos para o inferno”.

Mesmo assim, Jonh que tentava a todo custo mentindo e enganando a si mesmo, seguir no seu objetivo máximo de ir para o céu quando morresse, lá no fundo do seu coração e inconsciente, ele desejava nem que fosse por um minuto apenas, se lambuzar na lama do pecado com os porcos, que ele julgava serem os seus amigos ímpios. Não obstante a tudo isto, ele chegou na sua vida juvenil a transgredir um dos maiores e principais mandamentos evangélicos, a saber; o de ter tido relação sexual com sua vizinha.

Apesar de ter tido um prazer indizível, não foi, contudo total, pois ele se sentiu culpado na hora e pior ainda depois do ato sexual, pois em todo momento da relação, aquela velha frase de seus pais assaltavam seu pensamento, de que o grande e poderoso olho divino estava contemplando tudo que ele fazia de errado.
Tanto isto é verdade, que seu primeiro sentimento após a relação sexual, foi de sentir nojo de si mesmo, se vendo como podre.

Pobre mesmo foi da moça que se sentiu a pior das mulheres por ver que ao invés de prazer tinha dado para Jonh um sentimento horrível, e sem entender nada ela se vestiu rapidamente e foi correndo embora chorando traumatizada por ser tão rui na cama.


Continua..................................


Por Marcio Alves

domingo, 18 de julho de 2010

“Grande Descoberta Filosófica”

Lendo uma revista sobre Filosofia, deparei-me com um tema muito interessante, abordado pelo Advogado, Professor e Filósofo J. Vasconcelos. Como resolvi mudar minha postura a respeito da "fé", achei que poderia, de forma mais branda, levar os leitores deste blog a refletirem sobre a temática "Razão Totalmente Esclarecida", sem que fosse necessário agredir a convicção religiosa de cada um. Espero que gostem da leitura.

No decurso de milênios dos primeiros períodos históricos, a humanidade respondia sobre o universo com explicações práticas. O "Ovo cósmico", o desmembramento de naturezas diversas, o acasalamento dos deuses e também o "Verbo Divino", haviam determinado todas as causas universais, referenciando propriamente a Terra e os astros visíveis...logicamente englobava os fatos e os seres relacionados a esse contexto.

Efetivamente “mitos da criação”, totemismoenergia telúrica e o sopro divino como a fonte, bastavam para esclarecer as origens e os propósitos da vida e das suas conseqüências. Entrementes, tudo se situava em termos da “vontade”. Estava claro que as coisas existiam, agiam ou recebiam interferência, por vontade dos deuses, ou por vontade dos diabos, ou por vontade dos espíritos. De sorte que por vontade dos entes divinos em, entrevero familiar se originaram os protetores da Grécia, ou por vontade de um deus nacional como Javé, o verbo criara a terra, o céu e os homens e lhes impunha leis, regras e costumes. Por vontade de um satanás, surgia na Pérsia a dicotomia do bem e do mal. Também por vontade do demônio, o homem e a mulher , entre os Judeus, recebiam a danação eterna e o castigo da mortalidade.

Por milhares de anos, assim permaneceram os seres humanos, acreditando que tudo se processava por gestos constantes dessas “vontades” acima de suas forças, interferindo até mesmo em cada ato, de cada indivíduo.

Se chovia, era porque a deusa Ishtar queria fertilizar a terra. Se trovoava e caíam raios, o deus da tempestade, Teshup (deus da tormenta e figura finque do panteón hurrita. Identificou-se com Baal na antiga Síria), estava raivoso com os homens. Se uma criança nascia saudável, era a deusa Isis favorecendo o evento. Se caía uma avalanche, assim desejavam os espíritos da montanha. Se tudo ia dar certo ou errado, dependia dos desejos dos deuses. Se o exército saía vitorioso, era o deus Javé que o guiou e o fez invencível e cruel. Se existe escravidão, é porque os deuses julgaram povos prontos para servir outros. Se existem soberanos e súditos, era uma determinação divina. Se as pessoas adoecem, e porque os deuses querem esse castigo, e se tornarem-se más, é porque o diabo quis levá-las a esse procedimento .... a lista é infinita.

Todavia, algo estava para acontecer.

Quando alguém parou para pensar sobre o universo, vieram as dúvidas sobre as verdadeiras causas. Essas dúvidas permitiram-lhes perceber que os fenômenos e os elementos existentes não se apresentavam em função de "vontades" superiores e sobrenaturais. Então surgiu a “Grande Descoberta Filosófica”. Tudo indicava que existiam leis naturais regendo as coisas do universo. O recurso ao conhecimento de “vontades” seria inofensivo, pois essas por sua vez, não existem. O único caminho era conhecer as leis naturais. Bastava então descobrir quais leis regiam o mundo.

E assim começou o trabalho dos filósofos, buscando conhecer tais leis. De início Anaxágonas concebeu a origem da Terra, não por vontade dos deuses, mas em causas materiais, que poderiam ter envolvido nebulosas redemoinhantes. Em seguida surgiram outros filósofos procurando conhecer as leis naturais em todas as coisas. De 600 a 450 a.C., a contribuição foi formidável. Tornaram-se biologistas e sustentaram princípios evolucionistas incrivelmente modernos. Como físicos, esboçaram a teoria da gravitação e a lei da conservação da energia. Como astrônomos, tiveram concepções do universo que lembram muito as de Copérnico, Kepler e Galileu.

É certo que os filósofos foram buscando essas leis nas matérias, na natureza humana e no organismo social. A civilização evoluía na medida em que os conhecimentos sobre as leis naturais eram desenvolvidos. No entanto, por incrível que pareça, sobre a Sociedade, a Política e o Homem, as descobertas não tiveram um desenvolvimento tão profundo como na Química, na Física, na Matemática e na Astronomia.

Você meu leitor, pode me responder por quê?


Edson Moura

domingo, 11 de julho de 2010

Jesus, segundo o evangelho de Dimas o bandido


Algumas horas antes um calafrio subindo pela sua espinha, os olhos marejados de lágrimas contemplavam a face dilacerada e desfigurada daquele que era o seu grande e admirável salvador e Rei. Mas as fatalidades do destino juntamente com as injustiças da não compreensão e aceitação do poder público daquele que era o grande referencial e herói dos fracos e oprimidos pelo império romano, o levava a estar ali, trancafiado em uma fétida e horrível masmorra ao lado dos outros condenados.

Um profundo e solene silêncio, ninguém ousava dizer-lhe nada, mas aos poucos o dia foi clareando, e finalmente chegaram os guardas, pegaram e levaram todos eles para serem crucificados, mas a dor que comprimia e esmagava o seu peito, não era por ele, mas antes sim, por aquele que decididamente estava obstinadamente entregue pela causa humana dos marginalizados, a tal ponto de estar disposto a morrer para pagar o preço pelo sublime ideal do reino que ele mesmo viveu anunciando e almejando, mas que até aquele dado momento não tinha ainda sido concretizado.

No caminho foi logo cercado por uma tão grande multidão, onde todos unanimemente gritavam e zombavam do seu rei que era o alvo das mais duras criticas e piores zombarias. Ele e o seu outro companheiro que eram ladrões e assassinos mereciam tais tratamentos, mas aquele homem frágil e meigo, não, pois mesmo naquelas circunstâncias da contingência violenta da vida, não esboçava ódio ou rancor, mas amor e uma esperança delirante de que o seu Deus, a quem ele chamava carinhosamente de pai, viesse em sua direção, interferisse botando um ponto final, consumando o tal desejado e esperado reino que ele começara.

Estendidos na cruz, estando ele a sua direita, pois colocaram o seu rei no meio, entre os dois malfeitores, sendo ele mesmo um deles, pois em sua trágica vida de crueldade e assassinato, não sentiu o que é o amor e bondade humana, mas antes conheceu apenas o lado cruel da existência humana, sendo muito mais uma fatalidade, que apenas escolheu ser quem é, por ser o que foi transformado e levado a ser no meio de sua historia que o modelou em um homem perverso e sanguinário.

Mas naquele momento, ele ouviu aquele que dizia de si mesmo ser o filho do homem, chorando e orando a favor de todos os seus opressores, pedindo ao pai que perdoasse, pois eles não sabiam o que estavam fazendo.

Fez um momento de profundo silêncio, onde dava para ver nos olhos do salvador, que ele demonstrava uma angustiante e amargosa dúvida, se o seu reino era real ou mero sonho utópico. Percebeu-o cabisbaixo falando consigo mesmo que Deus o desamparara. Então o ladrão que passou a noite ao seu lado, observando e chorando ao contempla a mais pura inocência daquele justo homem, rompe o silêncio e com toda segurança e confiança do mundo diz: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no seu reino”.

Aquelas palavras foram tão fortes e divinas, que pareciam um balsamo derramado lavando o seu dolorido e abatido coração, fazendo com que ele levantasse a cabeça outrora triste e desiludida, para dar lugar a uma sensação de dever cumprido, entendendo que ele seria morto sim, mas que sempre permaneceria a sua imagem poderosa e forte de rei dos fracos e oprimidos. Morreu naquele dia com um largo e estampado sorriso no rosto, dando um brado de vitória conquistado na derrota, dizendo: Está consumado o meu reino entre e para os marginalizados deste mundo para todo o sempre!

Por: Marcio Alves

quarta-feira, 7 de julho de 2010

“A fé e as mortes que ele causou” Parte I

 Depois de vários adiamentos, finalmente dou início à seqüência de postagens onde, de forma bem resumida, faço relatos sobre acontecimentos que marcaram nossa história, e que tem a “fé” como eixo para seu desencadeamento. Espero que, no decorrer dos comentários, possam ser esclarecidos alguns pontos que ficaram obscuros, devido a necessidade de sintetizar ao máximo o texto, para quer não ficasse cansativo aos leitores. Este é apenas o primeiro de uma série de artigos meticulosamente preparados para trazer aos que não tiveram a oportunidade de conhecer, o “terror em nome de Deus”. Boa leitura!

Não pode se dizer que o Holocausto, tido entre os maiores genocídios contínuos da história, tenha sido motivado unicamente por questões religiosas, uma vez que o objetivo final de Adolf Hitler era a conquista do mundo em nome de uma raça ariana. No entanto, ao mesmo tempo em que os nazistas diziam estar servindo a Deus ao eliminar os Judeus, eles também estavam ligados a uma série de procedimentos pagãos, de cunho religioso e esotérico. Por outro lado, a perseguição aos judeus não foi exclusividade dos nazistas. Durante séculos, eles sofreram perseguições principalmente da igreja Católica, que por muito tempo afirmaram que os judeus eram responsáveis pela morte de Jesus, aliás, um judeu.

Alguns episódios da história servem de exemplo, como as Cruzadas e a Inquisição. Antes do início da Segunda Guerra Mundial, o anti-semitismo era muito forte no Ocidente. Em minha opinião, o holocausto demonstrou os resultados “demoníacos” que residem em nossa tradição de pregações e ensinamentos anti-semitas. Desta forma o anti-judaísmo cristão promoveu a causa nazista de várias maneiras. Ele levou os nazistas a focarem suas ações inicialmente nos judeus, e criou atitudes que permitiram que eles executassem seu programa de extermínio enfrentando pouca resistência.

Lamentavelmente a desastrosa doutrina católica preparou o caminho para Hitler e sua “solução definitiva”. Em grego o termo “Holocausto” significa uma oferenda feita em sacrifício. Foi usado no século XX para designar o extermínio sistemático, realizado pelos nazistas, de diversos grupos considerados indesejáveis, entre eles Judeus, homossexuais, comunistas, ciganos e deficientes. O número exato de mortes durante o holocausto é desconhecido. Estima-se que aproximadamente seis milhões de judeus tenham sido assassinados.

O Holocausto distingue-se dos outros genocídios da história pelo método sistemático empregado pelos nazistas. Ele foi levado a cabo em todas as regiões ocupadas pelos Alemães. Os meios usados para o assassinato em massa foram diversos, e, com o passar do tempo, foram sendo “aprimorados”, com um número crescente de vítimas. Além de execuções, os nazistas realizaram experiências médicas cruéis e bizarras em prisioneiros, incluindo crianças. Quando Hitler assumiu o poder, sua ideologia racista passou a ser empregada, defendendo a existência de apenas uma raça superior, a saber, a ariana. As demais raças eram consideradas inferiores e responsáveis pela perturbação da sociedade. Eles deveriam ser destruídas ou servir à raça superior. Foi dessa forma que teve início a perseguição aos judeus, negros, ciganos, homossexuais, doentes mentais e terminais.

Quando os judeus que eram capturados pelos nazistas, chegavam aos campos de concentração, eram separados em filas de mulheres, crianças e homens. Havia então a separação dos mais fracos, que eram encaminhados para a câmara de gás disfarçadas de chuveiros coletivos. Os prisioneiros se despiam imaginando que iam tomar banho, mas eram fulminados pelo gás mortal e, depois, enviados para o crematório. Dentes de ouro eram retirados e algumas vezes a própria pele era usada em candeeiros. Os cabelos das mulheres eram raspados antes delas entrarem nas câmaras de gás, e reciclados para confecção de produtos como tapetes e meias

Mas você pode estar se perguntado:

O que o Edson quer dizer com isso que está escrevendo?

Na verdade, eu é quem faço algumas perguntas:

Onde estava é igreja neste momento da história? Onde estava a fé? Onde estava Deus? Em que a fé dos Judeus os ajudou? E mais:

Não foi uma fé cega que motivou o “Führer” a cometer esta barbárie? Por que o Papa Pio XII silenciou-se nesse momento? Será que lá no fundo, ele não estaria batendo palmas para o führer? De todas as hipóteses, a mais provável é que o papa Pio XII, ao escolher o silêncio no que dizia respeito ao extermínio judeu pelos nazistas, estaria apenas comportando-se como um estadista e não como um líder religioso.

"Parabéns para ele!"

Por Edson Moura

domingo, 4 de julho de 2010

Corrompendo a "fé" através da religião


Fé nasce do e com o individuo que mais tarde será sendo o que é na influenciação externalizada de seu nascimento e amadurecimento, internalizando as “verdades” objetivas lançada-as no “ar” pelos vastos e radiantes pensamentos religiosos por homens com um forte poder de irresistível e intocável oratória e eloqüência, que persuade mais por sua fala e convicções, tendo um imenso e sedutor carisma, que são capazes de arrastarem multidões de incautos e ignorantes, que se tornaram poderosos conhecedores, mas ainda sim, reféns dos multi-sistemas das mais variadas religiões e suas incontáveis interpretações de cada vertente.

Porém mais tarde na caminhada religiosa do sujeito religioso, não será possível separar distinguindo a fé nata das milhares e milenares crenças das tradições aprendidas, pois estarão de tal forma interligadas e vivenciadas, que não se poderão saber onde começa um, e termina outro, pois uma vai construindo a outra, se incorporando e encorpando na codificação e sistematização da fé na crença do que crer, sendo a fé do mesmo não carecendo mais de constatações e explicações, muito menos ainda de provas, pois se é, na interiorização, sendo apenas difundida o que já esta petrificado dentro do individuo.

Ao passar dos anos, quanto mais o tempo passa, com o sujeito dentro, envolto e absorvendo os conteúdos da mesma, mais difícil será para ele criticar analisando, se quer ainda questionar as pretensas verdades ensinadas e contidas como absolutas, pois entregou e mergulhou de tal maneira a sua vida para aquela tradição de fé, que o sentido último de sua vida é a sua própria fé naquela crença, que de tanto ele crer já se tornou e transformou ele mesmo em sua própria fé, preferindo a morte do que o abandono da mesma, pois ele é o que a fé diz e fez ele ser.

Corrompe-se um ser não pela fé do próprio apesar de usar a mesma, mas pelas pressões e influencias que são exercidas e impostas sobre ele, acorrentando os seus pensamentos que antes eram seus, mas que agora não passam de meros reflexos do espelho grupal dos que estão a sua volta, quer sejam por promessas fantasiosas tanto como melhor sorte nesta terra do que os demais que assim não crêem, como também por ameaça de inúmeros supostos castigos e punições divinas, sendo o carro chefe da benção o céu, já o do castigo, o fogo eterno do inferno.

Mesmo que as inúmeras religiões consigam influenciar as pessoas positivamente, ainda sim será má, pois não será o natural do sujeito, mas antes meros esforços empreendedores onde se gasta energia física e mental para anular a sua essência, quer seja para realizar atos bons, ou para impedir ações ruins, que no final, não conseguirão sustentar, pois elas não passam de atitudes superficiais forjadas pela manipulação, que não deixa de ser, mesmo sendo boa ou rui, pois não faz parte da integridade e composição do sujeito que assim procede.

O natural da fé surge no individuo cansado de todas as roupagens religiosas, que irrompe com todas as tradições, sendo agora muito mais uma questão de sua própria analise e pensamento de sua fé, mesmo que seja esta nua de quaisquer doutrinas e certezas dos inúmeros seguimentos religiosos professos, pois não mais tem ele um seguimento a defender, estando aberto e exposto a universalidade e pluralidade de religiões no mundo existentes, sendo a sua nada mais do que a mais simples e pequena, porém a imprescindível certeza do saber do grande Assombro, e mais nada, sendo tudo e em todas as religiões postas em cheque, pois o seu crê superou o conflito religioso de procurar a verdade, pois sente que não há mais uma verdade, mas todas não passam de meras experiências subjetivas, portanto, uma única fé que esta embasada no Ser que é, não precisando mais da intermediação da religião e nem de seus muitos códigos.

Escrito por Marcio Alves