sábado, 31 de outubro de 2009

"Vida de Pastor"


Por: Edson Moura

Chamem-me de covarde se quiserem, eu particularmente não ligo. Mas eu gostaria de fazer algumas perguntas e também dar as minhas próprias respostas.
Pretendo falar de homens que estão na vida muita gente. Homens que considero heróis num mundo tão deficiente de tais figuras.

Você estaria disposto a não ter um domingo com sua família, em prol de outras famílias?
Você sairia muitas vezes cansado de seu trabalho, para trazer uma palavra de edificação e inspiradora para homens e mulheres que você chama de irmão, mesmo sem muitas vezes saber nem o sobrenome delas?
Você subiria em um altar, com a responsabilidade de direcionar a e aconselhar vidas humanas? Sabendo que suas palavras ecoarão até a eternidade, e um dia você teria que prestar contas de cada alma que por ventura viesse a se perder?

Confesso que já almejei uma posição assim, mas quando paro para analisar as implicações deste dificílimo cargo, reconheço a minha total incapacidade, tanto estrutural como intelectual, mas principalmente emocional.

Por isso eu deixo de lado as críticas aos maus pastores, para tecer alguns elogios aos bons pastores. Homens como:

John Wesley, que dedicou sua vida inteira a granjear almas para Deus. Não por obrigação, mas por amor às vidas. "Eu considero todo o mundo como a minha paróquia; em qualquer parte que eu esteja, eu considero que é certo, correto e o meu sagrado dever é declarar a todos que estejam dispostos a ouvir, as boas novas da salvação." - John Wesley
"Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo." - John Wesley

Jônatas Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se intitulava O grande despertamento. Sua vida é um exemplo destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e, sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo intelecto como instrumento em suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração e alma, mas tam­bém de todo o entendimento. "Sua mente prodigiosa apo­derava-se das verdades mais profundas". Contudo, "sua alma era, de fato, um santuário do Espírito Santo". Sob aparente calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão.
Charles Finney, foi instrumental no grande avivamento de 1857 a 1858 dos 'grupos de oração', que se espalhou por dez mil cidades e municípios, resultando na conversão de pelo menos um milhão de pessoas. Somente entre janeiro e abril de 1858, cem mil pessoas foram salvas nestas reuniões de oração ao meio-dia.

Entre outros tantos, que embora com as limitações de sua época, fizeram um ótimo trabalho para o reino de Deus.
Hoje não penso mais como há alguns anos sobre o conteúdo dos sermões desses grandes homens, mas reconheço a importância de seus testemunhos de vida, para esta nossa geração.
Muito se fala hoje em “pagar preço”, e sei que muitos pastores agarraram esse chamado divino e vêm desempenhando um bom trabalho.

Não falo dos grandes pastores de renome, e sim dos pequeninos, de igrejas pequeninas. Falo, não dos que andam de carro importado, e sim dos que ainda pegam ônibus lotados ou andam a pé por falta de recursos para sua própria condução.
Falo daqueles que muitas noites não tiveram o que comer com suas esposas, a não ser farinha com cebola, mesmo assim não deixaram de louvar a Deus. (história verídica)

Falo também daqueles que não usam terno de grife, e suas refeições em casa muitas vezes é pior do quê as refeições de alguns pastores na cadeia onde foram presos por tentarem sair do país com dólares não declarados.
Falo dos pastores que não vendem bíblias interpretadas “versículo por versículo”, que não escreveram livros ensinando como “exigir seus direitos”, que não enriqueceram vendendo pregações em áudio nos mostrando que “o dia da provação” vai chegar ou que é possível “destronar satanás”

Falo de homens como Acácio Carneiro, que abriram mão de uma vida bem sucedida para pregar quatro sermões aos domingos em sua pequena igreja. Ele não escreveu nem um livro (ainda), mas sua obra como pastor já renderia umas 500 páginas. Um homem que aprendi a amar, e que é co-responsável pelo ser humano que sou hoje. Meu pastor!

Falo de homens simples como Sergio Paschoal, que pra conseguir verbalizar seus pensamentos apelam para a poesia, preocupados em não ofender ninguém. Homens que se emocionam quando precisam abandonar um prédio onde fora sua igreja, por falta de recursos para o aluguel. As lágrimas e o embargo em sua voz demonstram sua sinceridade. Meu pastor!
Homens que acumulam em si qualidades que eu não tenho e não sei se um dia terei ,por isso a minha incapacidade para tão importante missão.

As qualidades bíblicas de pastores/presbíteros/bispos

Paulo cita as qualificações dos bispos ou (presbíteros) em duas cartas (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). A linguagem dele deixa bem claro que ele não está dando meras sugestões, e sim requerimentos. Em 1 Timóteo 3:2 ele diz: "É necessário, portanto, que o bispo seja...." Tito 1:7 diz: "Porque é indispensável que o bispo seja...." Antes de examinar as qualificações em si, vamos entender bem esse ponto.
Os requerimentos que encontramos nesses dois trechos são qualidades que o Espírito Santo revelou, através de Paulo, como exigências. Para servir como presbítero, um homem precisa de todas essas qualidades. Ninguém tem direito de apagar nenhum "i" ou "til" do que Deus falou aqui.
Agora, vamos ler o que o Espírito falou nessas duas listas paralelas (bem semelhantes, mas não exatamente iguais).

"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (1 Timóteo 3:1-7).

"Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem" (Tito 1:5-9).

Que Deus abençoe os verdadeiros pastores

7 comentários:

  1. Sabe Edson quando eu leio o site do Caio (pois gosto dele) eu vejo que ele não esta sendo muito honesto com os evangélicos, pois me parece que ele acaba colocando todos num mesmo saco, como se por ser “legalista” a pessoa não pode ser um crente sincero.

    Gostei do final do seu texto, pois você apresentou pastores vivos como referencia de vida, não ficou só na memória destes fantasmas de santidade do passado do protestantismo.

    Eu particularmente conheço destes homes também, que por mais que sejam “fundamentalistas” que rejeitam o “outro evangelho” pregado pelo Caio, Gondin e outros, não são hipócritas, como querem nos convencer.

    Nos particularmente não seremos homens como estes que você apresentou, pois somos produto de nossa era, não temos a fibra moral dos antigos que não sofriam da contradição de uma época altamente desenvolvida e paradoxal. Mas devemos acha a nossa própria espiritualidade diante de Deus, conforme a nossa capacidade natural, sem afetar uma santidade insustentável.

    Abraços, fiquem na paz...

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  2. É "incrível" Gresder, como você consegue absorver o que eu escrevo. Confesso que é difícil captar a totalidade de meus textos (inclusive o que deixo nas entrelinhas), mas no seu caso a mensagem parece até ter sido escrita por você.

    Quanto ao Caio, também o admiro muito,mas ultimamente tenho me questionado quanto a alguns textos e mensagens dele (obs. me questionado).

    Não podemos mesmo colocar todos em um mesmo saco. Como disse o próprio Ricardo Gondim: "Toda generalização é má"

    E como diz meu irmão em Cristo e co-autor neste blog, Marcio Alves: "Nossa 'teologia' está em aberto...inclusive para revermos muitas vezes nossos conceitos"

    Certamente não seremos como esses gigantes na fé que citei no artigo, nem antigos nem contemporâneos.Somos a geração Gresder Sil, Marcio Alves,Edson Moura entre outros que saíram do velho paradigma e enveredaram por novas trilhas abertas por Caio Fábio , Ricardo Gondim , Ed René Kivitz, Ariovaldo Ramos e tantos quantos quiserem juntos conosco "pensar fora da caixa"

    Prazer em te-lo como um novo amigo Gresder.

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  3. OI MEU NOME É CRISTIANE GUIMARÃES E ESTOU ACOMPANHANDO TEU BLOG ACHEI BEM INTERESSANTE TEUS TEXTOS .UM ABRAÇO

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  4. Muito obrigado Cristiane, por acompanhar o "outro evangelho" rzrzrz.

    Espero tê-la feito refletir sobre o cristianismo deixado por nosso Jesus e a "cristandade" deixada pela igreja medieval que acabou contaminando boa parte de nossas igrejas evangélicas.

    Que Deus continue nos abençoando

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  5. Olá Edson, beleza?

    antes de mais nada, deixa eu falar pro Glesder para ele não questinar o Caio, que é meu exemplo do que um cristão deve ser, o supra-sumo da cristandade brasileira...rsssss

    Falando sério, leio Caio Fábio a muito tempo. Li quase tudo que ele escreveu. E realmente o considero um exemplo. Não um exemplo inquestionável, isso não existe, mas um bom exemplo; isso no entanto, não me livra de ter opiniões diferentes da dele.

    Mas falando do seu artigo: Belo texto. Profundo e reflexivo. Também conheci alguns desses verdadeiros "sacerdotes" que trazem na alma um amor diferenciado pelas pessoas.

    Lembro agora do meu sogro, que falaceu há dois anos. Ele tinha esse anseio em lançar a semente sem esperar nada em troca de Deus. Nem mesmo o que ele tinha direito de receber da igreja ele queria, e ganhava um pouco mais que um salário mínimo de aposentadoria.

    Não tinha cultura. Não leu os clássicos. Não conhecia teologia. Falava "deusu" ao invés de Deus, mas foi a alma mais solidária que conheci.

    Meu amigo, compartilho com você a total incapacidade de pastorear almas. Já tive tal pretensão mas duas coisas me fizeram acordar: a primeira, quando eu abri os olhos e vi que a igreja institucional é que precisava de salvação, mais até que os tais "perdidos"; e por isto mesmo, não conseguiria me adequar ao status quo, aos esquemas, às bajulações em busca de promoção hierárquica, aos "debaixo do pano".

    E a segunda, que a minha cabeça-pretensamente-pensante, me atrapalharia muito em ser "pastor", (não que pastor não pense, não estou dizendo isto, por favor), mas para mim seria impossível pensar dentro da ortodoxia. Então, não saberia pregar algo em púlpito, que fosse fiel a essa ortodoxia.

    Também conheço um pastor que é totalmente "herege" aqui fora, nos bate papo acadêmicos, mas que na igreja é ortodoxos rsss, isso não dá para mim. Nem julgo que ele esteja errado, pois ele sempre me dizia que tem coisas "que você não pode falar na igreja". pode até ser.

    Concordo plenamente que há fundamentalistas que são sinceros na sua ortodoxia e fazem o seu melhor para Deus. Tenho bons amigos assim também.

    Abraços calorosos

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  6. Obrigado Eduardo meu irmão, pelo comentário!
    Há sempre uma expectativa muito grande quando escrevo, quanto a aceitação e ao entendimento dos meus textos.

    É também uma satisfação muito grande quando você Eduardo, o Gresder, e o Isaías comentam neste blog, pois sei que a cada comentário de vocês, uma represa de ideias se rompem e invadem o pequeno corrego que é minha mente limitadíssima.

    Abraços Mano!

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  7. Fale sobre "Vida de Ovelhas".
    Não é mole não meu chapa, ser ovelha de Bispão Apó$tolico.

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